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Pega um pouquinho de Stardew Valley. Adiciona umas pitadinhas de Animal Crossing. Coloca mais um naco de Enter the Gungeon. Junta um bom bocado de jeitinho de desenhos do Cartoon Network dos anos 1990. Algumas colheradas de desenhos da TV Cultura. Ah é… E não se esqueça de Chernobyl a gosto.

Atomicrops é um jogo de ação roguelite farming simulator. Devo admitir que essa descrição me vendeu a ideia quando me candidatei a escrever sobre ele. Sou simplesmente fascinado com combinações mirabolantes tal qual essa. Será que Atomicrops faz jus às expectativas ou se sai mais como um desastre de proporções nucleares?

Vamos jogar F.M.K

Não. Não. Não é exatamente a versão que você está pensando. Nesse caso, vamos jogar Farm, Marry, Kill. Esse é o loop padrão de gameplay de Atomicrops. A cada partida deste roguelite temos como objetivo produzir o máximo possível de hortifrutis e flores. Com a nossa produção, alcançamos a possibilidade de adquirir novas armas, pedaços de pontes para reparos, tratores, mas mais importante que tudo isso, MAIS SEMEEEEENTES!!!

Imagem de Atomicrops
Tranquilamente plantando meus milhos gigantes.

Além das unidades monetárias que muito se assemelham a batatas, sabe-se lá o porque, outra commodity que devemos nos atentar e buscar é o plantio de rosas. São com elas que aprimoramos nossas relações sociais com as pessoas da vila que visitamos entre um dia de trabalho e outro. Eu não sei dizer ao certo se isso funcionaria, mas com certeza me senti o Professor Girafales entregando rosas para cada pesssoa que eu encontrava pelo caminho.

Aliás, não só pessoas, porque grande parte das melhorias em Atomicrops vem pela ajuda dos nossos queridos amiguinhos animais – aí já troca de Girafales para o Júlio na gaita e a bicharada no cococoral. Eles automatizam e facilitam ações como arar a terra, fertilizar, regar, proteger ou até colher suas plantações. Ou seja, pode se tornar um exército de animais pronto para a Revolução dos Bichos versão 2.0.

E o prêmio de melhor trilha sonora vai para…

Fiquei muito impressionado pois venho acompanhando o desenvolvimento de Atomicrops desde uma das primeiras versões que permitiram o acesso do público, e mesmo quando não havia basicamente nada de informação e um gameplay muito cru, a trilha e os efeitos sonoros já estavam presentes.

Imagem de Atomicrops
Não é à toa que Jazz Jackrabbit ficou na minha mente o tempo todo.

Pontos estes que, somados ao visual diferenciado tanto em estilo quanto em animação, são qualidades fortíssimas para o título. Um grande cuidado com a unicidade dos tipos de inimigos, animações extremamente bem trabalhadas, armas prazerosas de se utilizar, além de um polimento magnífico com os efeitos sonoros fizeram com que Atomicrops fosse algo divertido antes mesmo de parecer com um jogo em si.

Contando com todos esses pontos positivos e muito bem trabalhados, o principal fator que vejo como problemático em Atomicrops é a falta de sensação de progressão. Em toda boa experiência roguelite, temos uma tabula rasa na qual vamos construindo em cada partida, acumulando itens, armas e outras posses até que encontramos o fatídico falecimento.

Porém, além da melhora do jogador no geral, habitualmente temos algum tipo de avanço permanente no personagem. E aí está o que venho sentindo falta em Atomicrops. Não sei dizer se esses pontos de melhoras permanentes estão mais à frente na experiência do jogo e, mesmo tendo jogado um bom bucado, não consegui alcançar ou se não foram implementados mesmo. De qualquer forma, vejo isso como um problema, que acaba tornando o jogo uma corrida contra Cronos, onde por mais longe que cheguemos, sempre vamos perecer antes que o adversário.

Imagem de Atomicrops
A Natureza mostra que não está aí para brincadeira!

Se você gosta de simuladores de plantação, se você gosta de shooters roguelite, se você gosta de TV Cultura ou Cartoon Network, se você gosta de uma bela diversão descompromissada, dê uma chance para Atomicrops!