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A terra dos demônios foi invadida pelos humanos. Seu rei e os senadores foram capturados e levados para um lugar desconhecido e quase todos os soldados foram derrotados pelo Herói em sua cruzada para acabar com o reino demoníaco. Somente um pequeno esqueleto é o que restou para se opor a tamanho ato bárbaro. E você é esse esqueleto azarado, boa sorte.

É assim que começa Skul The Hero Slayer, o novo roguelike da SouthPaw Games. O que na minha opinião é um começo interessante, mas nos tempos atuais, em que todo mundo tenta criar uma história focada em subverter clichês, esse esforço acaba por ser pouco. Você é o esqueletinho que deve salvar o rei e os senadores enquanto passa por níveis aleatórios cheios de inimigos. Sendo que no final deles tem um chefe bem casca grossa para você enfrentar.

Imagem do jogo Skul The Hero Slayer
Por que criaturas das trevas precisariam de senadores me escapa.

Lute, morra, repita

O grande conceito do gameplay de Skul The Hero Slayer é matar inimigos para ganhar quartzos negros e com eles comprar melhorias para seu personagem. No começo, você não faz muita coisa. No máximo consegue matar um ou dois inimigos e tem sua bunda solenemente chutada pelo chefe. É necessário repetir muitas vezes os níveis para conseguir o número suficiente de quartzos negros e assim obter também o poder necessário para avançar.

Para não cansar a experiência, o jogo conta com níveis aleatórios. Teoricamente você nunca sabe como vai ser a próxima área que vai encontrar. Eu digo teoricamente porque várias vezes as áreas se repetiram desde o formato até a população de inimigos. Porém, creio que isso é um problema relativo ao acesso antecipado e que poderá ser contornado com o tempo.

Imagem do jogo Skul The Hero Slayer
Você vai ver muito essa tela se quiser melhorar. Muito mesmo.

Os gráficos são outra coisa a se elogiar. Os cenários são espetacularmente bem desenhados e a iluminação, pelo menos nos lugares fechados, é bem mais complexa do que um jogo com supostos gráficos 16 bit teria. Eu acho legal quando os desenvolvedores tentam fazer algo diferente nesse terreno e não apenas imitar o que existiu antes. Dá mais personalidade, na minha opinião.

Em Skul The Hero Slayer, o combate é bem simples. Basicamente você tem seu osso grande que serve de porrete contra os inimigos. Contudo, você pode coletar outros crânios que podem mudar sua forma e dar novos poderes. Por exemplo, um crânio pode te transformar num gárgula e te permitir voar por um curto espaço de tempo. Outro crânio te transforma em um grandalhão porradeiro que desce o cacete em tudo que se mexe sem muito problema. Imagino que existam muitos outros crânios ao longo do jogo, úteis e muitas vezes com transformações hilárias.

Imagem do jogo Skul The Hero Slayer
Sim, este não é lugar para um esqueletinho esquisito estar.

Um jogo que ainda não mostrou tudo

Como todo jogo em acesso antecipado, o que temos em Skul The Hero Slayer é pouco mais do que uma ideia do que o jogo deverá ser no futuro. O problema dos níveis muito parecidos e com poucas variações é algo a se resolver no futuro. O combate é outra coisa que ainda precisa ser refinada. Pareceu-me que tudo se resolvia na base de esmagar o botão de ataque do controle e nada mais e de vez em quando desviar de uns ataques.

As próprias batalhas com os chefes infelizmente ainda se resumem a atacar e esquivar de vez em quando. Isso quando você teve paciência para recolher os quartzos negros suficientes para evoluir seu personagem. Repetindo, sem isso você só vai sofrer e passar raiva.

Porém, no fim eu achei o jogo bem divertido e bastante promissor. Os fãs de roguelike certamente vão gostar dele, se conseguirem descobri-lo no mar de outros roguelikes com gráficos de 16 bits que tem por aí. Eu, por mim, ainda tenho curiosidade sobre aonde a jornada do esqueletinho vai me levar.