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O Japão é um país cheio de excentricidades. Seguindo o exemplo da sua cultura, a ilha asiática também demonstra suas peculiaridades em seus passatempos e na sua arte. Logo, jogos como Azur Lane: Crosswave podem parecer algo totalmente sem pé ou cabeça para nós, enquanto para eles é algo totalmente comum. Assim que o anime Kantai Collection: KanColle foi ao ar em 2015, eu já sabia que, em breve, o gênero “warship girls” se tornaria algo mais comum.

Agora em 2020, após lançamentos como Azur Lane primeiramente para o mercado mobile, chegou a vez dos consoles e PCs. Bem como é de se esperar, temos garotinhas fofas de anime que, na realidade, são antropomorfizações de grandes navios de guerra.

O que fazer com marinheiros preguiçosos?

Azur Lane: Crosswave parece ser uma continuação direta dos eventos do jogo mobile da série. Aqui somos apresentados a Shimakaze, uma recruta recém aceita na frota da Império Sakura (Japão), uma das quatro grandes nações que governam o mundo de Azur Lane. As outras três são: a Eagle Union (EUA) -, a Ironblood (Alemanha) e a Royal Navy (Inglaterra). Além delas, o jogo conta com nações menores, e de outros games, tendo até mesmo participação especial do universo Neptunia em sua lore.

Imagem do review de Azur Lane: Crosswave
Não deixe a imensidão do mar te enganar, os mapas do overworld são bem fáceis de se navegar.

Shimakaze se juntou à frota imperial em um momento de grande perigo para o mundo. Uma nova organização chamada Sirens está colocando o mundo em risco com suas poderosas armas e frotas criadas em massa. Após seu primeiro dia de treinamento, ela e sua parceira Suruga se deparam com uma frota Siren. Após uma exaustiva batalha, ambas conseguem derrotar os inimigos. Logo as mesmas notam pequenos cubos flutuando no vasto oceano.

Após relatar a sua oficial Takao, a mesma informa a Nagato, a líder do Império Sakura. Assim que descobre a movimentação da organização, Nagato resolve reunir novamente a força das quatro grandes nações. Dando início assim a aventura de Shimazake no universo de Azur Lane: Crosswave. Agora, tendo de treinar com membros e guerreiras de todas as nações, sejam elas maiores ou menos, Shimakaze e Suruga terão de provar seu valor em linha de batalha e porquê merecem estar lá. Shimakaze não sabe ainda, mas talvez ela tenha mais em comum com o grupo Sirens do que imagina

Armas a bombordo

Logo que se começa o jogo, é possível ver que Azur Lane: Crosswave é um daqueles jogos orientais que acabam se arrastando demais, tanto em relação à sua história quanto ao seu gameplay. O jogo mistura elementos de batalha em arenas fechadas com visual novel, muito visual novel. A história se dedica pouco aos modelos 3D das personagens e da preferência aos segmentos de visual novel para apresentar modelos 2D mais bem trabalhados das garotas.

Imagem do review de Azur Lane: Crosswave
Todo o armamento das Sirens possui esse ar mais high tech.

O que é na realidade até entendível, tendo em vista o grande número de personagens existentes no mundo de Azur Lane. Bastou que a Ideia Factory recriasse as imagens originais do jogo mobile em sua versão de console. Algumas personagens como Yamashiro utilizam versões diferentes da sua versão original para o jogo mobile, mas ainda mantém o espírito original da ideia da personagem em mente. O jogo conta com um grande número de personagens de todas as nações, o que faz com que o jogador tenha de lembrar das características de cada uma.

Logo é possível se reconhecer os clichês de animes. Shimakaze é a garota super energética, mas tonta feita uma porta, Suruga é excelente em tudo o que faz, mas detesta chamar atenção. No fim das contas, o que chama a atenção são realmente as garotas. É mais do que óbvio que o grande atrativo deste gênero é o “antropomorfismo moe”, onde se pega um objeto mundano e o transforma em uma garota de anime. E acreditem, qualquer coisa vale, animais, livros, navios como em Azur Lane, buracos negros, detergente. Se é possível imaginar, então alguém irá criar.

Imagem do review de Azur Lane: Crosswave
Anime Waifu Hell é real e posso provar.

Logo que vemos os segmentos em 3D do jogo, eles deixam a desejar totalmente. As batalhas geralmente ocorrem entre as personagens controláveis e frotas produzidas em massa pelos oponentes. Geralmente resultando de uma a três fragatas e, por vezes, porta-aviões. Logo o jogo se torna previsível e repetitivo, seja lutando contra embarcações ou outras personagens.

Lançar torpedos

O combate de Azur Lane é bem fácil de ser mestrado. Antes de começar a batalha o jogador pode utilizar a doca, para escolher qual personagem deseja usar. Afinal cada garota/mulher possui sua própria classe naval, sejam elas fragatas, porta aviões, contratorpedeiros. Assim que for escolhida, o jogador pode personalizar os equipamentos delas, o seu tipo de armamento e suas habilidades especiais. As habilidades estão divididas em ataques diretos ou efeitos especiais como: aumento de ataque, defesa, dano crítico, etc.

Imagem do review de Azur Lane: Crosswave
Top 10 presidentes mais sexys

No combate, o jogador pode utilizar o analógico para mover a personagem sob o oceano, já que elas podem flutuar sob as águas. Utilizando os botões já determinados, o jogador usará suas armas leves e pesadas, com os botões X e quadrado (caso esteja jogando no PlayStation) é possível ativar as habilidades escolhidas. Além disso, o jogador pode utilizar o botão de círculo para usar sua esquiva, além de contar com personagens de suporte que podem ajudar com sua defesa ou recuperação de vida e ataque.

Uma vez que tenha limpado a área, o jogador deverá seguir o HUD até a próxima área e repetir as batalhas. O problema real aqui é o fato de que a imagem do combate é muito poluída visualmente, dando pouca visão real as personagens e, quando as vemos finalmente, os modelos mesmo que interessantes deixam a desejar no toque final. Com imagens cerrilhadas e pouco definidas, é quase impossível prestar atenção nas personagens inimigas devido as explosões e “balas grossas” imitando as balas disparadas em animes.

Qual a relação entre as líderes da Alemanha e Inglaterra?

O capitão sempre afunda com seu navio

Azur Lane: Crosswave é um jogo difícil de se analisar em sua totalidade. O jogo conta com um número grande de personagens, cada uma com sua peculiaridade e detalhes de arte, tornando tudo mais interessante, apesar do forte apelo sexual e abuso do exagero em determinadas garotas. Contudo, a trilha sonora, sistema de combate, história arrastada e utilização extrema de clichês do mundo dos animes tornam o jogo irritante e maçante.

Eu adoro jogos com temática baseada em animes, mas Azur Lane: Crosswave foi uma experiência difícil de engolir. Consigo ver este jogo fazendo sucesso entre os fãs da franquia desde sua época mobile, além dos que estão comprando por causa da hiper-sexualização das personagens. Mas para o fã geral de anime acho difícil passar.

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