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O game 3000th Duel é definido pelo quanto você é íntimo do gênero metroidvania. Você explora, luta, vence, enfrenta os chefões, é derrotado, treina e volta mais forte. Após sair vitorioso, mesmo por um triz, novos desafios o aguardam. Não há tempo para respirar, não há como voltar atrás em suas escolhas. O avanço é o único caminho, e posso afirmar que aqui é o que mais o título te dará.

Em certos momentos, me senti como se estivesse jogando novamente Castlevania: Symphony of the Night no primeiro PlayStation. Claro, ouvindo Evanescence ou Linkin Park. O ano era 2003 e eu podia me ver jogando videogame no chão da sala enquanto desbravava os ambientes inóspitos do novo jogo de 2020. Como um jogo, que é feito para entretenimento, traz tantas memórias através de apenas o ambiente gótico que carrega?

3000th Duel é metroidvania na veia

Como afirmei acima, não há descanso em 3000th Duel. Para descobrir as suas memórias perdidas, você carregará o personagem em várias aventuras contra uma imensidão de inimigos diferentes. Isso foi um dos pontos que mais me surpreendeu. São várias áreas, contando com puzzles, oponentes e estratégias diferentes e que exigirão o máximo de si antes que caia perante o desafio.

A variedade de zonas também traz um misto de surpresa e empolgação. Florestas, cavernas subterrâneas, castelo, torres, colinas entre alguns outros são apenas alguns dos exemplos da minha jornada. Cada uma carrega um mistério, um tipo diferente de iluminação, entre outros elementos que seriam considerados spoiler contar. Porém, variedade é a palavra-chave que define a sua exploração por aqui.

Imagem do review de 3000th Duel
Há várias áreas diferentes para exploração.

Para avançar, a cada inimigo derrotado você ganhará pontos. Eles podem ser trocados em estátuas espalhadas pelo mapa por mais status. Quanto mais aumenta, mais níveis você sobe e pode desenvolver diferentes habilidades numa árvore que dita as regras da brincadeira. Dependendo da arma que utiliza e do seu estilo de jogo, isso pode te levar pra muito longe, ou já no início dará opções de confronto que se encaixarão a você.

Explicando assim parece simples, mas durante o jogo isso se dificultará de várias formas. Dependendo da arma utilizada, certos chefões são muito fáceis de serem derrotados. Assim como podem ser uma pedra gigante no seu sapato. Combinar isso com suas habilidades pessoais, com seu personagem, os itens utilizados e pegar o ritmo certo requer uma respiração profunda e saber que poderá voltar dez vezes no mesmo lugar.

Imagem do review de 3000th Duel
A árvore de habilidades oferece uma grande variedade.

E nem precisa se preocupar em chegar em territórios muito diferentes que acredita estarem mais avançados que você. Os inimigos mais fracos só demoram mais para serem derrotados nele, mas te dão uma boa quantia de pontos que em pouco tempo te deixará mais próximo do exigido dali. A única coisa que exigirá de você é mais tempo de treinamento, mas nada que seja impossível de lidar.

Semelhanças podem ser mera coincidência

Não estranhe caso tudo que estou falando de 3000th Duel te lembre de outro título muito famoso, o Hollow Knight. Apesar de menos bizarro, ambos apresentam o mesmo espírito durante a gameplay. Alguns elementos parecem uma cópia descarada, outros dão a entender que não tem nada a ver um com o outro. Porém, se jogar ambos, é impossível tocar no título sem comparar com a obra-prima da team cherry.

Porém, devo afirmar a você que existem cópias baratas de certas ideias, o que não é o caso. Ainda que alguém diga que são muito similares, isso também equivale na qualidade do produto final. Em nenhum momento o game da Neopopcorn Corp faz por menos ou demonstra inferioridade, me espantando em como eles conseguiram me atingir da mesma forma que o outro jogo.

