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Em 1990, a Sunsoft lançou Journey to Silius para o Nintendinho, e por muito pouco não foi um jogo baseado no filme Exterminador do Futuro. Jogos baseados em filmes não costumam ser grande coisa, mas felizmente ou infelizmente na última hora a Sunsoft perdeu os direitos para produzir um jogo baseado no filme, e o mundo ganhou mais uma pérola da era de ouro do Nintendinho.

Journey to Silius é um jogo de plataforma de scroll lateral, no estilo run-and-gun, a manjada fórmula de correr e atirar que foi muito usada durante toda a vida do Nintendinho. É um jogo extremamente polido, recheado com muita ação, e com uma das melhores trilhas sonoras que eu já ouvi, cortesia do mestre compositor Naoki Kodaka.

Drama adolescente

A história de Journey to Silius acontece na era espacial no ano de 0373, quando o mundo ficou super populado e a população se viu obrigada a migrar para as colônias espaciais. Uma dessas colônias fica no sistema solar Silius, e o protagonista do jogo, Jay McCray, é um adolescente cujo pai trabalha como cientista na colônia espacial 428. Mas um dia essa colônia vai pelos ares em um atentado terrorista, ceifando muitas vidas, incluindo o pai do Jay. Para conseguir justiça, Jay decide se vingar dos terroristas, e Journey to Silius é mais uma bela história de um adolescente revoltado caçando terroristas intergaláticos. Com uma narrativa assim, eu te pergunto: como não jogar Journey to Silius? Esse jogo é a pura magia politicamente incorreta da década de noventa.

Journey to Silius tem apenas inimigos robóticos.

O gameplay de Journey to Silius não é muito diferente de outros jogos run-and-gun do mesmo período, como Contra ou Megaman. Jay corre, pula e atira para os lados, mas não pode atirar para cima, e essa limitação certamente dificulta bastante as coisas. Jay começa o jogo com duas armas e conseguirá outras derrotando os sub-chefes das fases, como metralhadoras, lasers e lançadores de granadas. Várias dessas armas consomem munições especiais, que estão espalhadas de forma minguada pelos cenários do jogo. São ao todo cinco fases, portanto o jogo não é longo, mas vai exigir persistência do jogador.

O melhor fica para o final

Em 1990, o Nintendinho já estava com 5 anos de idade e se aproximava do fim do seu ciclo de vida comercial. A Sunsoft, a essa altura, já sabia como extrair o máximo que o console da Nintendo tinha para oferecer nos gráficos e nas músicas. Journey to Silius é um dos jogos mais impressionantes da plataforma, os chefes de fase são gigantes e costumam tomar toda a tela. Os cenários são muito detalhados e fazem excelente uso das cinquenta e duas cores que o Nintendinho oferecia. Some aí a trilha sonora sensacional do mestre Naoki Kodaka e fica muito difícil largar o controle depois de começar uma partida.

Um dos chefes de fase gigantes de Journey to Silius.

Às vezes é difícil de acreditar que uma desenvolvedora como a Sunsoft, mesmo sendo bastante reconhecida pelo seu trabalho no Nintendinho, não alcançou o mesmo nível de popularidade de outras empresas como Konami e Capcom. A Sunsoft tinha um time de ouro na era dos jogos 8-bit, e ela contribuiu absurdamente para o sucesso do console da Nintendo.

Improvisar é preciso

No começo desse post, eu mencionei que Journey to Silius quase foi lançado como um jogo do filme Exterminador do Futuro, e repare que todos os inimigos do jogo são de fato robôs, e o jogo acontece em um futuro alternativo. Não é difícil imaginar que Journey to Silius foi todo pensado assim, mas alterado para um tema diferente depois que a Sunsoft perdeu a licença do filme. O jogo inclusive foi planejado para ser lançado em 1989, mas foi adiado em um ano para fazer as modificações necessárias.

Bateu aquela vontade de jogar Journey to Silius? Não tem problema, saiba que ele não é um jogo dos mais caros, e nem dos mais difíceis de encontrar no Nintendinho. É um título relativamente comum, mas é um jogaço que merece sua atenção.

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