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A BGS 2018 acabou e já está deixando muitas saudades, mas agora é o momento que compilamos tudo de bom que vimos por lá e trazemos para o Gamerview. Neste ano, grande parte dos jogos expostos não eram novidade, a maioria já havia sido lançada e a maior parcela dos vindouros lançamentos dos próximos meses estavam concentrados no estande da Sony.

Tive a oportunidade de jogar quase todas as novidades – com exceção de Hitman 2 e LEGO DC Super-Villains que ficaram a cargo do editor Rafael Nery, e Sekiro: Shadows Die Twice, eleito o melhor jogo dessa BGS pelo público. Posso resumir que Kingdom Hearts III não fez feio e foi o meu jogo preferido da feira (sou suspeito pra falar), mas felizmente entortei o nariz para poucos títulos, a maioria me agradou. Sem mais delongas, vamos ao que interessa: meus comentários e impressões de cada jogo não lançado que joguei por lá.

Dreams

https://www.youtube.com/watch?v=odfYSiTpXpo

O próximo jogo da Media Molecule é estranho, mas muito simpático. Sendo composto exclusivamente de minigames, ele faz jus ao seu título: nenhum minigame tem ligação um com o outro, ou sequer tem sentido, afinal é assim que funcionam os sonhos. A demo possuía cerca de 5 minigames, onde 2 deles eram de navinhas (um no estilo clássico de shmup e outro mais moderno, em 3D), 2 podiam ser jogados em multiplayer e o que sobrou era um puzzle. O do puzzle, intitulado “Please Hug Me”, foi o que mais chamou a minha atenção, onde você controla um cubo e deve tentar abraçar vários cones que fogem de você – e até se suicidam para não te abraçar! Não consegui abraçar ninguém, mas é esse tipo de criatividade que espero deste jogo.

O multiplayer do game é simples, mas interessante. Joguei com nosso ilustríssimo Vinícios Duarte e, em um deles, controlamos martelos que devem destruir o chão do adversário em uma competição intensa; o outro era apenas um joguinho genérico de plataforma em que controlávamos robozinhos em um trajeto escuro e deveríamos usar a nossa energia para iluminar o caminho. É realmente muito pouco para podermos julgar, mas isso já nos dá um gostinho de que teremos uma vasta gama dos mais diversos minigames à nossa disposição, fora a possibilidade de criarmos os nossos próprios (uma herança de LittleBigPlanet), o que é ótimo. Dreams é exclusivo do PS4 e chega só em 2019.

Spyro Reignited Trilogy

Sempre preferi Crash a Spyro, mas após ver o bom trabalho que foi feito em Crash N. Sane Trilogy, não tenho como negar que fiquei animado com esse remaster da trilogia clássica do dragão roxo. Assim como em Crash, é exatamente o mesmo jogo que teremos aqui, porém com gráficos muito mais bonitos – logo, a nostalgia é instantânea a partir do momento que tomamos o controle de Spyro.

O nível do detalhes é o ponto mais elogiável aqui, já que basicamente tudo ao nosso redor possui uma certa interação com o ambiente e algumas animações exclusivas para cada inimigo. Quando cuspimos fogo sobre a grama, a ponta do mato fica chamuscada, e os inimigos espalhados ao redor também interagem entre si, então são essas pequenas coisas que tornam este remaster bem feito. Do resto, é exatamente a mesma coisa que você jogou há 20 anos atrás, então se você é fã do Spyro desde a época do PS1, esse é compra garantida – e veja só: ele já lança no mês que vem! Dia 13 de novembro para PS4 e Xbox One.

Days Gone

https://www.youtube.com/watch?v=6uED22JERB8

A minha maior decepção dessa BGS 2018. A Sony vem tendo uma sequência de exclusivos admirável nessa era do PS4, mas infelizmente Days Gone pode ser o jogo que abale um pouco a crítica e os fãs do console. A demo tinha um total de 15 minutos, mas acabei usando a metade do tempo para terminar, já que resolvi seguir o objetivo da missão em questão. Os gráficos estão bonitos e o mapa aparenta ser bem grande, mas aí entra aquele velho questionamento: será que todo exclusivo da Sony precisa ser sandbox e ter o mesmo estilo de câmera pra dar certo?

