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Bloodroots é sangue no olho. É soco no rim, tapa na cara e chicote de mão. É dedada no olho, facada no bucho e pescotapa. Acho que deu pra entender, né? É uma história de vingança com mil e um jeitos de matar e que claramente foi inspirada em tantas outras obras que também apostaram alto na matança desenfreada.

As inspirações que forjaram este jogo são tão nítidas que não dá nem para ignorar: Hotline Miami, Red Dead Redemption e muito, mas MUITO Kill Bill! O mais impressionante é que, ainda assim, o jogo conseguiu manter sua própria identidade e consegue oferecer uma jornada de brutalidade muito satisfatória e viciante.

O mundo é a sua arma

Tudo começa quando todos os moradores do vilarejo do nosso protagonista, conhecido apenas como Mr. Wolf, são brutalmente massacrados por quatro figuras misteriosas. Não foi diferente com ele, que foi o último a cair e acaba sendo deixado agonizando na neve, esperando que os corvos iniciem seu festim… mas é claro que não foi bem assim que aconteceu. Passado um tempo, milagrosamente Mr. Wolf se recupera, mais furioso do que nunca e pronto para fazer cada uma daquelas pessoas pagarem pelo que fizeram.

Se você assistiu Kill Bill, já deu para notar que as semelhanças no enredo são absurdas e é basicamente a mesma história da Kiddo – só que com novos personagens. O jogo é composto por várias fases performáticas onde nosso único objetivo é correr até o final e matar todo mundo que ver pela frente, mas tem um porém: assim como os inimigos, você também morre com um único golpe.

Vai uma escadinha aí?

Aqui entram as semelhanças com Hotline Miami. Com uma perspectiva isométrica, o jogo é rápido e bem sangrento, obrigando o jogador a raciocinar de imediato, ser bom no improviso e criativo na matança. Em Bloodroots, literalmente qualquer coisa pode servir de arma: um machado, uma escada, uma roda, uma pedra, um pedaço de carne – até uma cenoura! Não existe limites para as habilidades e a fúria de Mr. Wolf.

As fases são lineares e os inimigos são consideravelmente mais lentos e previsíveis que os de Hotline Miami, então as coisas são mais favoráveis para você dar seu show. Porém, isso não quer dizer que será mais fácil. Bloodroots é um jogo difícil, pois qualquer movimento feito fora de hora é o suficiente para levar a pior e ter que começar do último checkpoint. Você vai morrer muito, ter que decorar cada trecho e estabelecer a melhor performance possível para pontuar bastante no final.

Vestido para matar 

As semelhanças com Hotline Miami não param por aí. Conforme completamos fases, vamos liberando novos chapéus de animais que podemos equipar em Mr. Wolf. Cada chapéu possui um perk especial que nos garante alguma vantagem, mas eles só funcionam em fases que já completamos, então caso você os equipe para continuar a campanha, a diferença será exclusivamente estética.

Porque matar sem estilo não tem graça.

É bizarro o quão esse jogo consegue tornar natural o ato de tirar a vida de uma pessoa. Quanto mais maluco é a sequência que você cria, mais legal fica! Quando terminamos de matar todos os inimigos de um determinado trecho, o jogo ainda solta uma pequena animação do Mr. Wolf matando o último sobrevivente utilizando a arma que está em mãos no momento – e novamente: quando você estiver usando uma espada, essa cena será TOTALMENTE Kill Bill!

As semelhanças com Red Dead Redemption se limitam à estética do jogo. Bloodroots é ambientado no velho oeste, então além da trilha sonora padrão com banjos e gaitas, as telas de loading fazem uma bela homenagem ao sucesso da Rockstar. Todas trazem ilustrações compostas apenas por silhuetas em fundos vermelhos (quem já jogou consegue enxergar o John Marston ali tranquilamente).

O visual do jogo é todo cartunizado e parece um desenho animado, porém definitivamente não é para crianças. Tudo é muito bem animado e detalhado, inclusive os cenários, que possuem uma excelente ambientação em diversos locais diferentes.

Até cenoura vira arma neste jogo.

Quanto aos defeitos, há poucas coisas a serem acentuadas. Uma delas é o tempo de loading, que é realmente longo ao carregar fases, mas felizmente o reload é mais rápido (ainda que demore mais do que deveria algumas vezes). Quem jogou Hotline Miami também já sabe que jogos desse tipo tendem a ficar enjoativos e com Bloodroots não é diferente, então mesmo sendo bacana, ele enjoa mais rápido que de costume. Por fim, quem for se aventurar no Nintendo Switch pode se sentir incomodado de jogar no modo portátil, pois tudo fica pequeno demais na tela do console, então é recomendado priorizar as jogatinas na televisão.

Bloodroots é um excelente jogo de ação que, apesar de não ser tão inovador, ainda é cheio de identidade. Como de costume, a versão de PC está saindo por um preço mais em conta enquanto nos consoles o valor já está bem mais salgado. Independente da plataforma que escolher, você não vai se arrepender de sujar suas mãos com sangue.

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