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Em 2015 considerei Forza Motorsport 6 o melhor game de corrida já lançado para consoles Xbox. A sétima versão tem mudanças pouco substanciais – o salto da quinta para a sexta versão foi muito maior -, mas as melhorias são suficientes para Forza Motorsport 7 merecer esse título a partir de agora.

Caixas e mais caixas?

Antes de continuar com a análise, é preciso desmistificar a polêmica das caixas de itens. A grande bronca dos jogadores logo após o lançamento foi o fato de que o passe VIP, que nos games anteriores da série garantia o dobro de pontos de experiência após cada corrida (para sempre), veio diferente no Forza 7, com apenas um conjunto de mods de uso único, e sem o tal dobro de XP que tanto atraía as massas para a versão mais cara do game. Diante da avalanche de reclamações, a Turn 10 tratou de corrigir isso em poucos dias, reintroduziu o bônus de XP e ainda deu alguns brindes, como carros lendários e mais uma quantidade de créditos dentro do jogo.

Dito isso, sim, Forza Motorsport 7 tem as tão temidas e odiadas caixas de itens aleatórios que se tornaram tão recorrentes em praticamente todos os grandes games atuais. A mais cara, que custa 300 mil créditos, dá uma “chance” de ter um carro lendário, mas ainda inclui carro, acessório para o piloto (itens estéticos apenas), mods e emblemas. Na outra ponta, a caixa mais barata vem com quatro mods, que funcionam da mesma forma como em Forza 6 – modificações para a corrida que podem render créditos extras ao final da prova. Em um deles, o jogador só pode usar a visão do cockpit, por exemplo, enquanto que em outro ele recebe um bônus de créditos ao terminar a prova entre os três primeiros colocados.

A bela pista de Dubai é uma das novidades

É sempre bom lembrar que a série Forza é extramemente generosa ao distribuir créditos aos jogadores – por ter jogado os outros games da série e já ter um nível alto no aplicativo oficial do game no Xbox One (vale a pena, viu?), já comecei minha campanha com nada menos que nove caixas de itens, além de quase 300 mil créditos de bônus. Ninguém vai ter problema em juntar créditos e comprar carros, mas é preciso adquirir as caixas para poder ter acesso aos itens estéticos.

O maior Forza da história

Agora, vamos ao jogo: a fórmula mudou pouco em relação ao Forza Motorsport 6. Aqui, temos uma boa seleção de cerca de 700 carros, incluindo uma boa quantidade de modelos de rua de marcas alemãs (que não apareceram em bom número em Project CARS 2), e até os da Nascar, que foram DLC no Forza anterior. Importante lembrar que não há carros de rua da Toyota no game. Nenhum, por mais estranho que isso possa parecer. De qualquer jeito, a seleção de automóveis é de fazer inveja a qualquer outro game, com uma seleção desde clássicos do passado até raridades, passando por superesportivos e caminhões.

Já a seleção de pistas inclui aquela boa e velha mistura de circuitos clássicos da série, como Maple Valley, Alpes e Praga, além da lista de pistas reais, que já víamos desde o início da franquia. Uma novidade é o circuito de Dubai, amplamente utilizado no material de divulgação do game. Já o percurso de rua do Rio de Janeiro, que estreou em Forza 6, marca presença novamente.

Esta é a nova câmera do cockpit

A modelagem e os efeitos realmente parecem no nível dos de Forza 6. A grande adição para este ano está nas mudanças climáticas ao longo da corrida – como Project CARS 2 já faz muito bem, mas em escala menor. Aqui, as mudanças são pré-definidas, e não é possível selecionar quais alterações climáticas o jogador vai querer para cada pista, nem a ordem em que elas ocorrem. É um começo, e as transições parecem mais sutis do que em Project CARS 2.

De resto, graficamente, Forza Motorsport 7 não dá um salto em relação ao game anterior, até porque Forza 6 já era excelente tecnicamente. Rodando a 1080p nativo e 60 quadros por segundo (e sem queda em nenhum momento), com bons efeitos de luz e, principalmente, de chuva, o game continua muito bonito. Não sei se ainda há como melhorar o visual em um hardware de quase 4 anos, mas ficamos na expectativa de ver o jogo rodando ao vivo no Xbox One X.

Durante a jogatina uma nova opção de câmera me chamou a atenção: além da visão do cockpit (aquela em que o jogador vê o painel e as mãos do piloto), há uma mais avançada (em que o jogador vê o painel, mas não vê o volante). Parece a câmera do antigo arcade Gale Racer, e me agradou mais que a minha câmera favorita (que era a do cockpit). Não lembro de ter visto mais gente comentando sobre isso, então, fica a dica. Ainda sobre a dirigibilidade, agora a câmera balança mais em altas velocidades e em curvas, e talvez essa seja uma das grandes diferenças em relação ao Forza 6. É um truque para deixar a pilotagem mais emocionante, que na minha opinião acabou dando certo. Outros jogos utilizam este recurso, que parece estar virando padrão em títulos de corrida.

Clima dinâmico, mas apenas em certas pistas

No som, sem novidades: o ronco dos carros continua bom, mas eu senti que nesse a Slightly Mad acabou fazendo um trabalho melhor em Project CARS 2 em alguns dos pontos, como você poder ouvir melhor as trocas de marchas ou aquele ruído metálico de alguns dos veículos – pode até ter sido exagero da parte deles, mas eu gostei mais. De qualquer forma, os efeitos sonoros são bons, apesar das músicas serem todas passáveis. A primeira coisa a se fazer é desabilitar todas elas.

Além dos tradicionais modos online (que incluem o multiplayer e o rivais), a campanha principal para um jogador tem algumas poucas novidades. São seis campeonatos principais, e cada um deles conta com seus próprios torneios, divididos em categorias. Só dá para passar para o próximo campeonato juntando um determinado número de pontos nesses torneios. Quer dizer, o jogador não precisa necessariamente terminar os torneios entre os três primeiros para avançar, apenas juntar os pontos necessários, mesmo vacilando em uma ou outra corrida. Como é de praxe em Forza, há eventos especiais ali no meio para quebrar a rotina das corridas, como o boliche, aquelas corridas de ultrapassar um número determinado de carros mais fracos, ou o Autocross, de passar entre cones no menor tempo possível.

Caixa de itens: você ainda vai comprar uma

Colecione todos

Uma característica que talvez possa fazer os mais puristas torcerem o nariz é o fato de Forza 7 te forçar a colecionar carros, já que certos eventos só são liberados depois que você atinge um determinado nível de colecionador, além de já ter atingido o nível para chegar àquele campeonato, alguns eventos lá dentro exigem um certo nível de colecionador… vai entender. Esse nível só aumenta conforme o jogador for comprando carros, então, invariavelmente, muita gente vai se ver adquirindo carros que nem precisa, apenas para evoluir. Não vai ser problema para ninguém, porque, como já falei, Forza é muito generoso na hora de dar créditos, mas não deixa de ser uma opção estranha. No meu caso, não mudou em nada a evolução na campanha.

Chega uma hora que fica difícil para uma série de corrida evoluir, e Forza parece ter chegado a este ponto em 2015 na sua sexta versão. As novidades existem, foram poucas, mas todas para melhor. Então, pelas qualidades do modo carreira, a seleção imbatível de carros e o esmero técnico na parte visual, Forza Motorsport já sai bem na briga entre os melhores jogos de corrida do ano, junto de F1 2017, Dirt 4 e Project CARS 2.

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