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Já era hora do morcegão ganhar um jogo decente. Exceto por Batman (NES), Batman Returns (SNES) e The Adventures of Batman & Robin, de SNES e Mega Drive, lembrando que o jogo é diferente em cada plataforma, todos os demais games do Batman são uma porcaria. Batman: Arkham Asylum chega para se consagrar como uma verdadeira obra prima dos videogames e, possivelmente, como o melhor jogo de ação do ano.

A primeira coisa a se notar é a qualidade da obra. Produzido pela Rocksteady Studios com a Unreal Engine 3.5 (versão atualizada), o jogo esbanja detalhes e o tom sombrio que se vê nos quadrinhos do Cavaleiro das Trevas. A cena de abertura já prova que uma boa história vem por aí. O game foi todo escrito pelo Paul Dini, produtor responsável por todos os desenhos animados da DC Comics e das séries de álbuns pintados por Alex Ross. Além de sua participação, dois dubladores garantem a qualidade do trabalho: Kevin Conroy faz a voz do Batman enquanto Mark Hamill (o Luke Skywalker, de Guerra nas Estrelas) faz a voz do Coringa.

A história é a seguinte: Batman capturou o Coringa e o está levando ao Arkham Asylum, um hospital de segurança máxima localizada aos arredores de Gothan City. É pra lá que vão os piores inimigos do morcego. Desconfiado após o Palhaço do Crime ter se entregado muito facilmente, Batman resolve acompanhar a escolta policial do vilão até a sua cela. E de fato ele tinha um plano: dominar Arkham Asylum com a ajuda da Harley Quinn e criar super criminosos com a força do Bane. Começa então a aventura para impedir os planos do Coringa e botar cada criminoso de volta à sua cela.

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A primeira coisa a se aprender são os golpes. O sistema de combate é bem simples: com um botão você dá socos/chutes e faz combos e com outro botão você realiza os contra-ataques. Sempre que um adversário for desferir um golpe, aparece um alerta sob sua cabeça, para que você aperte o botão de contra-ataque a tempo. Com os contra-ataques, o Batman promove um verdadeiro balé de porradaria: torce o braço, dá chute no saco, segura a perna e gira o inimigo no ar, e etc. É uma mecânica bem simples, mas suficiente para fazer você se sentir na pele do herói. Quanto mais inimigos na tela, maior o desafio no combate.

Outra característica incorporada no jogo foi o modo furtivo do Batman. Em vários momentos da aventura, você terá que lidar com inimigos armados. E como o Batman não é a prova de balas, ou você os elimina sem ser visto ou será morto facilmente. Para isso, você utiliza uma visão de raio-x que revela a posição dos inimigos, informando a condição de cada alvo. Desta forma você pode agarrar e atordoar o inimigo sem fazer barulho ou nocauteá-lo com um golpe forte (takedown). Caso os alvos não estiverem armados, outra forma de atordoá-los temporariamente é arremessando batarangs em suas cabeças.

O jogo também apresenta situações em que o Batman precisará seguir pistas. É aí que entra o lado detetive do herói. Nestes momentos, você usa sua visão de raio-x para escanear a área. Ao achar a pista, basta explorar os cenários seguindo os vestígios. Este scan também serve para matar charadas: logo no começo do game, o Charada hackeia o seu comunicador para realizar uma série de gincanas como o Batman. Cada charada encontrada (troféus de interrogação) ou resolvida libera extras bem legais como biografia de cada personagem (história, fatos e atributos), galeria 3D, e fitas com gravações em áudio de cada vilão (sessões de terapia). As charadas foram incluídas no jogo para dar ênfase à exploração e recompensa, pois quanto mais você conseguir encontrar/desbloquear, mais detalhes você saberá sobre a história do hospital. As referências também são grandes: é possível encontrar indícios de outros vilões não presentes no game, antigos e atuais, como o Pinguim e o Silêncio.

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Para não se perder, o Batman dispõe de um mapa detalhado e recebe dicas da Oráculo, Barbara, a filha do Comissário Gordon. As bugigangas do morcego também estão presentes, como o gel explosivo, batarang guiado por controle remoto, e o seu indispensável gancho, entre outros acessórios. O personagem evolui com pontos de experiência, que são acumulados e convertidos em pontos de upgrade. Você pode acessar a tela de upgrades a qualquer momento e escolher qual habilidade melhorar ou adquirir: aumentar a defesa, combos, batarang triplo, pendurar inimigos de ponta-cabeça, etc. Alguns acessórios são adquiridos conforme o jogador avança na história, sem a necessidade de gastar pontos de experiência, como o Scanner de Frequência que desativa painéis de segurança e abre portas.

As batalhas contra os vilões são todas memoráveis. Eu mesmo não consigo dizer qual a melhor. Talvez a luta contra o Bane, o primeiro vilão do jogo, seja a mais comum de todas. Os inimigos frequêntes do jogo são os presidiários soltos que, exceto pela aparência, não variam muito de um para o outro. Alguns deles exigem estratégias para eliminá-los, como girar a capa do Batman para tonteá-los ou pular sob suas cabeças para atacar pelas costas. Mas sempre há outras formas de acabar com os seus adversários: colocando gel explosivo em lugares estratégicos, planando com a capa para aterrizar com os dois pés no peito do inimigo, e assim por diante. O game dá total liberdade para explorar os cenários e combater os inimigos.

Batman: Arkham Asylum é fenomenal do começo ao fim. O visual caprichado, a excelente dublagem dos personagens, o sistema de combate, exploração, conquistas, a majestosa trilha sonora… É tudo muito bem planejado e executado. Este jogo é, definitivamente, o melhor do Batman feito até hoje. E também um excelente exemplo de como fazer um bom game de ação.

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