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Para quem achava o combate de Bloodborne muito simplório, Black Legend pode ser a resposta. Assim como qualquer tipo de produto, Black Legend possui um nicho, em que não me encaixo. Tinha tudo o que eu gosto: visual vitoriano, névoa, uma história relacionada a bruxos e uma cidade tomada por uma peste.

Não houve o clique para que eu conseguisse me interessar em finalizar o jogo, mas consegui avançar por mais da metade. Trazendo um sistema “inovador” de combate, Black Legend, tal qual as experiências alquímicas do passado, é um resultado curioso. Mas o que estará esperando os jogadores dentro da névoa que esconde a cidade de Grant, pode não ser a aventura que eles esperavam.

Troca equivalente?

Em Black Legend, controlamos um grupo de mercenários que segue até a cidade de Grant, em busca de perdão real, caso concluam a missão. Sofrendo com uma terrível praga, Grant se virou para o alquimista Mephisto, que prometeu socorrer a cidade e seus cidadãos. No entanto, o mesmo entrou no lugar da praga como o novo grande problema da cidade, encobrindo o local com uma terrível névoa que ensandece aqueles que nela habitam.

Imagem dor eview de Black legend
Hora de caçar alguns cultistas!

Agora, o culto conhecido como Mephistians controla as ruas de Grant e aterroriza aqueles que não fugiram a tempo da cidade, ou que ficaram para lutar. Com uma forte inspiração gótica vitoriana, o jogo nos remete a obras semelhantes às passadas na cidade de Arkham em adaptações de obras Lovecraftianas, onde o culto a uma força maligna maior torna os habitantes dos locais em assassinos sedentos por sangue e insanos.

Em busca de auxílio para livrar a cidade dos Mephistians, o jogador receberá auxilio de NPCs e moradores da cidade. Estes, tal qual em Bloodborne, podem ser encontrados por trás de portas com velas acesas. Mas não espere muita ajuda vindo deles aqui também. Alguns darão informações úteis, enquanto outros apenas irão dizer uma frase ou outra de perjúrio. O que é fácil de se entender, já que ninguém quer ter que lidar com um bando de cultistas.

Combate humorístico

Não, você não conta piadas para os cultistas caso seja o que está pensando. Black Legend traz em parte um sistema de combate com foco inovador, mas todo o resto do gameplay do jogo parece ficar bem para trás. A grande sacada do combate de Black Legends é o sistema de humores corpóreos, um antigo conceito partido de que o corpo funciona e mantém seu equilíbrio em relação a quatro “humores”, sendo eles sangue (quente e úmido), água (fria e úmida), bile negra (fria e seca) e a bile amarela (quente e seca).

Imagema dor eview de Black legend
Os inimigos conseguem acertar você mesmo estando em andares diferentes.

Com isso, certos ataques vão adicionando marcadores de humor, tanto em inimigos quanto nos membros da sua equipe, criando um alto foco em combinar e acumular o máximo de marcadores possíveis nos inimigos, com o fim de lançar um poderoso e devastador ataque. Com esse ataque, você acaba diminuindo ou até mesmo matando o mais rápido possível os inimigos. Porém, como disse, tome cuidado, pois os inimigos estarão fazendo o mesmo com você.

O jogo possui o exagerado número de dezesseis classes que podem ser atribuídas aos membros da sua equipe, algumas sendo liberadas mais à frente, outras logo de cara. No entanto, a melhor maneira de se ter o personagem que deseja, é através de um longo e tedioso grinding, o que acaba tornando a jornada bem mais longa e enrolada, levando em conta de que sempre que se sai de uma área, inimigos irão retornar, exceto aqueles de batalhas pré-definidas.

Imagema dor eview de Black legend
Mesmo com cenários interessantes, pouco se salva de Black Legend.

Fora com os ratos, olá as maldições de Black Legend

O jogador pode aprender determinadas habilidades de cada classe e mesclá-las com outras, mas para isso o grind é necessário. Eu fui trabalhando e fundindo habilidades em outras classes até que encontrei um estranho bug durante a side quest “The Black Death”, que me fez perder todo meu progresso. Foi um verdadeiro chute nos fundilhos, pois ter que encarar tudo de novo em um jogo com um escopo grande é difícil.

Black Legend não é um RPG imenso como Dragon Quest, ou Final Fantasy, mas ainda assim é razoavelmente longo. Esse tempo é aumentado pelas suas longas telas de loading, enquanto mudamos de distrito, ou viagens até a guilda. Mesmo com os atalhos do mapa, o jogo exige demais de backtracking por conta do jogador. Unido a gráficos que parecem mais ser do início da geração passada, Black Legend é uma aventura que talvez deva ser esquecida nas névoas de Grant.

Review – Pepper Grinder

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