Skip to main content

Don’t Die, Minerva! te leva para um passeio noturno onde Minerva, uma garotinha de 11 anos, se perde de seus pais. Sozinha, a menina chega numa casa pouco convidativa, mas diferente de qualquer outra criança, ela não se sente intimidada ao ver o portão se fechar sozinho, nem mesmo quando encontra um fantasma que, além de saber seu nome, lhe avisa sobre os perigos deste lugar. De qualquer maneira, a criatura parece saber algo sobre seus pais e por isso você decide ajudá-la a encontrar os cristais de essência espalhados pela mansão.

O jogo é um rogue-lite de ação e aventura com um visual bastante charmoso, porém pouco fantasmagórico. O título está sendo desenvolvido pela Xaviant e foi lançado em acesso antecipado no Steam e no Xbox One em dezembro de 2019. De lá pra cá, o jogo segue recebendo diversas atualizações que trazem novos elementos para essa casa mal-assombrada e equipamentos para a menininha.

Conhecendo uma criança estranhamente corajosa

Nos primeiros momentos de Don’t Die, Minerva!, pode-se notar que a criança não é medrosa, diferente do Luigi (na série Luigi’s Mansion), isso porque ela não demonstra esse tipo de sentimento por diálogos ou animações. Talvez ela seja realmente corajosa, ou ainda faltam alguns polimentos. De todo modo, não dá pra saber como a menina está lidando com a situação e isso traz uma certa estranheza para a jogatina.

Imagem do jogo Don't Die, Minerva!
Queria ter uma moeda para jogar nesta fonte.

Embora haja um início contextual, o jogo ainda carece de estruturas atmosféricas para envolver o jogador. Exemplo disso é ver que a Minerva não demonstra qualquer sentimento por seus pais, e isso fica pior quando somos forçados a ajudar um fantasma mesmo sem ele oferecer algum tipo de esperança para a menina. A falta desses detalhes podem deixar o próprio jogador confuso, não dando a entender em que tom devemos interpretar a situação.

O visual do jogo é bastante agradável, mesmo que não seja tão sombrio quanto poderia. A ambientação da residência, por exemplo, não é assustadora. Ela não é sombria, deformada e enevoada como costumamos ver nestes temas. Ao invés disto, os cômodos são iluminados, bonitos e até bem organizados. As criaturas não aparentam ser ameaçadoras, e na verdade soam como bichos fantasiados para uma festa, algo que seus sons e a trilha sonora acabam reforçando, tornando a casa num ambiente agitado e festivo. A proposta de Don’t Die, Minerva! dá a impressão de um halloween alegre, mas ainda assim faltam alguns ajustes para causar maior imersão, como as poucas reações da menina diante de todas essas situações.

Através de um elevador, você visitará os níveis processuais da mansão, na qual cada andar será uma fase onde o objetivo é encontrar a chave para o próximo nível. Em alguns momentos, o visual das salas são aleatórios, como ambientes com lavas, pisos congelados e até lugares com pêndulos mortais. Isso traz alguns desafios extras, mas senti falta de puzzles, elementos que poderiam tornar a experiência mais dinâmica e dar maior sensação de progresso ao jogo.

Imagem do jogo Don't Die, Minerva!
Espero que esse não seja o nosso jantar.

Caçando fantasmas

Minerva possui uma lanterna e uma mochila. Seria interessante usar a luz para iluminar o ambiente, no entanto os percursos de Don’t Die, Minerva! não precisam disso, já que a maior parte desta residência está perfeitamente clara, tirando todo aquele clima fantasmagórico que muitos imaginam. Mesmo assim, a lanterna é um dos principais equipamentos da criança, pois é com ela que você enfrentará os fantasmas deste lugar.

As criaturas paranormais são variadas e curiosas, embora não possuam ataques tão elaborados – resumindo: apenas soltam bolas de energia ou ataques físicos. Mirar a luz da lanterna é o suficiente para eliminá-los, sendo uma ação rápida, fácil e talvez frustrante. Isso porque o combate se mostra bastante simples e repetitivo. Até o momento, não há combos ou necessidade de prendê-los em algum maquinário, e eles não vão sumir temporariamente, nem mesmo tentar fugir da garota.

