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Os jogos de estratégia sempre tiveram uma proposta bem definida. Para o gênero “grand strategy”, os jogadores sempre escolhem um local (ou um indivíduo) e escolhem os seus próprios objetivos, onde o próprio jogo dá a liberdade necessária e oferece as ferramentas diferentes para o mesmo fim. Seguindo na tendência do estilo, Secret Government tem uma proposta bem ousada: no melhor estilo Illuminati, comande o mundo através de uma organização secreta. Mas comandar o mundo para quê? Bom, isso você é quem irá determinar!

Com diversas possibilidades para o seu culto secreto, o jogo possui um escopo muito diferente dos jogos de estratégia convencionais. Contudo, de boas intenções o inferno está cheio, então será que a execução de Secret Government é, no momento, satisfatória? Bem, já adianto que a resposta não é muito positiva.

Quem controla o mundo?

Após passar muito tempo jogando exclusivamente os títulos de estratégia da Paradox, eu enxerguei Secret Government como uma possibilidade de uma experiência totalmente nova. Bem, eu não estava completamente errado, pois esse é, de fato, um jogo que destoa no gênero.

Certo, mas o que acontece por aqui? Formando uma sociedade secreta, o jogador deverá utilizar os membros dessa sociedade para moldar o mundo. Sim, você não controla diretamente um país ou um governante, mas sim uma sociedade que influencia todas as políticas internas e externas de um país.

Tudo começa com um pequeno grupo.

A jogabilidade possui elementos promissores. Cada país possui uma estrutura governamental, onde os responsáveis pelas mesmas poderão entrar em seu culto secreto. Uma vez com o seu apoio, é possível mandar que eles realizem atividades relativas ao seu cargo do jeito que você quer. Conseguiu recrutar o responsável pela economia da Inglaterra para a sua organização? Legal, então você pode controlar o valor das taxas para os diversos grupos presentes em seu país.

Desde reduzir impostos até mexer seus pauzinhos para declarar guerra, a sociedade secreta estará ali para defender seus interesses. Sim, essa é uma ideia bem empolgante – afinal de contas, observar as consequências de suas ações pela inteligência artificial é bem divertido, mas o que poderia dar errado?

Os defeitos de um gênero

Um dos grandes problemas dos jogos de estratégia mais complexos é a complexidade. Nesse ponto eu gostaria de fazer uma distinção entre um jogo difícil e um jogo complexo. Pegue a franquia Dark Souls, por exemplo. Todos sabem que essa franquia é conhecida pela sua dificuldade, só que isso é feito de modo com que o jogo não seja complexo. As mecânicas básicas do jogo são simples, mas a sua execução e a impiedade dos inimigos tornam a experiência bastante complicada.

Por outro lado, os jogos de estratégia possuem nuances quanto à sua dificuldade, onde a complexidade é o fator que causa dor de cabeça aos jogadores. Se o tutorial não for bom, você passará muito tempo tentando descobrir o funcionamento das mecânicas e sua utilização. Esse é o problema não só de Secret Government, mas o da maioria dos jogos “grand strategy”.

Como todo bom jogo de estratégia, existem muitos aspectos a serem mexidos durante o jogo.

A interface do jogo não ajuda muito. Não houve capricho para chamar a atenção do jogador através de elementos visuais. Além disso, as ações disponíveis para cada membro da sociedade estão expostas de maneira confusa e pouco organizada. Gostaria de ver maiores avanços nessa parte antes do lançamento oficial.

Os desenvolvedores tiveram uma excelente ideia na concepção de Secret Government. Contudo, a execução ainda não está ideal – algo esperado devido ao estágio de acesso antecipado. Se você está acostumado com jogos complexos de estratégia, esse é um jogo a ser observado de perto, pois há muito potencial no projeto. Contudo, se essa não é muito a sua praia, eu não recomendaria começar por aqui, a menos que muitas atualizações sejam lançadas com elementos mais amigáveis ao jogador.