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Como funciona o Nuzlocke em Pokémon?

  • Regra 1 – Apenas o primeiro Pokémon de cada local visitado pode ser capturado. Se derrotá-lo em batalha, sua chance se perdeu ali.
  • Regra 2 – Se o seu monstro de bolso chegar a 0HP, terá de descartá-lo do seu time.
  • Regra 3 – Caso a sua equipe inteira perder o combate, você recomeçará o jogo do zero.

Já vendo o final do jogo se aproximando cada vez mais e com apenas quatro Pokémon em minha equipe, decidi que estava na hora de adicionar monstros para completá-la. Porém, o que eu tinha nas boxes não me ajudariam em absolutamente nada. Com Blastoise, Graveler, Vileplume e Dodrio, o que podia ter ali que ainda não tivesse considerado? Pidgey, Spearow, Magikarp ou o Gastly, talvez?

Para mim, a resposta não era nenhum deles. Ainda tinha algumas rotas para explorar e quem sabe eu não conseguiria trazer nada interessante nisso. Ao contrário do game inteiro, qual a sorte não esteve ao meu lado e após algumas das perdas que tive no caminho, finalmente deu para ter esperanças quando entrei na Rota 15. A primeira criatura que me apareceu no mato foi um Venonat, o que me deu um sorriso bem espontâneo. Era a substituta perfeita para Butterfree, que se foi na Parte 3 e ainda contava com o tipo Venenoso, qual minha Arbok era a detentora do grupo.

Na rota 15 tive e felicidade de encontrar um Venonat.

Poucas batalhas foram o suficiente para transformá-lo num Venomoth e deixar um Pokémon completamente efetivo, com direito a Psybeam em seu moveset. Ou seja, com ela no grupo, faltava apenas um para completar a equipe e na Rota 14 eu tive outra surpresa. Quem me aparece na frente senão Ditto? De longe é o monstrinho mais raro que eu teria a oportunidade de capturar e não perderia essa chance, nem se me pagassem. Nada quem um Sleep Powder de meu Vileplume não desse conta e a Great Ball não finalizasse.

Alguns diriam que ele nem é tão útil em combate assim e eu concordo plenamente. Nas atuais gerações, quando você encontra um Ditto com a habilidade Imposter, ele até pode causar um certo impacto em combate. Mas, estrategicamente, gastar um turno utilizando Transform para atacar apenas no segundo pode desestabilizar toda a batalha. Ou seja, usá-lo contra Lance e seus dragões não parecia a melhor ideia do universo e podia tirar uma vaga da minha equipe com algo que podia causar mais impacto.

Pokémon

Ditto é o Pokémon mais raro que capturei em toda a jornada.

Mas convenhamos, eu podia estar feliz por uma captura tão rara, não podia? Lembrei das cidades que não capturei nada nos lagos e aproveitei que estava com a Super Rod para fazer um grande passeio entre alguns locais. Começando pela cidade de Viridian, lá pesquei um Poliwag e a mistura entre os tipos Água e Lutador me atraiu demais. Já tinha o Blastoise na equipe, porém nenhum monstrinho do segundo tipo, já que meu Mankey foi perdido ainda no Rock Tunnel. E ali estava decidido o sexto membro da equipe.

Aproveitei a exploração que estava fazendo e dei uma esticada de volta na Rota 10 de novo e segui o riacho, para acabar na Power Plant. Obviamente que eu não estava em busca de Zapdos, mas uma adição elétrica também seria ótima. Ainda pensando em Lance, a maioria dos monstros dele são ou do tipo Voador ou Água, fora da sua especialidade em Dragões. Se eu não podia acabar com um dos lados, quem sabe do outro? E eu estava esperando por um Voltorb ou um Magnemite, o que estaria ótimo. Mas me apareceu um Electabuzz.

Electabuzz é um dos Pokémon elétricos mais fortes do jogo.

Certo que ele se torna uma verdadeira potência na quarta geração, com a inclusão de uma nova evolução para ele, Electivire. Porém, eu compararia o Pokémon com o poder elétrico que devia ser considerado dentro da mecânica de FireRed. Eu já estava com a equipe completa, porém eu acreditava fielmente que ele se uniria ao time na primeira queda que houvesse até os trechos finais do game. Vamos ser sinceros, caros leitores, faltavam três insígnias, a Victory Road e a batalha derradeira contra a Elite dos 4. Achar que aquilo estaria definido assim seria esperançoso demais da minha parte.

VS Giovanni – Parte 2

Completamente satisfeito com a minha caçada, que em meu ego compensou a falha imensa que tive ainda na Safari Zone, estava na hora de seguir minha jornada. Poliwag foi treinado para chegar em Poliwhirl e com o uso da Water Stone cheguei ao Poliwrath já, Venomoth também já estava mais do que encaixado, bastava prosseguir diretamente para dentro da cidade de Saffron. Completamente tomada pela Equipe Rocket, o time estava dentro da empresa Silph Co. atrás do item mais cobiçado de todo o jogo: a Master Ball.

Pokémon

A Equipe Rocket invadiu a Silph Co. atrás da Master Ball.

Caso não a conheça, ela é capaz de capturar qualquer Pokémon que exista de primeira. Não tem brincadeira ou temores com ela, independente em qual criatura jogar ela vai fazer o serviço. Muita gente a reserva para o Mewtwo, alguns a guardam para o encontro com um dos três cães lendários que aparecem no pós-game…para mim, não havia um uso muito efetivo dentro do Desafio Nuzlocke. Afinal de contas, se eu sempre estava pegando o primeiro que encontro em cada localidade, só abriria uma exceção nisso em algum Shiny ou algo do gênero.

