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Pense rápido: a complexidade de um jogo implica diretamente em sua qualidade? RPGs geralmente trilham esse caminho, dando ao jogador uma enorme gama de possibilidades e mecânicas complexas. Porém, quando Reigns foi lançado em 2016, a fusão do gênero de cartas com RPG se mostrou viável e, mais importante, extremamente simples para o jogador. Desenvolvido pela Breakfast Studio, Little Dungeon Stories tenta seguir o legado deixado por Reigns e provar que uma mecânica simples pode também ser divertida.

In the dungeon, no one can hear you scream

A simplicidade do jogo pode ser notada logo no começo, onde o jogo começa sem um menu principal. De início, você é forçado a escolher um entre quatro atributos antes de começar sua jornada. Cada atributo lhe dará um bônus, alguns podendo ter algumas desvantagens atreladas. O cenário é de uma masmorra, mas o motivo de você estar ali nunca lhe é contado, deixando o jogador sem saber qual é o seu objetivo.

Cabe ressaltar que, apesar de sempre começar do mesmo jeito, os personagens mudam a cada novo jogo. Isso significa que o estado base e os atributos iniciais sempre serão diferentes. É importante prestar atenção nesses detalhes, pois um personagem com um alto valor de carisma, por exemplo, poderá comprar itens por preços mais em conta.

Imagem do jogo Little Dungeon Stories
Escolher o atributo inicial é extremamente importante.

Além dos atributos de estado, logo abaixo é possível observar os itens disponíveis durante sua caminhada na masmorra. Apesar de serem apenas três itens únicos, eles possuem várias utilidades. A tocha, por exemplo, evita surpresas desagradáveis ao jogador durante sua aventura, mas também pode ser utilizada para criar uma arma de madeira.

Note que, logo acima das cartas, existem quatro informações de vital importância dentro do jogo. Elas representam, respectivamente: vida, energia, humanidade e o dinheiro do aventureiro. Não deixe nenhum desses indicadores chegar a zero, pois isso resultará no fim da sua aventura em Little Dungeon Stories.

A jornada é longa e o caminhar é lento

O gameplay aqui é simples: você arrasta as cartas para esquerda ou para direita. Fácil e objetivo, é sua tarefa escolher entre duas possibilidades para sobreviver dentro dessa masmorra. As complicações estão justamente nessa escolha já que, as vezes, o coração das cartas pode te trair e oferecer caminhos não muito agradáveis.

Imagem do jogo Little Dungeon Stories
Perder muita vida e pouco dinheiro ou muito dinheiro e pouca vida?

Algumas decisões são passíveis de modificadores especiais. Esses modificadores podem complicar sua vida, então é importante tomar cuidado. O lado ruim é que, se você não tem experiência no jogo, é impossível saber qual decisão irá acarretar em um modificador ruim, já que não é avisado na interface. Um grande exemplo é a cegueira, pois quando seu personagem adquire esse traço, não é possível saber a quantidade exata do custo de uma ação até que ela passe.

O combate é outra mecânica bem simples. Você tem a escolha de lutar com sua espada ou seu escudo; caso escolha a espada, o duelo dependerá do atributo de força, enquanto o escudo depende do atributo de defesa. Se esse valor for menor que o do oponente, você irá matá-lo ao custo de pontos de vida caso tenha escolhido a espada ou energia caso tenha escolhido o escudo. Note também que, assim como no caso da escolha de armas, não é possível saber a quantidade exata do atributo dos inimigos, sendo possível apenas saber se o número é maior ou menor.

Imagem do jogo Little Dungeon Stories
A morte chega de várias formas.

Ao final de cada jogo, uma pequena carta descrevendo brevemente sua aventura aparece. É apenas um toque cosmético, já que ela é gerada automaticamente baseada nas suas decisões, escolhendo alguns fatos. A pontuação geral, baseada nos seus atributos e no quão longe você foi, também é mostrada ao fim da jornada. Novas cartas são desbloqueadas após uma tentativa frustrada, o que visa adicionar um fator replay interessante.

Por fim, Little Dungeon Stories é um jogo que bebeu muito da fonte de jogos conhecidos como “tinderlike”, mas que, por enquanto, não traz nada de novo ao estilo. Os desafios são repetitivos e os inimigos dão as mesmas recompensas a cada jogo, o que é conflitante uma vez que o fator replay é algo importante para jogos desse estilo. A interface é, apesar de simples, pouco desenvolvida e carece de algumas informações relevantes para a aventura. É um jogo que tem um potencial enorme, porém no momento ainda carece de conteúdo.