Skip to main content

O rei dos Bretões nunca morre! E King Arthur Knight’s Tale é a prova – quase – viva disso. O rei Arthur está de volta dos mortos e cabe a você, Sir Mordred ser o Uber medieval que vai levá-lo para o fim do mundo de onde saiu. Aparentemente ele não vem sendo o melhor dos governantes e a Dama do Lago decidiu trazer você para fazer o serviço sujo depois que ela soltou o rei em Avalon.

Em acesso antecipado, o novo jogo da NeocoreGames – não necessariamente famosa pela série de jogos hack’n’slash de Van Helsing e a série Inquisitor de Warhammer 40.000 – promete ser um híbrido único entre RPGs de ação com foco no personagem e jogos táticos por turno. E, pela primeira vez, vejo uma promessa ousada dessas com uma expectativa de cumprimento.

Andorinha africana ou europeia?

Corre pela boca-pequena que aquela história do rei dos Bretões não morrer foi entendido meio errado pelo pessoal… Logo após o embate mortal entre o Rei Arthur e Mordred, a Dama do Lago levou o corpo moribundo do rei para Avalon, a fim de recuperá-lo para que reinasse mais uma vez os bretões.

O problema é que botar um morto-vivo para governar não é lá a melhor escolha – vide nossa pátria mãe gentil. Além do mais, aquela camponesa já disse uma vez que “mulheres estranhas em lagos dando espadas não é base para um sistema de governo.”

Imagem de King Arthur Knight's Tale
Minha filha, se você que me trouxe não sabe se deveria ter feito…

E como diz o poeta: “Todo castigo para corno é pouco”, a mesma Dama traz você, Sir Mordred, de volta dos mortos também para resolver o problema que ela mesma causou. Sendo um motoboy de treta post mortem é que experienciamos King Arthur Knight’s Tale.

Pode parecer que descrevendo assim eu não gostei da base narrativa, mas muito pelo contrário, tanto o visual, quanto as cutscenes e dublagens são muito bem feitas e encaixam perfeitamente bem no cenário construído de um conto de fadas deturpado. Ressaltando mais uma vez, o visual do jogo, mesmo em acesso antecipado, é impressionante e as cenas ainda mais, nível de jogos AAA.

Em um contexto limitado do acesso antecipado – informado previamente pela desenvolvedora – temos alguns gostinhos de umas mecânicas que, uma vez finalizadas, mostram um caminho muito bom para King Arthur Knight’s Tale. As primeiras pinceladas nas mecânicas de gerência do feudo, controle de inventário e habilidades dos personagens, as ações e reações das nossas escolhas, o combate intrincado, e o direcionamento religioso do reino.

Imagem de King Arthur Knight's Tale
Tá na hora do pau!

Passando rapidinho por cada uma destas partes muito relevantes para que vocês possam também sentir o doce mel da expectativa para o lançamento do jogo. O controle do feudo é muito semelhante à mecânica base de gerenciamento de Darkest Dungeon. Ao redor do castelo temos uma porção de construções com propósitos diferentes que podem ser aprimoradas individualmente, e servem para recuperar ou melhorar personagens.

Controlar o inventário e as habilidades dos personagens, assim como a movimentação dentro das missões vai para o esquema de RPG de ação, tal qual Diablo e Torchlight – ou trazendo para a desenvolvedora Van Helsing. Simples, fácil e rápido, ainda com possibilidades claras de aumento de complexidade. Bem promissor.

Imagem de King Arthur Knight's Tale
Na hora do aperto, quem quer rir, tem que fazer rir.

O único ponto problemático que encontrei no jogo foi relacionado ao combate. Não que ele seja de qualquer forma ruim, muito pelo contrário. É muito bom, já polido, claro e bem desenvolvido. Os inimigos são diferenciados, com movimentos e ataques quase que imprevisíveis de tantos possíveis. O problema é que esse maldito é difícil como defecar em decúbito ventral. Acredito que ainda valha um polimento que possibilite se adaptar melhor, ainda mais em uma experiência permadeath.

O que eu não esperava era a existência de uma narrativa com possibilidades de múltiplas escolhas com resultados impactantes, modificando muito o comportamento de Mordred, suas ações e até quem vai querer te acompanhar na sua jornada em busca da cabeça de Arthur. De braços dados a isso, vem a opção de selecionar direcionamentos religiosos do reino. Totalmente inesperado.

Imagem de King Arthur Knight's Tale
Moralidade, até aqui, é um espectro.

Dito tudo isso, fiquei muito surpreso pelo que King Arthur Knight’s Tale já se mostrou ser ainda que em acesso antecipado. Aguardo muito o resultado final e me fez ficar profundamente interessado nos demais jogos da NeocoreGames. Meus parabéns (momentâneos) à equipe e aguardo a entrega final.