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O gênero RTS ( Real Time Strategy) é sem dúvida um dos mais queridos das pessoas da geração dos anos 90, quando tivemos um boom de jogos que marcaram e marcam até hoje os estilo. Command and Conquer, Warcraft, Starcraft e Homeworld são alguns exemplos disso.

Todos com aspectos individuais únicos, porém com o mesmo estilo e com muitos fãs atrás. Mesmo com o lançamento de suas respectivas continuações e até mesmo versões remasterizadas e expansões, muitos jogadores de hoje não tem a verdadeira dimensão do que já foi um RTS.

De volta ao passado

Dentro desta realidade atual de menor apelo dentro da comunidade, por que então deveríamos jogar um remaster como Age of Empire? Muitos dirão que seria apenas nostalgia, outros podem dizer que é uma forma de mostrar para os mais novos e aqueles que não vivenciaram essa era, assim eles podem ter um gostinho do que é este gênero. Eu vejo ambas formas positivas, porém mesmo assim ficamos com algumas pulgas atrás da orelha.

Imagem do jogo Age of Empires Definitive Edition
Eba! Tem piscina!

Ao iniciarmos o jogo já é perceptível a mudança no som e nos gráficos. Tudo ficou mais polido. Se dermos um zoom durante o jogo podemos ver detalhes do terreno e dos seus guerreiros. Infelizmente, no menu de configurações não é possível mudar a resolução do game, que parece estar atrelado a resolução nativa do Windows e poucas coisas podem ser customizadas, o que leva a crer que em computadores menos potentes as pessoas tenham algum tipo de problema.

A falta de customização dos gráficos para um jogo remaster é algo estranho, principalmente quando ele é vendido para ser jogado em 4K. A água e a grama ficaram muito mais detalhadas e próximo a texturas e cores reais. A possibilidade de aumentar a velocidade do jogo mostrou um comprometimento com os jogadores mais atuais, desacostumados com ritmos mais lentos. A velocidade normal é algo em torno de 1,5x mais rápido que o jogo original, deixando a jogabilidade muito fluida.

A trilha sonora e efeitos sonoros trazem muitas nostalgia, já que são idênticos aos originais, porém muito mais límpidos e jogar Age of Empires: Definitive Edition com um bom headset é interessante. Levando em conta que é um RTS e a maioria dos sons são repetitivos, ficou excelente.

Imagem do jogo Age of Empires Definitive Edition
Hoje é dia de pescaria.

(Des)Inteligência artificial

Já no tutorial percebemos o maior problema do título: sua inteligência artificial. Algo inimaginável para um Remaster de um jogo de 1997. Enviar suas tropas ao ataque, coletar comida, madeira e pedras pode ser tornar um tanto quanto frustrante. Durante vários momentos achei meus peões de obra e lutadores parados e perdidos, mesmo depois de mandá-los lutarem ou coletar recursos. Para um remaster de um RTS isso é imperdoável, algo inacreditável de ser ver e passar, ainda mais vindo de uma franquia clássica. Prefiro crer que seja um bug a ser consertado, mas foi um tanto frustrante jogar e passar por essas situações.

Talvez tenha sido a intenção de implementar o que eles chamaram de Enhanced Pathfinder, sistema de locomoção avançada onde suas unidades acham o melhor caminho de maneira mais intuitiva e curta, ficou na vontade apenas pois o sistema ficou muito pouco eficiente.

Algo interessante que foi implementado foi o aumento do limite da população, isso permite guerras maiores e mais emoção nos combates. Isso, em conjunto com o aumento da velocidade do jogo, deixa as coisas mais interessantes comparadas ao original. Algo que é bastante estranho para um game deste tipo na atualidade é a incapacidade de formar fila de construção de unidades e evolução de atributos nas estruturas.

Imagem do jogo Age of Empires Definitive Edition
Dá pra vocês atacarem na direção correta?

Por exemplo, se você quiser evoluir as armas dos seus gladiadores e também as flechas isso não é possível, é necessário aguardar terminar um upgrade para que você coloque a outra na fila. Mais uma correção para um possível patch.

Lição de história

Age of Empires é sinônimo de história, e nesse quesito ele é campeão. Aos mais desinformados sobre o início da civilização e sua evolução, jogá-lo é uma verdadeira volta no tempo e aprendizado constante, onde a leitura e narração do processo evolutivo é capaz de prender os amantes e curiosos sobre a nossa civilização.

Se olharmos seu sucessor, Age of Empires II, que também possui remaster, é difícil não comparar e ver que muito das melhorias implementadas no AoE 2 ficaram de fora neste, acreditando que tentaram não melhorar o game e sim deixar com uma aparência melhor.

Imagem do jogo Age of Empires Definitive Edition
Um projeto digno de Niemeyer.

Levando em conta que foi lançado em 1997 e nos anos posteriores tivemos uma leva excepcional de RTS, Age of Empires: Definitive Edition foi mantido em sua essência original. Pouca diversidade de unidades, estruturas, entretanto com uma das melhores narrativas já feita para jogos. Para quem nunca jogou ele vale muito a pena, mesmo com todos os poréns, e quem já jogou e quiser relembrar é uma boa opção, mas não agradará a todos.

Sair do tempo das cavernas e evoluir até a civilização mais industrializada, assim como a evolução do arsenal de guerra, casa e navegação, além da diplomacia entre as tribos fazem de Age of Empires um esplendor sobre a História.

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