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A princípio, o inferno foi criado como uma maneira de manter a humanidade em cheque. Dessa forma, manter a humanidade nos “eixos” seria mais fácil. No entanto, com o passar dos séculos, esse cabresto foi levantado e hoje em dia o Inferno faz parte da cultura popular. Frequentemente aparecendo em filmes ou jogos, mostrou-se como um lugar interessante para se trabalhar em torno. Assim também pensa a equipe responsável por BDSM: Big Drunk Satanic Massacre.

Trazendo as aventuras de um demônio que passa os dias inebriado e desempregado. Afinal de contas, como qualquer outro lugar que a humanidade toque, o inferno se tornou uma forma de comércio ao invés de punição. Fazendo piada com tudo e todos, BDSM: Big Drunk Satanic Massacre é uma aventura hilariante e sangrenta em forma de jogo.

Abandonem a saúde todos aqueles que aqui passam

BDSM: Big Drunk Satanic Massacre traz Lou, o príncipe do inferno, filho direto do sete peles, que antes vivia uma boa vida punindo os pecadores. Logo depois que os humanos conseguiram invadir o inferno – em uma sátira a DOOM -, o inferno se tornou um ponto turístico e uma antro de fast food. A empresa Big Wac, uma das pioneiras no ramo de hambúrgueres feitos de carne de demônio, tem dominado o inferno, transformando os antigos manda-chuvas em apenas notas de rodapé. Dessa forma conhecemos Lou, gastando suas infinitas horas infernais enchendo a cara no bar e vomitando tudo na manhã seguinte.

Vai pedir saideira lá no inferno, todo dia isso bicho.

Butcher, um demônio e dono do bar onde Lou vem bebendo na conta há trinta e três anos, um dia finalmente perde a linha. Logo após ver nosso “herói” atirar em seu bar, Butcher diz para Lou que de duas uma: ou Lou veste as calças de Satã e toma o inferno de volta, ou que ele vá se danar em qualquer outro lugar. Seguindo a sugestão de Butcher, que secretamente só queria Lou o mais longe possível, nosso amigo resolve sair em uma onda de carnificina digna do Apocalipse, lutando contra demônios, representações de cartoons americanos e My Little Ponys Nazistas!

Munido de seu revólver e companheiro de jornada, que possui a energia de um súcubo infernal, Lou irá abrir um caminho encharcado de sangue até o trono do inferno. Com a ajuda de suas amantes súcubos, que garantem as mais diversas armas ao sete peles, a jornada será um pouco mais fácil. Enfim, pronto para voltar, Lou terá de se preparar pois o modo capitalista de vida infernal não irá facilitar a sua disputa pelo poder.

Um ponto a se ressaltar é que, mesmo em inglês, o jogo é extremamente gráfico e sugestivo em determinadas partes. Tanto que o aviso que se tem logo no começo se faz bem necessário, ressaltando que o jogo deve ser experienciado apenas por maiores de 18 anos.

Tirem as crianças da sala!

Diabo ou Diablo?

BDSM: Big Drunk Satanic Massacre realmente tem um gameplay que relembra muito o clássico da Blizzard. A câmera isométrica traz uma visão avantajada das horas de demônios que nos atacam, permitindo que o jogar se desvencilhe de inimigos e projéteis vindo em sua direção. Diferente de Diablo, no entanto, não possuímos ataques corpo a corpo, apenas armas de fogo demoníacas. Ou seja, jogadores de Demon Hunters e Feiticeiros estão em casa.

Até mesmo as criaturas lembram um pouco alguns dos inimigos de Diablo. Como os imps e outros demônios menores, mas um que realmente se assemelha do começo ao fim é o inimigo Tourist. Este inimigo possui duas formas, sendo elas Peter Griffin de Family Guy e Eric Cartman de South Park, e se assemelha demais à criatura Grotesque de Diablo 3. Da mesma forma que Grotesque, os Tourists exalam gases que dão dano contínuo, se movem de maneira semelhante e, ao morrerem, ao invés de soltarem Corpse Worms, aqui eles liberam X-Burguers demoníacos que querem nos devorar.

Imagem do review de BDSM
Nunca imaginaria ver um demônio se vender por dinheiro.

O gameplay de BDSM não exige combos ou combinações complicadas. Além da movimentação de Lou, temos à nossa disposição um botão para um dash que causa pouco dano corpo a corpo e serve mais para fuga, um botão para utilizar os feitiços que encontramos pelo nível – invocação de tropas, chuva de meteoros e escudo -, teclas para trocar de armas e, por fim, um para recuperar a vida. Dessa forma, é possível se aproveitar o game sem ter de decorar comandos complicados.

Lou tem acesso durante o jogo a armas poderosas, que vão desde seu revólver a até mesmo sua própria versão da BFG de DOOM. Caso tenha perdido muita vida, Lou pode beber um gole de sua bebida e se recuperar. Igualmente durante as lutas, é possível se encher a barra de fúria de Lou. Adquirida após ter um cristal cravado em sua cabeça – como a Pedra da Alma em Diablo -, Lou desfere uma rajada laser mortal.

Nostalgia intensifies.

Calor dos infernos

Durante o percurso do jogo, Lou irá se aventurar pelos corredores do inferno/cadeia de Fast Food do grande vilão, o palhaço líder da empresa Big Wac, que comanda uma horda de pôneis nazistas.  BDSM é recheado de referências, como celebridades, filmes e outros jogos como dito acima. Durante o jogo podemos encontrar personagens como John Wick ou o youtuber Loltyler1, famoso por seus gritos e acessos de fúria durante vídeos.

Com um gráfico puxado para o cartunesco, o jogo apresenta uma abordagem mais humorística. BDSM poderia facilmente ser uma web-série que acabou virando jogo devido a seu nonsense contínuo. Lou está sempre com a mesma roupa, uma regata branca suja e uma samba-canção rosa com corações. As súcubos que encontramos durante o jogo servem para dar uma pitada mais “caliente” ao jogo. Para conseguir os upgrades que elas podem oferecer a Lou, é necessário completar minigames, extremamente sugestivos, Afinal de contas, se está no inferno, abraça o capeta.

Hora de ir às compras.

Outra maneira de se conseguir upgrades é através dos magos que nos aguardam no início dos níveis. Sempre que matamos algum inimigo, o mesmo irá derrubar dinheiro ou munição. Assim, é possível comprar melhorias tanto para o dano das armas, quanto habilidades passivas para Lou. As habilidades deixam um pouco a desejar, sendo úteis as habilidades como Black Magic, que permite que cada feitiço possa ser utilizado duas vezes. Já as melhorias das armas, quanto mais, melhor.

Logo assim, Lou terá um longo caminho cheio dos mais estranhos inimigos. Afinal de contas, ninguém disse que libertar o inferno das mãos humanas seria tarefa fácil, até mesmo para uma príncipe demoníaco deposto.

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