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Power-ups são uma constante no mundo dos games desde os tempos mais primórdios. Para os iniciantes neste universo, power-up nada mais é que um auxílio na jogabilidade da personagem, um item que surge no cenário e ao coletá-lo a mágica acontece. Normalmente vindo de fora ou após derrotar um inimigo, os power-ups aparecem em momentos randômicos e oferecem poderes únicos e diferentes daqueles que estamos acostumados.

Companheiros inseparáveis de todo e qualquer jogador, temos modelos um tanto quanto peculiares por aí. Da Super Leaf, de Mario, ao Running Shoes, de Sonic, posso criar um texto inteiro apenas falando deles e o que ofertam. Eis que, pela primeira vez, me deparo com um formato um tanto quanto diferente e, no mínimo, curioso: cuecas. Isto mesmo, cuecas… e poderosíssimas! Você já se imaginou jogando algo em que o poder emana de uma cuequinha?

A primária ideia da Juicy Cupcake pode até soar estranha em um primeiro momento, mas resulta num divertido e razoável jogo em tudo aquilo que propõe. Admito não ter jogado o jogo da minha vida, muito menos desejei explodir meu PlayStation 4 por tédio. Será então que vale vestir aquela ceroula confortável para usufruir Brief Battles?

Você disse animal print?

O game se apresenta como um fast-paced cheio de roupas íntimas, no qual a batalha pela sobrevivência, num dos 50 diferentes cenários, deve acontecer de formas distintas. Há os modos que não são novidades para ninguém: multiplayer (local, rede e co-op) e solo, sendo que, para o modo 1 player, há alguns minigames nada interessantes: Underpants Collector (colete cuecas no menor tempo) e Tighy Whitey Targets (derrube sinais com tiros no menor tempo). São, na minha opinião, para encher linguiça. Fora eles, há os dois mais divertidos que serão falados já já. Falemos então primeiro do multiplayer.

E a jornada em Brief Battes começa. Menu de entrada simpático.

Sob duas alternativas – Multiplayer Mayhem e cooperativo, a primeira opção se destaca pelas batalhas entre quatro jogadores, onde o último sobrevivente será o vencedor, enquanto que o cooperativo oferece desafios a serem cumpridos em duplas: sobreviva dois minutos, elimine as hordas de inimigos etc. Sem arriscar nem dormir no ponto, tem conteúdo bom.

Entretanto, a maneira mais bacana de se aventurar pelo universo de Brief Battles é em voo solo. Citados acima, temos Butt-em-up-Battles (resgate as arenas das mãos dos invasores) e Endless Butt-em-up (batalhe contras as hordas). Ambos separados em capítulos e com o famigerado chefão – nada mais é que uma onda muito mais difícil, é aqui que sacamos qual a ideia da desenvolvedora. Para iniciar qualquer um deles, precisamos optar entre seis carismáticas personagens: Sparrow, Professor Tubbins, Violet, Kevin (meu preferido), Betty e Chad. Sendo o único diferencial o visual, fica na escolha da cueca a grande estratégia para a vitória.

Tem de tudo um pouco: cueca de tigresa, de gelo, de fogo, de ferro, de bolinhas, enfim, há diversas opções, e elas são oferecidas assim que a fase começa, sendo encontradas novamente de tempos em tempos. As características são variadas e determinantes naquilo que desejamos. Enquanto a de gelo traz um efeito diferente, a de fogo também traz e assim em sequência. São tiros mais rápidos, mais curtos, em arcos, em linha reta e por aí vai. Encontraremos ao longo do caminho alguns presentes e o mais legal deles é o que deixa o tempo mais lerdo: Matrix total. É uma variedade razoável.

Dê valor para sua cueca. É ela quem vai ditar as coisas por aqui.

