Skip to main content

São mais de 10 anos sem uma novidade de uma das franquias mais adoradas entre os fãs do gênero. Para mim são mais de 15 anos longe, após ter abandonado a série em Tekken 4. O melhor desse longo hiato? Poder retornar e se surpreender com um excelente título japonês que resgata o sentimento de familiaridade para os games mais velhos, sem esquecer que em meio a tantos títulos de luta o importante é apostar em novas mecânicas.

A saga do clã Mishima conseguiu se recuperar após o quinto e sexto jogo da série, que foram bem fracos de história. Pra mim a história de Tekken ainda é um grande diferencial da série, em uma adaptação impecável dos arcades como um game completo e para fã nenhum botar defeito. Tekken 7 é ao mesmo tempo uma homenagem aos jogos anteriores e uma porta de entrada para quem busca um estilo diferente de jogos de luta.

Jogo de luta tem história?

Tem, sim senhor! A Bandai Namco conseguiu consolidar uma história familiar de ódio e vingança que surpreendeu o mercado com seus três primeiros jogos da série. Mesmo depois de ter se perdido com o passar dos anos, Tekken 7 é a prova de que algo anunciado como “conclusão” para Heihachi, Kazuya e Jin não só encerra uma grande etapa como também favorece uma possível continuidade para o legado criado por Katsuhiro Harada.

Uma história pra família

O modo história resgata acontecimentos do passado, inclusive mantendo sequências animadas com o visual poligonal tradicional da série, contados por um repórter que busca mais sobre o clã Mishima e a guerra mundial entre Mishima Zaibatsu e a G Corporation. Essa foi a maneira que os produtores encontraram para apresentar personagens e contextualizar quem não acompanha o desenrolar da franquia, podendo continuar com a narrativa cinematográfica desenvolvida durante os 15 capítulos jogáveis.

Para a surpresa de todos o foco da história está em Heihachi Mishima, ao contrário do que muitos esperavam com o mistério por trás de Kazuya Mishima e Jin Kazama, após os acontecimentos de Tekken 5 e 6. Com a inclusão de trechos inéditos para esclarecer o passado e criar conteúdo para mostrar um futuro inesperado, as lutas que desenvolvem os fatos acabam tendo peso maior justamente nesses três personagens e pouco importa a participação dos demais.

Nada como uma boa educação familiar

Infelizmente qualquer comentário sobre um determinado personagem, ou até mesmo dois deles, podem estragar a forma como a Bandai Namco conseguiu explorar o background já conhecido e estruturado dos principais personagens para nos levar até um desfecho que surpreende e agrada até mesmo os amantes mais conservadores.

Tekken em vários modos

Não é fácil sair dos arcades após dois anos para chegar aos consoles e ainda assim conseguir agradar a imprensa, os jogadores que cresceram com a série e ainda mais chamar atenção dos novatos. Podendo ser considerado um sucesso de crítica, Tekken 7 apostou não somente no modo história cinematográfico, mas também em modos que complementam o já esperado multiplayer online.

Modo história completo para os Mishima e incompleto para os outros personagens

A cada etapa concluída da história um novo capítulo focado isoladamente em personagens da franquia, novos e velhos, aparecem como complemento. Infelizmente curtos demais, surgem como opção para estender o tempo de jogatina por pelo menos uma luta, reforçando a ideia de um título amigável para os novatos e nostálgico para os mais velhos.

Além do clássico modo Arcade, com um chefão após uma sequência determinada com pouco mais de 10 combates, o Batalha por Tesouro apresenta um modo de sobrevivência com lutas diversas contra os mais de 30 personagens e recompensa os jogadores que buscam por itens para customização dos personagens e dinheiro para desbloquear conteúdo extra.

O modo Online, testado com sucesso antes e depois do lançamento do jogo, também tenta inovar ao apresentar três opções: partidas rápidas, com ranking e torneios. Tudo para estender a experiência do jogo, além de ser uma das fontes para conquistar mais dinheiro e, somente assim ou até lançaram os DLCs, você ter acesso à ilustrações, vídeos, trilha sonora e itens para mudar o visual de todos os personagens ou seu perfil de jogador.

Jogabilidade amigável

Tekken é famoso por apresentar controles fáceis e combos simples, tornando-se um bom título do gênero para os mais curiosos ou que estão cansados do estilo frenético de Street Fighter, Blaz Blue e outros jogos de luta 2D. Com a ausência de Soul Calibur, essa é uma forma diferente de jogar e que recompensa até mesmo os mais inexperientes. Claro que todo esse cuidado vai por água abaixo quando você tentar a sorte contra os  que estarão no modo online.

Animações com visuais incríveis durante o combate

O modo história oferece um assistente para facilitar a criação de combos e até mesmo facilitar os combates mais difíceis. Preocupados em se adaptar às inovações da NetherRealm com Mortal Kombat, a Bandai Namco inseriu o Rage Art e Rage Drive como novidades; ativado quando sua barra de energia estiver próxima do fim, o RA surge como especial do personagem e RD como upgrade para os golpes com uma sequência que pode causar grande estrago no inimigo.

Continuando com as novidades, Tekken 7 dá um passo importante para modificar sua jogabilidade com personagens que se aproximam dos famosos “poderes”. Akuma, Claudio e Master Raven acrescentam novas formas de jogarmos e que podem atrair ainda mais curiosos ou que não possuem familiaridade com o estilo mais calmo, cadenciado e analítico que a franquia possui.

Tudo favorece o estilo cinematográfico que o jogo possui. Não somente a história, mas cada batalha é única por conta do Power Crush e as animações quando um golpe é absorvido, além das animações e movimentações de câmera para dar um dinamismo diferente e reações diversas para golpes executados ao mesmo tempo, frases de efeito de cada lutador e até mesmo um visual incrível para o jogo.

Esqueça os demais jogos de luta

Tekken 7 não é definitivo, mas conquistou um lugar especial dentre os meus títulos favoritos. Conseguiu trazer para a nova geração um visual impecável para os seus 20 estágios, com diversidade na direção de arte para cada um dos 35 personagens, incluindo até mesmo Katarina Alves, uma lutadora brasileira. Além dela temos outros dois importantes personagens e que ajudarão a responder algumas perguntas. Será esse o esperado desfecho na luta entre pai e filho? Descobriremos as reais intenções de Heihachi? Qual o próximo passo do Devil? E como Akuma foi parar em um jogo tão distante da série?

Akuma trocou Ryu por Heihachi?

Mesmo decepcionando com algumas escolhas dos antigos personagens, os DLCs estão aí para agradar os mais exigentes com futuras adições. O importante é saber que o jogo chega completo ao mercado e dispensa qualquer download extra para o divertimento de 100% do que está disponível desde o lançamento. Não poderia ser melhor para os órfãos e viciados por um bom combate.

Imagem do review de Dicefolk

Review – Dicefolk

Marco AntônioMarco Antônio27/03/2024
Imagem do review de Contra: Operation Galulga

Review – Contra: Operation Galuga

Marco AntônioMarco Antônio26/03/2024