Imagem do jogo Don't Die, Minerva!
Esse clima sombrio poderia ser aplicado em toda a mansão de Don’t Die, Minerva!

Minerva também possui alguns bichinhos de pelúcia guardados em sua mochila. Magicamente, eles ganham vida quando estão nesta casa e vão defender a garotinha a todo custo ou, pelo menos, enquanto sua estamina durar. Cada um ataca de modo diferente e são úteis para enfrentar hordas enormes e fantasmas mais fortes.

Os ataques das pelúcias e da lanterna de Don’t Die, Minerva! podem ser melhorados com o uso de pedras especiais como quartzo, rubi, ametista e muitas outras. Com elas, os seus equipamentos ganham novos atributos que geralmente são: maior força de ataque, redução nos danos, ou ainda efeitos especiais de gelo, fogo e raios. Os especiais rendem algumas situações engraçadas como queimar ou congelar um fantasma. Essas pelúcias acabam suprindo a falta de outros movimentos.

Imagem do jogo Don't Die, Minerva!
Alguém apague as velas, isso aqui é uma mansão mal-assombrada!

Explorando uma mansão repleta de tesouros

Além das pedras, você também pode trocar seus itens por outros de níveis superiores, que causam danos ainda maiores. A lanterna, por exemplo, pode ser substituída por uma arma que libera orbes de flashes poderosos. Já o Urso de pelúcia pode atingir uma área maior quando está no nível três. Além destes itens, Minerva também pode trocar seu colar, mochila e sapatos. Eles vão dar mais velocidade, aumentar a saúde e energia da menina.

Todas essas possibilidades fazem o jogador explorar cada canto da mansão para encontrar os melhores equipamentos e se tornar cada vez mais forte na caça aos fantasmas, mesmo que isso não dê pistas para encontrar seus pais. As criaturas que assombram a casa podem não ter muitos movimentos, mas também possuem diferentes níveis de força e fazem uso das pedras para lhe atacar com poderes especiais, bombas, veneno ou utilizar escudos para se protegerem dos seus golpes.

Imagem do jogo Don't Die, Minerva!
Agora sim está parecendo um lugar sombrio.

Essa mansão ainda está cheia de fontes escondidas. Estas te transportam para uma outra dimensão, onde finalmente há uma ambientação bastante sombria, porém ela é apenas uma área para compra de melhorias. Aqui você também terá a oportunidade de falar com o fantasma mordomo (aquele que lhe recepciona no início do jogo), mas em vez de lhe dar informações sobre seus pais, ele receberá os cristais de essência que você recolheu em troca de melhorias fixas, como um teletransporte que ajuda a movimentar-se rapidamente pelas salas por onde já passou. Aqui também há uma loja com equipamentos e itens aleatórios, os quais podem ser adquiridos com as moedas que você juntou.

Se você morrer no meio do percurso de Don’t Die, Minerva! perderá suas moedas, essências, pedras e equipamentos. Ao menos você retorna com sua mochila, lanterna, melhorias de essência e áreas da mansão que já foram desbloqueadas, assim dando pra recomeçar de onde parou ou avançar mais tranquilamente usando as melhorias fixas, como aquele teletransporte mencionado.

Imagem do jogo Don't Die, Minerva!
Não acho que essa lava ajude no clima fantasmagórico.

Don’t Die, Minerva! possui bastante conteúdo e é divertido, mesmo que não seja tão profundo em algumas características. Claro que tudo pode mudar, pois estamos falando de um título que ainda está em desenvolvimento, e todo feedback pode trazer melhorias até a versão final. Da forma que está, o jogo agrada por não apresentar bugs críticos, pelo visual bem produzido, variedade de inimigos e equipamentos, porém ainda é preciso melhorar a personalidade de Minerva e de toda atmosfera do jogo para torná-lo mais imersivo e envolvente.