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Desde garoto, sempre fui apaixonado pelas aventuras de Mega Man. Por anos venho amargurando um ressentimento com Keiji Inafune por ter traído não só a mim, mas todos os fãs com Mighty No. 9. Porém, para todo aquele que derruba a peteca, sempre tem alguém que vai levanta-la novamente. Assim que vi 30XX sendo anunciado, já estava confiante de que mais uma vez teria algo excelente para desfrutar.

Conheci a série originalmente através de um presente, via Steam, enviado pelo meu primo Guilherme. Desenvolvido pela Batterystaple Games, o primeiro jogo da série, 20XX, trazia um gráfico bem mais cartunesco. Talvez por isso o jogo não tenha sido um estouro tão grande de vendas. Admito que originalmente demorei para engrenar no jogo, mas quando o fiz consumi tão rápido que fiquei com aquele gosto de quero mais. E enfim veio a segunda “pratada”.

Um jogo com tiros e números

Mega Man já é um game conhecido pela sua dificuldade ímpar. Claro que não é nada impossível, mas para aqueles não acostumados com a série os jogos podem ser desafiadores, principalmente os mais antigos. Agora imagine todo esse desafio com uma pequena dose de aleatoriedade numérica programada em um roguelite. É com isso que 30XX me acertou, me lançando contra uma versão ainda mais virada no satã de Airman!

Imagem da prévia de 30XX
Castlevania? Aqui vamos além, com Castlevania Man!

Hoot Omega é um daqueles bosses que se eu tivesse a chance não o destruiria com tiros, mas sim na base da bordoada. Ralei tanto quanto contra Airman, em Mega Man 2. Inclusive, eu não duvido que o boss de 30XX também ganhe uma música própria sobre o quão chato ele é. O que veio em seguida foi uma barragem de bosses mais consistentes e ligeiramente mais fáceis, mas cada qual com seu próprio desafio.

Fiquei contente de ver que o game não força os jogadores a irem pelo modelo roguelite logo de cara, oferecendo o que eles chamam de Mega Mode. Esse é um modo que permite reviver os bons tempos de Mega Man e seu modo de escolha de Robot Master da vez. Seguindo a escola artística e de gameplay, 30XX traz o que se espera de um sucessor espiritual da série.

Ainda assim, algo que não notei foram as fraquezas de cada Robot Master em efeito aqui. Ou talvez não tenha prestado muita atenção nas nuances das batalhas, mas admito que não vi nenhum ataque em especial causando aqueles danos que se destacam em cada boss. Em compensação, algo que achei animal em 30XX é o co-op online e local. Finalmente um sonho realizado da comunidade, usar dash feito loucos em dupla!

Imagem da prévia de 30XX
Vocês estão ao menos tentando?

Ferro e fogo

Como em 20XX, aqui também podemos comprar itens que fortalecem nossos heróis Nina e Ace, que funcionam como X e Zero respectivamente. É possível comprar tanto itens que fortaleçam armadura, tiros e resistência a dano, quanto upgrades mais sutis que alteram habilidades passivas. Para os mais sádicos também existe uma chance de conseguir mais pontos, usando o “Motor de Entropia”. Trata-se de uma série de opções que aumentam a dificuldade do jogo, em troca de recompensas ainda maiores ao final de cada nível. Eu mesmo fui descobrir do pior jeito que o jogo fica bem mais sério quando as opções ficam todas selecionadas, o que me fez ir com mais calma nas outras rodadas.

30XX já se mostra um excelente game, mesmo em acesso antecipado, sendo uma excelente pedida para aqueles que sentem falta das aventuras do azulão robótico. Um novo mundo precisa de vocês, seja solo ou na companhia de um amigo.