Depois do esconderijo da Equipe Rocket em Celadon, onde Giovanni derrubou meu Raticate, eu estava com a atenção redobrada e pronto para assumir um desafio de não deixar nenhum dos monstrinhos ter seu HP reduzido a zero. Era questão de orgulho já. E subi todos os andares me preocupando com isso em mente, derrubando os bandidos um por um. Minha sorte é que, durante a minha caçada e treino, o nível da minha equipe se elevou bastante e não senti nenhum desafio nisso. Aí me reencontrei com Giovanni.

Giovanni está no último andar, com o presidente da Silph Co. sob suas garras.

Chegando ao final da minha invasão e livrando a maioria dos funcionários das garras dos bandidos, chegou a vez de salvar o presidente da Silph Co. das mãos do líder da organização criminosa. Ok que eu tinha me preparado, mas não sabia que tinha aumentado o nível até demais do meu time para enfrentá-lo. Com toda a equipe por volta do lv.44, quem disse que Giovanni foi um oponente à altura? Meu Poliwrath e a Vileplume foram o suficiente para esfregar a cara dos monstros dele no concreto e fazê-lo fugir dali.

Com o resgate, eu recebi a tão estimada Master Ball e consegui salvar toda a empresa do ataque dos vilões. Ainda tinham mais duas atividades que me restavam em Saffron. Uma delas era passar pelo pseudo-ginásio Lutador, onde eu nem preciso dizer que foi rápido para derrubar todo o dojo. Escolhi um Hitmonlee só por desencargo de consciência e me dirigi ao ginásio para enfrentar a Sabrina. Eu sei que vocês também querem ver esse final tão rápido quanto eu e não estava disposto a perder muito tempo nisso.

Pokémon

Se tiver um Pokémon voador no time ou um psíquico, o dojo é facílimo.

Alakazam e o perigo do Pokémon Psíquico

A Insígnia do Pântano tem um caminho bem espirituoso, para não falar confuso. Com quatro portais de teletransporte, é impossível não se perder um pouco a caminho da líder. Enquanto avançava ali, um dos combates me deu um susto tão grande que achei que meu descuido faria perder um de meus Pokémon numa bobeira. Um dos treinadores usava o Mr.Mime e achei de lutar contra ele usando meu Graveler. Depois de invocar um Reflect, o bicho não inventa de soltar um Magic Leaf? Lembra o que eu falei sobre 4x de dano? Por muito pouco não o perdi ali, o que me deu até um frio na barriga.

Mas de resto, todo o caminho foi mais tranquilo. Venomoth com Psychic já deu conta dos treinadores que tinham Pokémon fantasmas no time, enquanto Blastoise e Graveler derrubavam o restante com a força bruta mesmo. Dodrio fazia uma participação aqui e ali, com seu Tri Attack que derrubava vários monstros facilmente. Obviamente deixei meu Vileplume e Poliwrath de fora, já que ambos sofrem mais dano contra a especialidade do ginásio em questão.

Faltou pouco…

Já encarando a Sabrina de frente, após um tempinho enrolado nos teleportes, tive uma noção da razão dela ser tão temida. Seus Pokémon não são nada de absurdo para serem enfrentado, mas em Pokémon FireRed o tipo Psíquico não continha muitas fraquezas que podiam rebatê-los. Sem monstros Noturnos dentro do título nem e o Venomoth sem nenhum golpe do tipo Inseto, não seria uma batalha muito simples. Mas daria para enfrentar sem me arriscar tanto. Ou foi assim que pensei.

Quando me deparei com Alakazam, logo coloquei Bubbles, meu Blastoise que acompanha a minha jornada desde o início. Com Surf, Bite e Strenght, não acreditei que poderiam haver problemas e logo venceria o Pokémon mais forte de minha adversária. Após o que passei contra Weezing no último ginásio, perdendo minha Arbok, eu não subestimaria outro ginásio. Porém o Bite não é um golpe muito forte e ele ficou com a sua barra de HP no amarelo. E veio o fatídico Psychic. Veio o critical hit. E meu Blastoise cedeu, caindo junto com o meu queixo por estar vendo o fim de meu monstrinho inicial e um dos piores cenários acontecendo.

Pokémon

Adeus, Blastoise.

Vamos combinar, um Alakazam nem precisa de muito para fazer estrago. O seu ataque especial é algo absurdo e, mesmo estando poucos níveis abaixo do meu Blastoise, era certeza de causar mais dano com seu golpe principal. Sabe aquele momento onde você pausa o jogo, olho para os lados e pensa “putz, o que faço agora?”. Confesso que, com Pokémon eu nem me lembro quando foi a última vez que tive essa reação. O desafio Nuzlocke é cruel e não dava espaço para se lamentar. Se eu não me cuidasse, Alakazam levaria outro em seguida.

Dodrio foi escolhido para finalizar a batalha, o seu Tri Attack levou a queda de Alakazam com a garantia que eu receberia a sexta insígnia. Mas a cada trecho esse caminho parecia mais difícil, já que mesmo não me apegando muito a todo o time mais, o Blastoise foi responsável por muitas vitórias e me ajudaria bastante contra os próximos desafios. Ou seja, o adeus ao parceiro, apesar de inevitável, era o pior possível que um treinador podia encarar.

Mesmo com Poliwrath na equipe, foi pesado dar Release no Blastoise. Ele é muito poderoso e seu tipo duplo me daria mais vantagem, porém nem se comparava ao peso emocional que o Pokémon inicial carregava. Respirando fundo, resgatei Electabuzz da minha box e ia treiná-lo enquanto percorria o caminho para o próximo ginásio, na cidade de Cinnabar. O final estava cada vez mais próximo, faltando apenas duas insígnias e o desafio final. O que mais eu perderia até chegar lá?

Continua…