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Iskendrun vive um conflito diário e permanente entre a nobreza, os refugiados, mercadores, clérigos e os rebeldes, ou seja, uma cidade normal. Em City of the Shroud, a Abyssal Arts Ltd. nos traz a história de um imigrante chegando em Iskendrun em busca de um futuro melhor para sua família. O grande problema é que a cidade não se encontra nas melhores das situações.

Os senhores teriam um minuto para ouvir as palavras do combate por turno? Sim, eu sei que parece que eu só venho falar sobre isso. Alguns diriam que é destino, outros diriam que é karma. Eu chamo isso de felicidade! Mas, sim… City of the Shroud é mais um jogo de combates por turno com uma leve pegada RPG.

E o final, você decide!

Sua história começa muito bem, mais brasileiro impossível: fugindo de um contexto ruim na fazenda de sua família, você busca conseguir uma situação melhor para ajudar os seus. Chegando em Iskendrun, sua primeira ação é subornar um guarda para poder entrar na cidade. Maravilha. Pelo menos você ameniza sua barra protegendo um velho mercador sendo assaltado.

Quanto mais você conhece sobre essa cidade e seus personagens (cuja lista inclui ela mesma), mais estranha essas histórias ficam. As cinco facções que brigam pelo controle da cidade tentam se sobressair enquanto Iskendrun é tomada por portais interdimensionais que cospem seres corrompidos aterrorizando a cidade.

Imagem do jogo City Of The Shroud
Só queria passar pela imigração

De uma hora para outra, a situação escala e um domo mágico se forma ao redor da cidade. Se antes estava ruim para entrar, agora complicou ainda mais para poder sair. E você se vê na pele de um garoto de recados quicando pela cidade com a alcunha de Herói dos Portais, mas sendo um pombo-correio glorificado.

Passando quase metade do tempo de jogo em diálogos que variam entre bem construídos a banais, um ponto bem negativo do jogo é a falta de preocupação com os personagens.

Além dos desenhos de qualidade duvidosa, nos primeiros minutos somos apresentados a quase 15 personagens, os quais pelo menos 5 possuem as mesmas imagens. Dois personagens completamente diferentes recebem como identificador o mesmo desenho de uma idosa, por exemplo, somente com o nome como símbolo de unicidade.

Imagem do jogo City Of The Shroud
Ele não é só um vendedor de chapéus…

Vale dizer que a história é, apesar dos incômodos com o trabalho de office-boy fechador de portais, agradável de se acompanhar. Permitindo que nos alinhemos com qualquer uma das cinco facções, City of the Shroud nos dá pontos válidos em todas as ideias e ideologias, fazendo com que não tenha uma opção certa a se seguir para manter o funcionamento ou causar a revolução em Iskendrun.

Por não ler nada sobre os jogos que farei os reviews, descobri durante minha jogatina toda a questão envolvendo o balanço global entre as facções. No primeiro momento me irritou bastante a necessidade do jogo manter a conexão com a internet, visto que não estava jogando online. Depois, continuou me irritando.

Imagem do jogo City Of The Shroud
Aparentemente a cidade é toda formada por becos

Mais tarde entendi que o jogo leva em conta todos os jogadores e suas escolhas de com quem se alinhar para guiar a história de City of the Shroud e dar prosseguimento nos próximos capítulos, visto que este review cobre somente o primeiro capítulo (atualmente o único lançado dos três previstos).

Não sei se realmente as decisões dos jogadores serão levadas em conta ou se a Abyssal Arts vai dar uma de Telltale e contar a mesma história não importa o que aconteça, mas é uma atitude inovadora e corajosa. Digna do clássico da Vênus Platinada “O final, você decide”.

PS: Estou muito feliz de finalmente conseguir me referir à Rede Globo como Vênus Platinada, que apelido fantástico.

Dance Dance Revolution?

O grande diferencial de City of the Shroud no que tange ao combate por turnos, visto que no lançamento deste review este é o quarto jogo de combate por turnos que analiso em sequência (Sword Legacy: Omen, The Banner Saga 3 e Phantom Doctrine), é o que pode ser chamado de batalha com combos.

Imagem do jogo City Of The Shroud
Conheça mais sobre a bela cidade de Iskendrun

A mecânica geral ainda gira em torno do que podem ser considerados turnos, mas acontece em tempo real, com cada um dos personagens recuperando seus pontos de ação em seus respectivos tempos. Ouso dizer que essa maneira de se construir combates ficou amplamente conhecida com Chrono Trigger.

Não consigo dizer que gostei do que isso gerou para o jogo, porque a variação entre absolutamente nada está acontecendo e “MEU SENHOR POR QUE TUDO ACONTECE AO MESMO TEMPO, QUE INFERNO!!” é grande demais, fazendo com que os momentos de combate deixem de ser prazerosos e se tornem uma obrigação enfadonha.

Imagem do jogo City Of The Shroud
Acho que eu jogaria Street Fighter melhor se os combos fossem fáceis assim de se fazer

Por mais que o jogo trabalhe de forma simples para que os movimentos de cada personagem sejam minimamente variados em seus efeitos, a compreensão de como realizar cada um deles e como fazer exatamente os combos que se deseja ficam um pouco complicados. Acredito que muito pela maneira simples com a qual os golpes são montados.

Os combates variam entre um contra um até quatro contra seis, ao fim do capítulo, mas independente da configuração, a sensação de que você não está tendo uma boa exibição de suas habilidades é bem grande. Constantemente me encontrava sem pontos de ação para usar e tomando pancadas absurdas de todos os lados. Mas, independente disso, não cheguei a perder nenhum combate. O que me faz acreditar que minha sensação de incapacidade era só uma impressão.

Imagem do jogo City Of The Shroud
Não é pesquisa eleitoral, mas o resultado pode influenciar tanto quanto

City of the Shroud é um jogo que arrisca, que busca fazer coisas novas. Algumas delas ainda não sabemos se irão funcionar, já que outros capítulos ainda não foram lançados. Porém, pela história interessante, tendo a dar um voto de confiança. Outros pontos que tentaram, não obtiveram tanto sucesso, como o combate.

Por enquanto, o jogo é uma experiência válida. Apesar do combate cansativo e pouco prazeroso, ainda recomendo por sentir que o poder de participar do processo de construção desta história faz o conjunto valer a pena.

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