Quando perguntado pela Polygon sobre como foi o desenvolvimento da relação entre Kratos e Atreus, Cory Barlog, diretor do novo título responde, “Esse relacionamento se desenvolveu ao longo de muitos anos. Mas acho que digo muito melhor agora. Como estávamos descobrindo todas essas coisas, eu meio que tinha minha própria versão muito grosseira de um homem”.
O desenvolvedor comenta também que não se atentava muito aos detalhes do tipo de visão que acrescentava em jogos que trabalhou anteriormente, e afirma, “[…] à medida que envelheço, vejo as coisas de forma um pouco diferente. Esta lição que eu esperava passar [para meu filho]: que os conceitos de força e vulnerabilidade emocional e a capacidade de estar livre para sentir qualquer emoção, não são dois conceitos conflitantes ou opostos.”
Explicando um pouco das origens de Kratos e o que o levou a se tornar o que se tornou, Barlog diz, “Aos 8 anos de idade, [Kratos] entrou no programa de treinamento militar mais temível da história da humanidade. Os espartanos eram transformados em máquinas, instrumentos de guerra, […] isso absolutamente o transformará no que Kratos se tornou. Há pouca humanidade que ele tenha deixado [após os jogos anteriores de God of War], mas eu não acredito que alguém esteja tão distante que não tenha uma maneira de afastá-lo da beira do abismo. Eu acho que tem sido uma chance fantástica de poder levar isso para o Kratos”.
Falando sobre o filho de Kratos, Barlog expressa, “[Atreus] não foi totalmente criado por Kratos. [Sua mãe] Faye fez muito do trabalho inicialmente. [Kratos] estava gastando muito tempo na floresta, tentando descobrir como obter o controle de seus demônios interiores, o monstro dentro dele que nós, como seus criadores, [até então] permitimos estar fora o tempo todo. Então, nós somos, em grande parte, responsáveis pelo fato de que [Kratos] é o monstro em todos os momentos, e agora estamos, por sua vez, assumindo nossa responsabilidade de ajudá-lo a equilibrar essas coisas”.
Sobre a jornada que aguarda os dois, o desenvolvedor diz, “[…] [Kratos] não é muito bom no começo, e isso é tão fascinante, certo? Que uma criança pequena, de 10 a 12 anos, possa ensinar a esse cara que viveu por centenas de anos? Que subiu ao trono do panteão dos deuses gregos e foi responsável pela queda de muitas dessas divindades. Ele tem muito a aprender a fazer. Honestamente, […] [gostaria que] as pessoas olharem para isso e puderem observar que há uma complexidade em ser um ser humano […] e também que há diferentes maneiras de se comportar, não apenas do jeito que era antes.” conclui Barlog.