Imagem do review de 3000th Duel
3000th Duel é mais do que um rostinho bonito, sendo muito eficiente.

Óbvio que todo metroidvania segue, por inspiração, certos padrões. Porém é impossível comparar Castlevania com estes dois, por exemplo. Ou falar que ambos se igualam a Metroid. A semelhança de ares, narrativa, de confrontos épicos contra chefões e outros elementos estão lado a lado e isso pode incomodar alguns fãs. Porém, se busca justamente por isso, é uma pedida mais do que certeira.

Além da exploração e variedade serem magníficas, devo elogiar também a equipe da trilha-sonora. Sem ela, metade da ambientação não seria possível. Há um trecho que enfrentei um feiticeiro que voava pela arena contra mim. Quando eu chegava a reduzir determinado HP dele, o som mudava, ele soltava outro barulho e corria para outra parte. Sim, era dividido em três partes o combate, muito maneiro.

Com esse conseguia identificar os sons de determinados golpes isoladamente, a mudança de ritmo dependendo do cenário que ele te levava e do quão próximo eu estava de derrotá-lo. Isso não é possível de ouvir enfrentando criaturas comuns, quais algumas vezes reproduzem sons muito semelhantes entre si, mas só nesses confrontos épicos já valem demais a pena.

Imagem do review de 3000th Duel
A trilha-sonora dos chefões é sensacional.

Velozes e previsíveis

A única coisa que irrita é a previsibilidade do próprio game. Enquanto avança, você vê que há plataformas muito mais altas que não consegue alcançar; ou tesouros presos em salas que ainda não consegue entrar. Todos os jogos do gênero têm disso, mas nesse o excesso acaba aborrecendo. Confesso que chegando em 50% do mapa completo eu já me perguntava quando conseguiria logo a habilidade de pulo duplo ou qualquer coisa que seja para voltar nesses locais.

Você automaticamente já sabe que vai obter certas funcionalidades, mas 3000th Duel parece brincar com isso e te esfrega na cara em vários momentos que você ainda não as possui. Outro ponto que torna a experiência mais cansativa é a sequência de padrões para surgir um chefão. Encontrou as estátuas de upgrade e save point, viu que tem uma passagem bloqueada? Então já pode caçar, tem um boss próximo dali.

Imagem do review de 3000th Duel
Você se irritará até chegar nos lugares altos do jogo.

Mudando de assunto e falando de coisa boa, gostei bastante de ver vários personagens que povoam aquele universo, pois mostra que aquele ambiente é vivo e segue seu próprio caminho. Em muitas áreas eu conversei com personagens que depois seguiram seus rumos, assim como encontrei locais onde vários deles viviam pacificamente. Eles te ajudam a esclarecer certos elementos que se depara e ajudam em sua aventura.

Há também suporte para a língua portuguesa, o que poderá auxiliar bastante, bastando modificar no menu inicial, antes de começar o game. Talvez seja uma dúvida que surgiu após ver as imagens do review, porém devo informar que só descobri o recurso após já ter tirado todas as prints necessárias. Falha minha, apesar de ter progredido de forma fácil jogando em inglês mesmo.

Imagem do review de 3000th Duel
O mundo de 3000th Duel é povoado e simpático.

3000th Duel é um excelente side-scroller, honrando seu lugar com vários jogos que alçaram o caminho para ele estar próximo deles. Como metroidvania, é um dos melhores já vistos no Nintendo Switch, sendo de qualidade equivalente ao Hollow Knight, jogo que é cultuado e adorado pelos fãs até hoje, incluindo este que vos fala. Tem bastante potencial de se tornar uma franquia de sucesso no futuro.

Apesar de não trazer nada de novidade para o gênero, é surpreendente o trabalho que a Neopopcorn Corp teve em trazer uma quantidade imensa de variedade. Seja de inimigos, áreas, sons e de desafios, é indispensável para quem curte o estilo e procura pelo próximo grande nome.

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