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Antes de Cyberpunk 2077 e suas danças neurais, tivemos Observer. O jogo da Bloober Team apresentava longas sequências psicodélicas onde o protagonista, Daniel Lazarski, invadia os implantes cerebrais de outros indivíduos, rendendo imagens realmente únicas que se destacavam acima de um gameplay relativamente simples. Agora, em 2021, temos Observer: System Redux, uma versão aprimorada do game para plataformas de nova e antiga gerações.

Lançado em novembro de 2020 para PS5 e Xbox Series mas só agora chegando para PS4 e Xbox One, System Redux traz uma série de diferenças em relação à versão original, como novos modelos de personagens, iluminação aprimorada, novas missões secundárias e mais. Neste artigo, discutiremos as principais novidades e como elas justificam – ou não – o novo lançamento. 

In Memoriam

Falecido em 2019, o ator holandês Rutger Hauer deixou um legado brilhante. Conhecido principalmente por seu papel como o replicante fugitivo Roy Batty em Blade Runner, Hauer fez seu último trabalho dentro do cyberpunk com Observer, assumindo o lugar do protagonista Daniel Lazarski. Em um tipo de inversão de papéis, Hauer agora é a “ferramenta corporativa de opressão”, aquele que todos temem.

Com sua voz marcante, Hauer não está particularmente expressivo ou memorável como Lazarski, mas existe um vestígio de emoção na maneira com a qual o personagem interage com o suposto filho Adam. Em System Redux, sua performance é estendida para além do conteúdo principal, ou seja, dá para falar que é sua única interpretação póstuma. Além disso, o game agora abre com os letreiros “In Memory of Rutger Hauer”, reconhecendo o falecimento do ator.

Reconhecendo um grande ator.

Iluminação e ray-tracing

Como a febre que tem se tornado nesse início da nova geração, o ray-tracing surge como um recurso opcional em Observer: System Redux, podendo ser ativado no menu de opções a qualquer momento. Segundo a descrição no jogo, a opção permite que os reflexos nas superfícies ganhem maior fidelidade, algo que é perceptível principalmente em poças d’água e outros ambientes úmidos.

Pessoalmente, não caí de amores pela implementação do ray tracing, mas devo admitir que a iluminação no geral está bem melhor que na versão de 2017. Feixes de luz agora adentram os apartamentos no complexo que Lazarski investiga, com algumas partículas visíveis de pó, dando ao lugar um aspecto de abandono que torna a ambientação ainda mais lúgubre do que era antes.

A iluminação recebeu uma bela melhorada.

Conteúdo secundário

Essa talvez seja a principal diferença de Observer: System Redux diante do jogo original. Enquanto no jogo de 2017 tínhamos alguns casos adicionais que podiam ser visualizados no menu, agora temos três novos casos secundários que podem ser encontrados no complexo de apartamentos explorado por Lazarski. Alguns destes são mais difíceis de encontrar do que outros, então dependem do quanto o jogador está disposto a desviar do caminho principal.

O principal novo caso coloca Daniel na mira de um admirador secreto cujas intenções são duvidosas, trazendo uma camada adicional de mistério. Para encontrar o admirador, o jogador deve encontrar os altares espalhados pelos prédios, o que depende felizmente de mais exploração, algo que eleva a versão System Redux bem acima da original. Pessoalmente, achei que era isso que faltava.

Estes altares levam a um dos novos casos secundários.

Observer: System Redux não irá converter ninguém que não tenha gostado da versão inicial, e aqueles que a apreciaram  também terão dificuldade em encontrar motivos para comprar esta remaster. Mas os que não tenham jogado ainda deveriam priorizar esta versão acima da de 2017 por suas melhorias técnicas e conceituais, principalmente quem está louco por uma experiência cyberpunk de qualidade.

Enquanto isso, a Bloober Team continua fazendo projetos curiosos, como The Medium e agora o suposto revival de Silent Hill, mostrando que tem talento para construir experiências de terror e suspense. Quem sabe não teremos um Observer 2?