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O dia 04 de Maio, para os fãs brasileiros, tem mais um significado especial: o lançamento do “novo” Mega Drive e a comemoração dos 30 anos da Tectoy. Com alguns dos principais veículos, a empresa brasileira de tecnologia e brinquedos realizou um pequeno evento para mostrar ao público a nova edição de um dos consoles mais amados no país, e o Gamerview marcou presença.

Em uma pequena casa de eventos paulistana, Tomás Diettrich e Stefano Arnhold, da Tectoy, contaram com a presença de Tsurumi Naoya, COO da SEGA, e o apresentador Luciano Amaral para um bate-papo sobre a história da empresa e consoles japoneses no Brasil, além da parceria duradoura entre Brasil e Japão.

Entre um problema técnico e outro, do microfone e chiados no som à tentativa de rodar três vídeos via YouTube numa péssima conexão, descobrimos curiosidades sobre as empresas. Embalado pelas perguntas do Lucas Silva e Silva, Stefano defendeu a parceria com a SEGA devido os laços de confiança, após ter descartado uma possível parceria com a Sony para distribuição do PSOne e até mesmo considerar o histórico da Tectoy como case de sucesso perante a presença da Nintendo no Brasil durante a década de 90. Sem deixar de alfinetar um dos seus principais concorrentes, a Gradiente, sobre a tentativa de inviabilizar tal parceria.

Todo esse histórico nos trás ao cenário atual: a Tectoy retorna ao mercado brasileiro o console original do Mega Drive, com entrada para cartuchos e jogos via cartão SD. Foi a partir de uma breve pesquisa com os fãs, além do passado da empresa brasileira ao conquistar de 80% do mercado nacional na era 8-bit, além do sucesso com Zillion, que abriu portas para a SEGA entrasse na onda da Nintendo, com o lançamento do NES Classic, e optasse pelo retorno do console 16-bit ao Brasil.

As primeiras unidades do Mega Drive começarão a ser distribuídas a partir de terça-feira que vem, com jogos no cartão SD e o tradicional controle de três botões. Mesmo que ainda sem cartuchos no mercado, a Tectoy anunciou a parceria com a Maurício de Souza Produções para o lançamento de Mônica na Terra dos Monstros. O alto escalão da Tectoy prometeu mais novidades em breve e comentou que tentaram viabilizar o lançamento de Ayrton Senna’s Super Monaco GP, porém por questões de direitos autorais o jogo pode não acontecer.

Como nem tudo são flores, a nova versão do Mega Drive continuará com limitações no som, problemas de compatibilidade com alguns dos antigos cartuchos por conta de pinagem ou processamento, além de não oferecer qualidade HD para os jogos. Defendido como contenção no valor de produção e limitações por desejarem algo próximo do original, o novo velho console continuará com as limitações de sempre. No entanto a empresa pensa na expansão do negócio, com mais cartuchos e um possível retrofitting para jogos de Master System.

Ao final do evento tivemos a oportunidade de testar o console. Sem retrabalhar a ergonomia dos controles, que chegam a doer a mão após algumas horas, e com um sistema quase em uma versão simples do RetroPie, inclusive com loading para os jogos, o novo Mega Drive não inova em nada e apresenta uma biblioteca de 22 jogos que podem desagradar aos mais exigentes.

No fim, a Tectoy não está comercializando apenas um antigo console para os gamers mais velhos, mas sim uma dose de nostalgia e a possibilidade das novas gerações terem contato com a história dos videogames. Afinal se fôssemos apenas pela oferta do produto, com certeza o novo Mega Drive perde para qualquer emulador e suas incontáveis ROMs que existem hoje em dia para qualquer sistema operacional, console ou dispositivo.