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Ser o líder de uma nação não é uma tarefa fácil. Decisões que influenciam na vida de milhões de pessoas passam pelas mãos de um homem, responsabilidade que caracteriza o cargo mais importante de um país. Realpolitiks II dá ao jogador essa sensação de responsabilidade, onde uma decisão errada poderá causar consequências terríveis ao seu país escolhido.

Controlando desde a parte econômica até a parte militar, Realpolitiks II tenta melhorar as características do jogo antecessor da franquia para ser competitivo em um mercado complexo. Cheio de ideias, o jogo mostra a que veio e as inspirações logo de cara, mas também mostra os problemas que impedem que esse título compita com gigantes do gênero.

Evoluindo com o aprendizado de outros jogos

Por se tratar de um jogo de estratégia no mundo moderno, Realpolitiks II tem o mundo inteiro como cenário jogável. Alguns países receberam uma atenção especial, contando com uma descrição e mantendo uma certa fidelidade dos territórios internos, já outros menores não possuem tantos detalhes. Quanto mais irrelevante o país maior será o grau de dificuldade do jogo.

A primeira coisa que chama atenção são exatamente as divisões territoriais internas. Escolhendo o Brasil é possível ver todas as divisões reais do nosso território, incluindo até mesmo as regiões formadas pelo conjunto de estados. Alguns nomes estão errados, mas é de se esperar visto a complexidade de se representar fielmente todos os países. As unidades menores – chamadas de províncias dentro de Realpolitiks II– possuem ações especiais. É possível incentivar certos setores e aplicar algumas políticas especiais que, por um determinado custo, dão benefícios ao país inteiro. Ações que englobam um conjunto de províncias através de uma região também são possíveis, permitindo políticas com impactos maiores. O gerenciamento desses indicadores é essencial.

O que vale é a intenção na hora de representar os estados.

Os impactos dessas políticas são importantes nos recursos do jogo. A função do dinheiro dispensa comentários, mas os outros recursos não são tão óbvios. Os pontos de ação te ajudam a passar políticas e desbloquear avanços, sendo uma das unidades mais importantes por aqui. Os recursos de ferro, petróleo e cristais raros funcionam de maneira similar aos jogos da franquia Civilization, onde os mesmos podem ser explorados e servem para a construção de unidades militares e prédios especiais.

No man should have all that power!

Quando se entende a premissa por trás das mecânicas de Realpolitiks II tudo fica um pouco mais fácil. Juntar recursos, construir edifícios provinciais e esperar o desbloqueio de avanços demanda muito tempo – mesmo que você esteja jogando na velocidade mais rápida. No final das contas, o indicador de IDH determina bastante do ritmo do jogo, onde um nível elevado do indicativo desbloqueará projetos e eventos melhores. Os esforços deverão ser focados no aumento do IDH caso o jogador queira progredir no jogo.

Os projetos disponíveis são diversos, se dividindo em categorias e níveis diferentes. Eles funcionam como árvores de habilidade, onde você deverá escolher qual caminho a sua nação deverá seguir. É tanta variedade que é normal ficar perdido e não saber onde focar, então se prepare para ler muito texto caso queira tomar a decisão correta.

Eventos aleatórios dão um toque especial ao jogo.

Um ponto a ser notado é que alguns projetos apresentam textos de descrição um tanto quanto questionáveis. Por mais que não seja relevante para o jogo em si, fica bem claro a ideologia política dos desenvolvedores do jogo, já que alguns projetos são descritos utilizando conceitos errados ou tentando passar algum tipo de juízo de valor.

Após planejar todo desenvolvimento e estabelecer políticas que tornem esse plano viável, é a hora de explorar o que Realpolitiks II tem para oferecer. Existem várias mecânicas referentes às relações diplomáticas, exército, espionagem e finanças, mas entrar em detalhes sobre tudo isso demoraria bastante e só serviria para comprovar a profundidade do jogo e a ambição, dos desenvolvedores.

Ideia e execução

Todas as mecânicas citadas nesse preview são apenas uma parte do que está disponível em Realpolitiks II. Tentando introduzir conceitos novos, mas, ao mesmo tempo, prezando pela sua simplicidade, o jogo surpreende bastante pela ideia apresentada. Contudo, boas ideias não são suficientes para tornar uma experiência satisfatória, e o que se encontra aqui são apenas embriões de conceitos que, se forem bem desenvolvidos, podem dar frutos no futuro.

O sistema de combate lembra muito Operation Europe.

Misturando conceitos de Geopolitical Simulator 4, Victoria 2 e, supreendentemente, 30, o projeto ainda está em fase de desenvolvimento e conta com alguns problemas na sua implementação. A interface, por exemplo, é inspirada nos grandes títulos de estratégia da Paradox, mas, enquanto a desenvolvedora sueca consegue melhorar tornar a mesma mais intuitiva a cada título, em Realpolitiks II o jogador é constantemente bombardeado pelo excesso de informação, o que é bem prejudicial para um jogo dessa complexidade.

Fica claro que existe uma boa ideia por trás de Realpolitiks II, só que o tempo – e talvez os recursos – necessários para tornar esse um título de expressão ainda não foram atingidos. Esse certamente é um projeto ambicioso que, se for feito da maneira correta, sairá do período de acesso antecipado mostrando que uma desenvolvedora pequena pode almejar grandes voos.