Opções para todos os gostos e cores

Todos os confrontos acontecerão em criativos cenários. Separados em cinco regiões, vão desde simples rochedos e florestas a outros com temas espaciais e tecnológicos. São 50 no total, com um estilão 2.5D muito bem feito e orquestrado pela Unreal Engine. Alguns locais oferecem portais totalmente inspirados em Portal. Entrar nele leva ao outro lado, assim como atirar por ele trará o mesmo efeito – útil e bem executado. Em alguns momentos os cenários são meio caóticos e demandam ação rápida, já que pisos de gelo, poças ácidas e plataformas que caem serão encontrados.

As tretas respondem bem, consequência de uma inteligência artificial bacana e que cria, em determinados momentos, situações para prendê-lo em algum canto. Seguindo a linha pela qual já estamos acostumados, cada adversário tem sua função. Os mais leves costumam ter vida menor. Os pesados trazem consigo mais vida e são mais difíceis de vencer.

Mesmo nos modos mais chatos, a jogabilidade torna a coisa mais legal.

Jogabilidade fácil como cueca de seda

Simples como todo o resto (o que até aqui não é ruim), a maneira como jogamos é bem intuitiva. Tem botão para pular – duas vezes é pulo duplo – o mesmo para agarrar as paredes, além do de atirar. Testado no PlayStation 4, tive zero dificuldades para acostumar.

Sou daqueles que detesta jogos com trocentas opções de customização de botões. Toda a escola do “simples e básico” tem um espaço no meu coração. Brief Battles entrega exatamente isto. É sentar para se divertir, sem se preocupar com comandos elaborados e difíceis de gravar. Recomendado, então, do vovô ao molecão de 15 anos viciado em Counter Strike.

Música é como uma ceroula apertada

Se até então tudo ia muito bem, o mesmo não pode ser dito do quesito musical. As trilhas são maçantes e o looping que elas oferecem são chatos. Caso tivessem andado em conjunto com todo o resto, a experiência teria sido mais bacana.

A trilha sonora é tão fria e gelada quanto esta fase. Tenha certeza.

Sem ser inspiradora, comum foi jogar Brief Battles ouvindo um podcast ou outra música. O mesmo pode ser dito para os efeitos. Nada de mais. Faltou profundidade neste quesito. Uma pena!

Em uma rápida reflexão, afirmo que muitos jogos nos prendem pela sua qualidade sonora. Videogame é sim uma arte, assim como o cinema. Há muitos exemplos de filmes que não são tão bons assim, mas marcam pelo que entregam na parte sonora. O mesmo ocorre para os games. Logo, ponto negativo!

Até uma cuequinha véia tem história

Se é no modo solo que a coisa anda, senti muita falta de qualquer explicação acerca do que se trata Brief Battles. É um game tão carismático e fácil de ser identificado que uma história, mesmo que não muito profunda, seria extremamente bem-vinda.

Todos as seis personagens poderiam ter um resumo, além de um motivo para estarem batalhando pela causa. Aliás, que causa? Vastos e criativos, até mesmo os cenários poderiam contar algo.

Com tanta região assim e inúmeras fases, faltou capricho com a história.

Caramba, joguei um jogo onde o poder vem de cuecas! Onde a personagem tem uma forma não humana. Seria minimamente engraçado entender a razão daquilo. Pessoal da Cupcake deveria ter explorado muito mais o mundo divertido e com conteúdo que eles mesmos criaram.

Satisfatório como roupa íntima lavada

Brief Battles tem lá suas dificuldades. Porém, está longe de ser um jogo que eu não recomendaria para jogar sozinho ou em grupo. É divertido e nos faz esquecer um pouco do estresse que permeia nossa rotina.

Achei extremamente criativa a ideia e é uma chateação notar que os próprios desenvolvedores não tiveram o cuidado de explorar tudo aquilo.

A conclusão que deixo é: mesmo uma cueca apertada tem lá sua qualidade. Nem tudo é perfeito e nem sempre se acerta, sabe? Sabedor dos problemas, fica a torcida para que em algum DLC mais conteúdos sejam acrescentados. Vale sim a pena gastar uma graninha nesta cueca.

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