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Nas mãos do estúdio francês Klyotonn desde 2013, a série WRC (a única atualmente a contar com a licença do campeonato de rali da FIA) vem passando por mais baixos do que altos: na geração atual, os dois últimos games são fracos, com poucas opções além do modo carreira. E em WRC 7, a receita do pouco sucesso permaneceu a mesma.

Um pé na lama, e o outro também

WRC 7 é um game meio sem substância, e sua existência, além de servir para o nobre propósito de justificar a licença do World Rally Championship é até meio duvidosa. Em um mercado com DiRT Rally, DiRT 4 e Sébastien Loeb Rally Evo, fica difícil imaginar que a série WRC, que teve dois games ruins nos últimos dois anos, possa se dar bem sem tentar algo novo.

Ah, se WRC 7 fosse bonito como nas imagens de divulgação...
Ah, se o jogo fosse bonito como nas imagens de divulgação…

Antes de tudo, a apresentação fica devendo bastante, pois os gráficos (pelo menos na versão que joguei, de Xbox One) são um pouco borrados. O game roda a 30 quadros por segundo (contra 60 dos concorrentes da série DiRT) e os controles são simples demais – a dirigibilidade é praticamente indistinguível de carro para carro. Os cenários são bonitos, mas vale aquele comentário da análise do DiRT Rally 4: é um jogo de rali, então é esperado que o jogador veja apenas montanhas, terra, neve, mais montanhas, e cascalho, sem muitos detalhes que façam alguém ficar de queixo caído. Uma atualização para o Xbox One X foi prometida, mas ainda não tem data para sair. De qualquer forma, o esperado é que a desenvolvedora apenas aumente a resolução nativa, sem mexer na qualidade geral das texturas ou da modelagem dos carros.

Não que a gente queira que o rali seja disputado num cenário estonteante, tipo Rise of the Tomb Raider, mas WRC 7 chega a lembra jogos do fim da geração passada, com texturas em resolução duvidosa nos carros e torcida que rivaliza em modelagem de polígonos com a de Gran Turismo 6. Na parte sonora, o som dos carros é quase igual em todos eles, e os co-pilotos (além de inglês, ele pode falar em outras línguas como francês, alemão e japonês) parecem ter saído de uma prova do ENEM, tamanho o cansaço na voz dos caras. Há ainda uma bizarra opção de “qualidade de som” (alta ou normal) que, sinceramente, não consegui descobrir para quê serve.

WRC 7 funciona, mas DiRT é bem melhor.
O game funciona, mas DiRT é bem melhor.

Por ter a licença da FIA, WRC 7 traz todas as treze etapas do campeonato mundial de rali de 2017 (e são naquele esquema conhecido de DiRT, com corridas contra o tempo dos adversários, sem outros carros na pista), com todas as localidades oficiais, cada uma com seus cinco estágios de disputa (é, as etapas do rali são divididas em estágios mesmo). Pode ser uma atração para quem é fã de rali, mas realmente não dá para distinguir um traçado oficial de algum fictício que esteja em um DiRT da vida.

Faltou um jogo nessa licença do WRC 7

Todas as equipes e pilotos das três categorias (WRC, WRC 2 e Junior) estão representadas, mas não faz muita diferença. Apesar de termos seis montadoras de veículos, o comportamento dos carros é muito parecido. Parece ser a mesma coisa dirigir um Mini John Cooper Works ou um Citroën DS 3 RS, então, bom, escolha o que tiver mais torque ou relação peso-potência. A resposta dos carros e dos controles também é bem arcade, sem aquela profundidade de DiRT 4 e, principalmente, DiRT Rally.

WRC 7 parece bonito, mas é feio de doer.
Parece bonito, mas é feio de doer.

O problema do modo carreira é que ele não oferece nada além das corridas principais. Não existem eventos de bônus, ou corridas diferentes, ou qualquer coisa que sirva para dar uma relaxada entre as etapas. O pior é que, além de um modo de desafios online, um multiplayer e o “quick race” (em que o jogador configura toda a corrida e disputa apenas uma prova), não há muito mais o que fazer depois de terminada a carreira.

Entre as provas, dá para mexer no carro e fazer reparos, que funcionam como em DiRT Rally mesmo, com o nível do reparo determinado pelo tempo que é gasto nele. Uma discreta opção de “mídia” dá um prognóstico das condições da próxima etapa e… só. Sério! WRC 7 é tão raso quanto um prato de restaurante a quilo e tão sem substância quanto um remédio de homeopatia. Se alguém realmente precisar muito jogar um game com a licença do World Rally Championship, vá em frente. Para todos os outros mortais, não tem jeito: DiRT Rally, DiRT 4 e Sebastien Loeb Rally Evo são melhores em tudo.
 

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