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Wasteland é uma das franquias mais icônicas da história dos RPGs de computador. As aventuras dos Rangers patrulhando os Estados Unidos após uma guerra nuclear compõem o que há de mais sólido no gênero. Buscando fazer jus à fama, Wasteland 3 é o mais novo título produzido pela inXile Entertainment que pretende dar sequência à essa história que começou há 32 anos, quando os jogos de computador eram bem diferentes e dependiam muito mais da imaginação do jogador do que atualmente.

Diferentemente dos dois primeiros títulos, Wasteland 3 colocará os jogadores em um cenário pós-apocalíptico gelado, ao invés dos tradicionais desertos de Arizona e da Califórnia. Um novo cenário para uma nova aventura, mas será que a essência continua a mesma? A versão de acesso antecipado é bem curta, mas dá aos jogadores uma boa perspectiva do que esperar daqui pra frente.

Reutilizando elementos conhecidos e descartando mecânicas desnecessárias

Wasteland 3 quer mostrar que não está de brincadeira no quesito ação. Logo após um pequeno filme de introdução aos Rangers, contando como eles foram parar tão longe do Arizona e o que estão fazendo em terras tão distantes, seu esquadrão cai em uma emboscada. Limitado a escolher apenas dois personagens durante esse trecho do jogo, caberá a você sobreviver e salvar o máximo de vidas possíveis enquanto enfrenta a facção responsável pelos ataques: a gangue Dorsey.

A fórmula dos combates continua a mesma, mas possui algumas nuances interessantes.

O combate se mostra muito semelhante ao do título anterior, seguindo a premissa dos jogos de estratégia em turno. Contudo, diferentemente de Wasteland 2, não existem pontos de iniciativa por aqui. Isso significa que o jogador não terá uma ordem de movimentação pré-definida baseada nesse atributo, já que a sua inexistência implica que qualquer personagem poderá realizar ações a qualquer momento durante o seu turno, desde que tenha pontos de ação para isso, obviamente.

Durante todo o jogo não houve um momento em que a mecânica de “Precision Strike” foi mencionada. Similar à mecânica de V.A.T.S do Fallout, esse era um recurso disponível em Wasteland 2 que permitia um personagem a atirar em uma parte específica do corpo do inimigo, causando penalidades ao mesmo caso esse tiro acertasse. Esse recurso estava disponível na versão alpha do jogo, mas por algum motivo foi deixado de lado na versão beta. Contudo, uma nova mecânica adiciona habilidades especiais a uma arma. Com isso, será possível realizar ataques especiais quando a sua barra estiver cheia.

Uma novidade bastante interessante é a ausência de inventários individuais por personagem. Em Wasteland 2, era necessário reorganizar os itens constantemente, redistribuindo armas e objetos pesados entre a tropa a fim de reduzir as penalidades por peso; ou apenas entregar um item para um personagem com uma proficiência melhor. Em Wasteland 3 existe apenas 1 inventário, eliminando toda essa necessidade de organização. Diga adeus aos minutos gastos repassando munição e armas entre seus combatentes!

Sangue e neve combinam muito bem por aqui!

Uma aula de ambientação

Sair do ambiente quente e desértico do Arizona para as terras geladas do Colorado é uma mudança e tanto. Os Rangers são os indivíduos mais adaptáveis desse universo, mas isso não significa que eles estarão a salvo de todos os apuros. Como o jogo inteligentemente te apresenta desde o seu primeiro minuto, o Colorado também é um território hostil, onde a ordem e a paz dos habitantes está ameaçada por gangues e disputas de poder.

Dentro desse cenário conturbado, varias facções aparecerão no seu caminho, cada uma com uma história e com objetivos diferentes. A sua missão será apoiar uma dessas facções em troca de mantimentos, defendendo os interesses dos mesmos e, ao mesmo tempo, apresentando o ideal dos Rangers para os habitantes do Colorado. Contudo, como todo bom RPG, existem indicações de reviravoltas durante essa versão, garantindo que as possibilidades da narrativa e as consequências de uma escolha estejam disponíveis aos montes.

Uma novidade é que alguns personagens possuem atuação própria em determinados momentos, como se fosse uma cinemática utilizando a engine do jogo.

Mudando um pouco o foco, é necessário destacar a excelente trilha sonora presente em Wasteland 3. Além das faixas ambientes características da franquia, agora existem batalhas onde músicas com vocal aparecem, gerando um clima de tensão e adicionando muito à atmosfera do jogo.

Por se tratar de uma versão beta, alguns recursos ainda não foram implementados por aqui. Não é possível, por exemplo, utilizar o mapa global, já que provavelmente muitas coisas ainda estão para ser adicionadas. O jogo também conta com uma mecânica de veículo, uma novidade que não está presente no título anterior. Ainda não se sabe ao certo como será a sua mecânica e o que eles serão capazes de fazer, mas é possível notar que existem pontos de aprimoramento de veículo espalhados pela cidade.

Um excelente aperitivo para o produto final

Wasteland 3 deverá demorar mais um pouco para ter a sua versão completa lançada, mas já dá sinais de que está chegando com tudo. Apostando em um modelo já consagrado com algumas inovações, esse certamente será um jogo mais polido que o seu antecessor. A versão beta é pequena, entretanto ela atiça os jogadores mostrando todo o seu potencial e dando pequenas dicas do que está por vir.

O design dos símbolos de melhoria foi bastante inspirado pelo Vault Boy do Fallout.

Por fim, esse é um jogo que, na sua versão beta, mostra uma evolução dos conceitos do título anterior, adicionando mecânicas novas e cortando elementos desnecessários que travavam a experiência do jogador. O trabalho de dublagem também é outro excelente ponto a ser destacado, já que desde o segundo título as atuações dos atores de voz são exemplares e, nesse novo jogo, alguns personagens terão atuações corporais, aumentando a imersão da história. Trata-se de um RPG que busca novos ares nas terras congeladas do Colorado, apresentando personagens promissores e uma atenção especial à ambientação desse cenário.