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A febre de games com figuras desengonçadas e físicas duvidosas chegou ao Nintendo Switch. A Gummy’s Life é tudo que o popular Gang Beasts propôs em 2014 e seguiu com diversos games similares: ser habilidoso ou sortudo o suficiente para sobreviver aos confrontos.

Para quem nunca viu nada sobre A Gummy’s Life, um breve resumo: sua proposta é juntar oito pessoas localmente ou online e todos se divertirem em minigames com os bichinhos que se assemelham a gomas de mascar. Bem atrativo para as crianças. Também tem cara daqueles jogos que você pega para juntar a galera naquelas reuniões casuais com os amigos. Porém, com todas as ferramentas para ser um sucesso, ele não consegue inovar dentro do gênero.

Frustração com os doces

Vamos aos fatos: é um game projetado para crianças. Para compreendê-lo, você tem que deixar a sua própria infância jogar por você. Seus problemas não começam na música, que são aqueles hits grudes com uma marchinha à la Baby Shark. Nem ao menos na escolha dos personagens, que tem bastante opções e desbloqueáveis. Assim que o game propriamente começa, que você percebe o quanto ele imita os demais.

Sendo bem direto, a proposta dele é como jogar Fortnite ou League of Legends no pior lag que a sua internet já enfrentou. É justamente o que lhe espera em A Gummy’s Life. Os comandos ao seu personagem demoram muito, com animações desengonçadas, e muitas vezes você não consegue compreender o que resultou na sua vitória ou derrota. Comparando com seus predecessores, suas mecânicas são “mais do mesmo”.

Nem sempre você saberá como venceu. Ou como perdeu.

Isso não é o que torna o jogo ruim. Aprendendo a dominar os botões, você até evita ser zoado nas rodas de amigos e consegue se divertir. Porém, outros games já se utilizaram desta mesma mecânica e são melhores nela. Sem novidade alguma, ele é apenas um peixe no meio do oceano dos games. As figuras adocicadas até conquistam o público, além de justificar seus movimentos flácidos, mas em questão de jogo não há o que diferencie.

Pense nos saudosos anos 90, onde havia competição Mario e Sonic nos consoles. Eram jogos parecidos, mas suas mecânicas são totalmente distintas. Tinham elementos que identificavam cada uma. Seja a velocidade do ouriço ou as várias transformações do bigodudo. Ousando apontar dedos, mas são essas coisas que fizeram do mercado o que ele é hoje. Cópias por cópias parecem apenas táticas para ganhar dinheiro em cima de febres.

Entrando na diversão

Porém, o game tem seus destaques. Ele tem quatro modos, sendo Free for All, Team Deathmatch, King of the Hill e Hot Potato. Os mais divertidos são o Team Deathmatch, que permite muitas risadas, e o Hot Potato pela agilidade e desenvolvimento dos confrontos.

Bee Careful é uma das fases mais divertidas do jogo.

Tenho que elogiar a criatividade de algumas arenas. Em Track ‘n Splash, um trem vai perdendo os seus vagões no meio do confronto. Ou você está no correto ou perde antes de perceber; Grousky traz arranha-céus que caem no meio das batalhas e Bee Careful te impede de pisar no mesmo lugar num certo número de vezes.

A melhor é uma homenagem ao clássico Frogger, trazido em A Frog’s Life. Nesta fase você confronta todos no meio do trânsito, onde passam vários carros e, além dos oponentes, tem de se atentar para não ser atropelado e levado para fora da arena. São nesses pontos que o jogo realmente traz à tona a curiosidade e atenção do jogador.

Está preparado para jogar essa homenagem a Frogger?

A Gummy’s Life tem um excelente design de fases e todos os seus cenários são repletos de cores, junto aos personagens que os compõem. Mas isso não é o suficiente para ultrapassar a sensação de que é apenas uma repetição atrás de outros games do tipo.

Com toda a habilidade e potencial que demonstraram, levar um pouco mais de tempo para desenvolverem mecânicas mais distintas e conquistar seu público poderia ter sido crucial para o sucesso deste indie. Ele é ideal para se jogar caso não conheça mais nenhum do gênero. Mas não compensa se já conhece qualquer outro parecido.

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