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No passado, uma das ferramentas que mais fez a alegria do pessoal era o M.U.G.E.N. Assim como muito se lembram, inúmeros universos e batalhas foram criadas nesta ferramenta. No entanto, com o passar dos anos, o sistema M.U.G.E.N foi caindo por terra. Bounty Battle, da Dark Screen Games, traz um ar semelhante ao dos antigos jogos criados na ferramenta. Misturando personagens próprios e de diversos outros de grandes nomes do mercado indie, temos aqui uma interessante experiência.

Com um sistema de combate semelhante a Super Smash Brothers e Brawlhalla, desta vez temos um jogo que acaba caindo por terra nas expectativas. Porém, nem tudo é perdido: o jogo possui uma capacidade incrível de volta em uma continuação ou expansão.

Paraíso dos “apelões”

A abertura fantástica do jogo nos dá o pontapé inicial para que possamos entender a história. Uma energia maligna tem reunido os protagonistas de inúmeros títulos indies em um único local. Sem nome ou forma física, esse ser pretende fazer com que estes bravos guerreiros e guerreiras se digladiem para seu entretenimento. Sejam eles heróis de fantasia medieval ou ficção científica, aqui o que realmente está em jogo é a sobrevivência na arena de batalha.

Imagem do review de Bounty Battle
Personagens originais que parecem ter saído de um manual de D&D.

Os poucos membros deste mundo fantástico que participam deste grande evento também se mostram pouco amigáveis. Entretanto, mesmo com esse enredo que parece bem épico e interessante para um jogo de luta, Bounty Battle pouco fez por explora-lo, tendo um foco direto no combate. Isso é algo semelhante a Super Smash Brothers de Nintendo 64. O jogo se divide entre um modo tutorial, torneio, desafio e campo de treino. Além de um modo versus local com até quatro players ou bots.

Assim que entramos no modo torneio, descobrimos que não é bem um torneio, por assim dizer. Trata-se na verdade de uma lista de desafios, cinco para ser mais exato, de cada personagem. Porém, só podemos avançar para o próximo personagem após derrotar o último chefe da lista. Por sua vez, ele também pode ser acessado a qualquer momento, lançando a questão da ordem totalmente pela janela. No modo desafio, o jogador deve derrotar cada personagem do roster em combate um contra um. Sempre na mesma ordem, independente do personagem que seja escolhido.

Trabalho repetitivo

A falta de opção de gameplay do jogo torna o trabalho de passar as provas do torneio uma questão maçante. Tanto pela repetição quanto pelo próprio sistema de combate, que não é nada prazeroso. Um exemplo simples de algo bem feito é de um jogo como Street Fighter, em que cada hit parece dar um peso para o golpe. Isso faz com que o jogador tenha um feedback visual da maneira como o hit atingiu o oponente e logo faz com que ele já planeje a próxima ação.

Imagem do review de Bounty Battle
Hora da pancadaria com os bots.

Já em Bounty Battle, no entanto, a mecânica de batalha é repetitiva e exaustiva. Usando quadrado para atacar em uma movimentação única e sem variação, temos de esgotar a barra do oponente. Dependendo do modo de jogo, a duração da batalha pode mudar. Indo de modo de pontuação, vidas ou por tempo. A falta de combos e uma sensação que faça parecer que o oponente está sendo atacado fazem com que o jogo se torne apenas um esmagar de botões de ataques até o final da luta.

Na verdade, até que essa luta acabe e comecemos outra. O resultado é que o jogo parece mais uma tarefa repetitiva do que algo realmente divertido. Além disto, os personagens também possuem habilidades. Com cinco medidores de energia abaixo da vida, cada habilidade tem um gasto diferente. A primeira pode ser utilizada usando o botão R2 e a habilidade Ultimate do personagem pode ser usada, com a combinação quadrado + triangulo. Algumas são ataques poderosos e outras são buffs.

Bounty Battle_20200909233426
Grande roster, pouco proveito.

Preso na parede

Outro grande problema do sistema de colisão com tão pouco esmero é que tanto jogadores quanto bots podem virar máquinas de apelação. Assim como é de se esperar, ataques podem ser repetidos de tal maneira que o oponente sequer consegue revidar durante a luta. Esse truque leva facilmente a vitória para quem for o “spammer” mais veloz. No entanto, pense na soma disso com o fato que em Bounty Battle existe um sistema de recompensa monetário durante as batalhas…

A cada eliminação, recebemos pontos, que podem ser gastos para se invocar ajudantes. Quanto melhor jogar, maior a recompensa pelo jogador, que terá seu nome exposto na parte de cima da tela. Um personagem como Owlboy, que possui um ataque extremamente poderoso no R2, com um companheiro, se torna praticamente invencível.

Imagem do review de Bounty Battle
Mais roubado que o Blanka em Street Fighter Alpha 3.

Porém, isso não quer dizer que seja impossível vencer uma máquina spammer. É possível sim, mas vai ser extremamente difícil.

O estilo de arte de Bounty Battle é muito bonito e tem um charme peculiar nas personagens, mas os cenários deixam um tanto quanto a desejar. Ainda mais com a problemática de localização dos modelos das personagens. Um exemplo disto é no nível do game Blocks That Matter, em que, durante a batalha, é claramente possível ver oponentes clipando no teto do nível. Esse é um fator que pode causar até que a I.A dos bots fique presa sem fazer nada durante a partida.

Imagem do review de Bounty Battle
Aquele modo foto improvisado.

A trilha sonora é bem genérica e pouco notável, não somando muito ao produto final de Bounty Battle.

Guarda a fichaO jogo possui uma ideia ótima e que já vem sendo explorada há anos com inúmeras ferramentas, mas o grande problema está na execução destas ideias. O sistema de combate não é nada gratificante e na realidade bem enjoativo e cansativo, além da falta de uma lore que faça com que o jogador realmente se interesse pelos personagens. Ainda mais pelo fato de serem personagens de jogos indies, alguns que sequer chegaram a estourar tanto, fazendo com que os personagens sejam em sua maioria estranhos para o público.

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