Logo de cara já não gostei da câmera, que está muito semelhante (pra não dizer idêntica) com a de The Last of Us e God of War (2018), ficando totalmente nas costas do personagem e limitando um bocado a nossa visão. Deu bastante certo com esses outros jogos citados, mas aqui achei que atrapalhou mais pelo fato de ter zumbis por todos os lados e exigir um campo de visão mais amplo para conseguirmos nos cuidar.

O restante foi tudo bem genérico, é apenas mais um jogo de zumbis. Nessa demo, não podemos andar de moto e não encontramos nenhuma horda de zumbis (já começa errado por aí), apenas alguns zumbis esporádicos. As mecânicas já são velhas conhecidas nossa, então muito provavelmente você já vai começar a jogar tendo domínio nos movimentos do personagem. Um detalhe que me incomodou bastante foi a falta de ação/reação dos zumbis aos nossos tiros. Você dá um tiro na cabeça do zumbi e ela nem explode, ele apenas cai “morto” pro lado – o mesmo acontece com pessoas vivas. Isso é no mínimo decepcionante, espero que consertem na versão final.

Ao menos uma coisa me impressionou e é um detalhe bem sinistro: haverá zumbis crianças neste jogo. Tudo bem que são mortos vivos, mas achei no mínimo desconfortante ter que atirar em uma “criança” e isso é bom, porque de uma forma ou de outra é um tipo de imersão. Posso estar enganado a respeito dessas impressões iniciais e torço por isso, afinal jogar fora de contexto é bem diferente de estar imerso em uma aventura desde o princípio, mas apenas no dia 22 de fevereiro de 2019 poderemos descobrir.

Resident Evil 2 Remake

Já havia tido a oportunidade de jogar a demo do Leon na WB Summit há alguns meses atrás, mas agora na BGS 2018 essa mesma demo veio acompanhada de uma demo da Claire. A demo do Leon é bem maior, cobrindo boa parte dos momentos iniciais dentro da delegacia de Raccoon City e tendo direito até mesmo a puzzles. Já com a Claire, temos o momento que ela conhece a garotinha Sherry Birkin, seguida de uma intensa boss fight.

Tudo bem que existe todo um lance de saudosismo com o pessoal da velha guarda e tudo mais, mas convenhamos que a mudança da câmera fixa e controles de tanque para algo mais voltado para os Resident Evil modernos foi a melhor escolha da Capcom. O jogo está realmente com cara de remake, onde além dos gráficos incríveis (que usa a mesma engine de Resident Evil 7) temos todas as mecânicas atualizadas da série, tornando o jogo muito fluído e divertido de se jogar.

O ponto mais forte deste remake é a atmosfera. A Capcom conseguiu deixar Resident Evil 2 com cara de jogo de terror, assim como ainda é com seu precursor. Andar por aquela delegacia completamente escura e parcialmente destruída, ouvindo apenas o som dos seus passos e os gemidos dos zumbis é de arrepiar os cabelinhos da nuca. A escassez de itens deixa o jogo ainda mais próximo do original, então não teremos um shooter intenso como foi do quarto título até o sexto – aqui será a sobrevivência raiz em que cada bala conta e cada erva faz toda a diferença.

Se você já conhece o Resident Evil 2 clássico de cor e salteado e pretende jogar o remake, será uma experiência completamente nova e ao mesmo tempo nostálgica; se você pertence ao time dos que nunca jogaram o clássico antes, esse é um excelente meio de conhecê-lo. Felizmente, estamos a 3 meses do lançamento, então no dia 25 de janeiro de 2019 todos os donos de um PS4, Xbox One e PC poderão desfrutar dessa belezinha.

Devil May Cry 5

Nunca fui muito fã da franquia, mas esse sim me surpreendeu. Devil May Cry 5 já tem tudo para ser o melhor da série e até um dos melhores hack and slashes já feitos. Na demo da BGS jogamos com Nero (o que é uma pena, já que eu estava louco para testar o combate do Dante com a moto) e podemos ter uma noção de como funciona essa mecânica do braço customizável.

