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Acredite se quiser, a Konami está na ativa produzindo jogos há 50 anos. Pra ser mais preciso, a empresa surgiu em 21 de março de 1969, em Tóquio. Tava mais do que na hora de uma coletânea de peso com o melhor da desenvolvedora japonesa. Mas o que fazer pra trazer de volta tantos jogos clássicos? O jeito foi separar a edição comemorativa em três coleções: uma para os clássicos de fliperama, outra para Castlevania e por fim uma para Contra.

Este review é para o primeiro deles, Arcade Classics Anniversary Collection, lançado mês passado para PC, PS4, Xbox One e Switch. Como um grande fã de “jogos de navinha”, gênero em peso neste pacote, não poderia perder a chance de sacudir a poeira e conferir estes clássicos dos anos 80. São ao total 8 títulos: Haunted Castle (1988), Typhoon (A-Jax) (1987), Nemesis (Gradius) (1985), Vulcan Venture (Gradius II) (1988), Life Force (Salamander) (1986), Thunder Cross (1988), Scramble (1981) e TwinBee (1985).

Entre tiros e chicotadas

Todos os jogos citados acima são de “navinha”, exceto Haunted House. Trata-se de uma adaptação de Castlevania para o fliperama, com Simon Belmont como protagonista. Ou seja, a famosa jornada do caçador de vampiros em busca de sua amada Serena e dar altas chicotadas no Drácula. Resumindo, um rolê por seis estágios e um gameplay sofrível como uma pizza de alho. Pelo menos dá pra ajustar a dificuldade do game.

Imagem do jogo Konami 50th Arcade Classics Anniversary Collection
Thunder Cross é um clássico imperdível, ainda mais em co-op.

Dos jogos de navinha vou começar por Scramble, a mãe de todos os jogos de tiro da Konami. Um side-scrolling shooter em que você atira e dispara torpedos para destruir os inimigos e coletar combustíveis para chegar ao fim da fase. Simples de tudo, mas bastante nostálgico. Tive a chance de jogá-lo 8 anos após o lançamento, numa casa de arcades que já contava com Thunder Cross, ainda recente na época.

Da lista toda, certamente Thunder Cross é meu favorito. Talvez por ser o mais bonito visualmente e o único que permite dois jogadores simultâneos. Jogá-lo no joy-con com um amigo é extremamente prazeroso, apesar da dificuldade elevada (que você pode mudar, felizmente). No mesmo ano (1988) foi lançado Vulcan Venture (Gradius II), que se destaca por ser o game mais complexo do pacote: ele oferece 4 opções de escolha entre combinações diferentes de power-ups para a nave e mais duas opções de escudo. Cada escolha muda completamente o gameplay, aumentando o replay da jogatina.

Outro game que se destaca na lista é Typhoon (também conhecido como A-Jax), que brigou com After Burner (da SEGA) apresentando um campo de visão novo pra época, por trás da aeronave e com uma mira. Comparado ao jogo de Yu Suzuki, a diferença no game da Konami se encontra na orientação do voo, como se fosse uma queda livre em direção ao mar. É bem simples pros dias atuais e super curto, mas você tem que conhecê-lo.

Imagem do jogo Konami 50th Arcade Classics Anniversary Collection
Não confundir este game com aquele filme de horror com mulher pelada.

Emulação limitada

A experiência sempre varia de jogador pra jogador, mas para os novatos adianto que jogar Nemesis, Life Force e TwinBee, principalmente, será entediante. São jogos que dataram tanto que ficou impossível se divertir com eles. Os controles são precisos, a dificuldade pode ser reduzida, e ainda assim não imagino muita gente se divertindo com eles. Vale mais para aqueles que já tinha idade para jogar nessa época e estão com saudades, além dos clássicos serem relançados no melhor port possível – embora sofra com quedas de frames inexplicáveis.

Todos os jogos foram adaptados para apresentar pixeis perfeitos, sem perda de qualidade em resoluções maiores. Tanto no modo portátil quanto no dock, o visual fica 100% crocante até quando se escolhe as dimensões que distorcem o formato original, como tv antiga (4:3) e widescreen (16:9). Mas há sim um filtro pra dar aquele borrão clássico do vidro da tela do arcade. Quanto às opções de frames, para preencher o fundo preto nas laterais da tela, só há duas imagens e são bem feias.

Imagem do jogo Konami 50th Arcade Classics Anniversary Collection
Bonus Book: conteúdo extra com infos e artes conceituais inéditas.

Arcade Classics Anniversary Collection poderia dar mais caldo se a emulação fosse mais completa, oferecendo opções além de ajuste de resolução e salvar/carregar. Cadê a opção de rebobinar o game? Esta e muitas outras ferramentas são vistas em coletâneas como os excelentes SEGA Genesis Classics e SNK 40th Anniversary Collection, sendo que neste último exemplo os jogos com orientação vertical rodam exatamente assim no Switch, com o portátil virado para preencher toda a tela. O jeito é aguardar a Konami lançar a próxima coleção, do Castlevania (no próximo dia 16), com mais opções de emulação.

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