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Quando garoto eu dificilmente jogava Bomberman, simplesmente não conseguia me ligar com o jogo. Achava a ideia muito divertida, porém os personagens não me eram tão chamativos ou interessantes, então me voltava mais para games de RPG, luta, aventura ou corrida. Porque estou falando isso? Bom, porque Bombslinger consegue misturar o núcleo de Bomberman com elementos rogue-like, a la The Legend of Zelda do Nintendinho 8-bits, com uma estética western chamativa e atraente. Já coloco a mão no fogo ao dizer que é um dos melhores roguelikes no Nintendo Switch até o momento.

Com o lançamento de Super Bomberman R, que deixou um pouquinho a desejar com a história, o estúdio Mode4 resolveu pegar a dinamite na mão e ganhar um pouco de espaço com o explosivo título Bombslinger, mas ele realmente consegue ser o bombardeiro mais rápido do Oeste?

Juntos temos mãos sujas que não há confissão que absolva

Bombslinger possui uma história simples porém poderosa. Somos apresentados ao protagonista, o icônico Bombslinger, líder de um bando de criminosos, cada um com sua especialidade. Mas como a vida é cheia de reviravoltas, nosso amigo acaba se apaixonando e se aposenta, vivendo em um rancho de maneira pacata e livre de crimes. Ao contrário do que esperava, seus ex-colegas viram nisso uma traição e o único pagamento aceito é sangue: rancho é incendiado, o que mata sua esposa, e agora o Bombslinger fará com que chovam os pedaços de seus inimigos na sua raiva explosiva.

Imagem do jogo Bombslinger
Os ambientes fechados são belos e detalhados em 3D.

Como disse no começo do texto, o jogo mistura o estilo roguelike com Bomberman além de jogos arcade. Durante o gameplay desbravamos o mapa por áreas, nas quais só podemos avançar após derrotados todos os inimigos em cada uma. Além disso, em algumas dessas áreas o jogador poderá encontrar apenas baús, alguns deles precisando de dinheiro para serem abertos e outros necessitando de chaves, que podem ser encontradas pelo nível ou nos cadáveres de oponentes. Nesse vai e vem pelo mapa, o jogador deve encontrar a área do Boss, que só se abre quando todos os inimigos estiverem mortos. Por vezes, o jogador pode também encontrar uma loja em cada nível, mas pensem em preços caros!

A parte artística do jogo não deixa a desejar em nenhum momento, seguindo um estilo de visão semelhante ao de Zelda. O jogador tem uma visão isométrica de modelos aparentemente 2D, mas no momento em que entramos em lojas, salas de chefes e nas poucas cutscenes há um zoom de câmera que mostra que tudo na verdade foi modelado e detalhado em 3D. O jogo não possui uma trilha sonora tão marcante, porém há o som característico de filmes de faroeste. Com alguns riffs de guitarra misturados ao som de gaitas, a música às vezes consegue gerar um clima bem intenso.

Imagem do jogo Bombslinger
Haja coragem para entrar num lugar desses.

A joia de Bombslinger é seu sistema de upgrades e habilidades. Ao começar o jogo temos acesso a apenas uma habilidade, variando entre uma barra maior de energia, um coração extra ou uma vida extra após morrer, o que faz toda a diferença pois caso você morra, teria que voltar até o início do jogo. Com o passar do tempo e realizando algumas tarefas, são liberadas cada vez mais habilidades e espaços para elas, totalizando um total de até quatro espaços para habilidades e os mais diversos tipos de vantagens para garantir a vitória contra seus antigos companheiros.

E não para por aí: após escolher as suas habilidades iniciais, ao explodir seus inimigos o Bombslinger recebe EXP, e quando sua barra de experiência enche subimos de nível e com isso podemos escolher entre novas habilidades aleatórias. Lembram dos baús? Torça para a Dona Sorte estar olhando por você pois dentro deles encontrará os mais diversos itens, sejam armas, armadilhas, energéticos, habilidades e óleo de cobra, que pode tanto curar ou envenenar. A situação muda quando utilizamos armas, que necessitam de “espírito” (a barra azul do jogador) para cada disparo dado, e elas realmente podem acabar mudando o jogo dependendo da situação.

Imagem do jogo Bombslinger
Ao entrar em um nível, os caminhos são fechados e tudo se torna uma questão de matar ou morrer.

O jogo também conta com um modo multiplayer, que é o que se espera de um jogo ao estilo Bomberman, variando entre Deathmatch e Last Man Standing, e até quatro jogadores podem batalhar entre si ou com a CPU em 12 mapas diferentes. O modo não muda muito em relação à campanha singleplayer, mas a grande diferença é o fato de que os power-ups surgirão com muito mais frequência, criando assim duelos insanos. Não é nada tão inovador, mas qualquer jogo que gere boas risadas com os amigos é bem-vindo.

Bombslinger consegue ser extremamente viciante, mesmo sendo simples. Seu gameplay fácil de aprender, uma estética distinta de faroeste e uma história forte com personagens extremamente carismáticos me fizeram voltar a ligar o Switch constantemente para ver explosões e mais explosões na tela. No começo o jogo pode parecer totalmente injusto, tornando-se em uma experiência de tentativa e erro, na qual o jogador fica cada vez mais perspicaz em relação à IA dos inimigos. Para evitar a memorização e subsequente monotonia de exploração, sempre que iniciamos um nível todas as áreas se tornam aleatórias, tornando impossível encontrar o mesmo mapa duas vezes.  Bombslinger é um daqueles jogos aos quais falamos “Só mais uma e já era”, e quando vemos já está quase na hora de acordar e ainda nenhum sinal de parar a jogatina.

Imagem do jogo Bombslinger
O sol nasce e ainda estou dinamitando tudo.

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