Para minha surpresa, o seu braço foge do convencional de apenas trocar ao nosso gosto e aplicar upgrades ao mesmo. Jogando com Nero você se depara com diversos braços pelo cenário, cada um possuindo uma habilidade diferente, e você pode carregar consigo um número limitado de braços. Para trocar ou coletar outro, você primeiro deve destruir o braço que está usando para ativar o próximo, o que também serve como um ataque do personagem. Resumindo: isso torna o combate muito diversificado e de certa forma imprevisível, pois não dá para saber com quais braços estaremos equipados e teremos que improvisar usando tudo que se tem na manga.

Se combar nunca foi o seu forte nos jogos anteriores, DmC5 está bem acessível para todos nesse sentido. Dependendo das opções definidas, com pouco esforço é possível fazer sequências insanas que resultam no tão cobiçado rank SSS, então o combate aqui está muito mais fluído – e é claro, regado a muito heavy metal. Os gráficos até dispensam comentários, já que a engine também é a mesma de Resident Evil 7. O que mais impressiona nessa engine são as expressões faciais dos personagens, que são de um realismo absurdo.

Devil May Cry 5 está delicioso e me deixou com gostinho de “quero mais”, mas só em 8 de março de 2019 (PS4, Xbox One, PC) poderemos saciar essa vontade. Só não superou o campeão dessa BGS 2018, que vem a seguir.

Kingdom Hearts III

Finalmente! Depois de tanta espera e desde 2013 se conformando apenas com um trailer ali e outro aqui, a Square Enix resolveu trazer um gostinho de como está sua obra-prima e quem foi para a BGS teve a oportunidade de conferir em primeira mão. O que vimos nos vídeos simplesmente se confirma ao jogarmos: Kingdom Hearts III tem tudo para ser o melhor jogo da franquia.

Na demo podíamos escolher entre uma boss fight no Olympus Coliseum contra o Rock Titan ou jogar um trechinho da Toy Box, o mundo de Toy Story e um dos mundos inéditos do jogo. Primeiramente, a Unreal Engine 4 caiu como uma luva para o título, pois nada tira a sensação de estarmos jogando as animações que inspiraram cada mundo. A Square Enix pegou todos os melhores elementos das mecânicas dos demais jogos e misturou aqui, então uma das principais novidades é o wall running, que nos permite correr livremente pelas paredes do cenário e dar um dash no ar a partir delas, semelhante ao Flow Motion do Dream Drop Distance. Ainda não se sabe se isso é uma mecânica aplicada apenas a alguns mundos ou algo definitivo, mas como a podemos usar nas duas fases disponíveis nessa demo, tudo indica que é uma nova habilidade de Sora.

Já no combate, os limit breakes que vão surgindo conforme lutamos vão muito além de apenas golpes baseados em elementos ou magias. Aqui a diversidade no combate é grande e, além dos limits que o trio já traz consigo, temos limits exclusivos de cada mundo e eles são muito diferentes um do outro: enquanto um te coloca dentro de xícaras em uma espécie de “carrinho de bate-bate”, outro dá a Sora um martelo gigante e destrutivo, e mais outro te coloca em um navio mágico que destrói todos os inimigos ao redor. Isso não só torna o combate muito divertido como também é incrível visualmente falando, já que os efeitos são de cair o queixo.

As lutas contra os chefes também estão muito criativas e aparentemente sempre teremos momentos para quebrar a repetição do jogo, o que é excelente. Outra alteração importante é a possibilidade de termos mais de três membros na nossa party, onde nos demais jogos deveríamos substituir ou Donald ou Goofy pelo personagem especial daquele mundo, e aqui não! Nesse mundo, por exemplo, além de Donald e Goofy também temos Woody e Buzz na party, todos ao mesmo tempo.

A demo é curta, mas felizmente a espera também será, já que o jogo está prometido para 25 de janeiro de 2019 (mesmo dia de lançamento do Resident Evil 2 Remake) para PS4 e Xbox One. Pra quem ainda não jogou os outros jogos da série, ainda dá tempo de correr atrás do prejuízo, ainda mais com essa vindoura coletânea que vem com absolutamente todos os jogos da franquia para o PS4. Só assim vocês poderão tirar total proveito desse que promete ser um dos melhores jogos dos últimos tempos.