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AereA é um RPG de ação com temática musical desenvolvido pela Triangle Studios e lançado recentemente, no dia 30 de junho. O game possui quatro personagens, um para cada classe e cada um possui como arma um instrumento com diferentes mecânicas de combate. O objetivo aqui é descobrir os mistérios das ilhas de Aezir e devolver os nove instrumentos primordiais para restaurar a paz no mundo.

Trilha sonora que importa

AereA é um jogo com temática totalmente musical: as armas, os personagens, as missões e até os chefões foram criados com tal influência. Claro que uma boa trilha sonora não poderia faltar. Além de variadas e cuidadosamente produzidas, os efeitos sonoros também são bastante agradáveis e dão um ar leve e infantil ao jogo.

O visual é extremamente belo e lembra, de forma mais polida, os jogos infantis dos anos 2000. A ambientação traz um estilo cartunesco, colorido e bem trabalhado, assim como personagens para mexer com a imaginação dos jogadores. Apesar da beleza dos cenários, o jogo limita demais a interação com os mesmos. Nem um mínimo de destruição é explorado aqui.

Me diz se não é lindo

O que decepciona, em comparação aos jogos infantis daquela época, é a repetição das missões. Se na época do PlayStation One você já não aguentava mais fazer aquele mesmo desafio perto de zerar, aqui o cansaço bate cedo. O jogo tenta dar sentido às missões com a história, mas passa longe da qualidade exigida pelo gênero atualmente.

Em geral você busca coisas para um NPC, move caixas, puxa alavancas pra abrir portas e busca mais coisas. E sempre conversando com os mesmos NPCs que conheceu no local principal do jogo. O excesso de textos para explicar as mecânicas pode afugentar os jogadores mirins, o que é uma pena, já que justamente eles não se importariam tanto com a repetição de missões.

Era pra ser simples, mas complicaram tudo

AereA é um game pra todos, mas claramente focado no público infantil, com gameplay simplificado e desafio quase nulo. A dificuldade dos inimigos é praticamente a mesma com todos: não importa se você enfrenta um javali pequeno ou um gigante, ambos possuem a mesma dificuldade e isso pode frustrar até mesmo quem procura um jogo mais casual. O combate com os chefões é igualmente frustrante: um inimigo normal é derrotado com um ataque, o chefão morre com no máximo seis ataques.

Eu te desafio a desviar desses buracos que saem estacas

As mecânicas são confusas, principalmente nos combates, e o planejamento das fases às vezes não parece fazer sentido. Em uma delas você tem que matar uma quantidade determinada de inimigos para assim abrir uma porta, onde você ativa uma alavanca que abre outra porta ao lado. Oras, porque já não abriu essa porta quando derrotei os inimigos?

Há muitas mecânicas desnecessárias que parecem preencher o jogo de afazeres, mas que só dificultam a jogabilidade e cansam o jogador. Um exemplo é o navio-voador de transporte: você entra nele por um guichê para viajar para outra localidade e lá você acessa uma porta que já te joga no outro mapa. Não precisa esperar o carregamento do mapa, não há animação do caminho a ser percorrido, não há funcionalidade alguma.

O que eu tô fazendo aqui?

“Tava bom, tava meio ruim, agora parece que piorou”

O combate é de matar. Mas não os inimigos, você mesmo. Seu personagem não rotaciona com a movimentação do mouse, nem quando você clica (joguei a versão de PC). Às vezes estamos colados em um inimigo ou uma caixa de loot e precisamos ficar indo e voltando com as teclas de direcional até você estar perfeitamente de frente para o item, pois só assim sua arma funciona. Imagino que as crianças pequenas talvez não se irritem com isso, já que costumam jogar com uma apertação louca de botão pra todo lado. Eu testei, funciona um pouco melhor.

Jacques (cavaleiro com violoncelo), Wolff (arqueiro com harpa), Jules (mago com alaúde) e Claude (atirador com trombetas), infelizmente, são personagens sem carisma algum. Depois de me incomodar no combate com Jules, mudei para Jacques e o incomodo diminuiu. Porém, mesmo após a troca, não deu pra sacar a diferença entre os heróis. Faltou uma melhor caracterização, inclusive dos inimigos, para deixar o gameplay mais vivo.

O aumento dos níveis também é muito simples. Seus pontos de vida e mana obviamente aumentam, mas não faz muita diferença já que o nível das criaturas aumenta na mesma escala e as habilidades especiais quase não diminuem sua barra de mana. No nível 16 eu ainda fazia o mesmo do nível 1: mata os inimigos com um único ataque.

Três horas tentando destruir este gigante e forte inimigo: o vaso

Cada personagem possui três habilidades especiais, comuns ao seu tipo de classe, como ataque em massa ao bater o escudo e se mover rapidamente entre um ponto e outro do campo de batalhas. Não achei o uso das habilidades especiais muito necessário, já que o ataque principal é mais rápido. E morrer é algo praticamente impossível, tamanho a facilidade do game.

AereA é bonito, possui músicas caprichadas e faz bom uso do tema proposto. É uma pena que tenham deixado tudo muito lúdico e fácil, inclusive mantendo a história em paralelo. Nem mesmo as missões do jogo exploram a história como deveria. Junte isso tudo ao combate confuso e temos aqui um título com um desperdício imenso de potencial.

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