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Quando foi lançado em agosto de 2019, Control se mostrou como uma das surpresas positivas do ano para boa parte da imprensa de games e dos próprios gamers, o que levou a uma indicação prestigiosa a Jogo do Ano no The Game Awards. A Remedy Entertainment, no entanto, não deixou por isso mesmo, e continua trabalhando em seus planos para estender o universo do jogo. Agora, a primeira parte deste esforço está diante de nós, o DLC The Foundation. 

The Foundation faz exatamente aquilo que nos foi prometido pelo Season Pass, expandindo o mapa da Antiga Casa com um novo e vasto andar, trazendo novas habilidades para Jesse Faden e desenvolvendo uma narrativa diretamente ligada à origem da Antiga Casa, ou melhor, sua fundação como a Agência. Não faltam colecionáveis e textos, gravações e easter eggs visuais, e tudo neste DLC possui o mesmo mistério da campanha principal, talvez até demais em certos pontos. 

Assumindo a responsa

Algo especialmente bacana de The Foundation está em assumir o papel de Jesse como a diretora da Agência, desta vez com sua nova patente se refletindo no jogo como mais do que apenas a skin ganha ao final da história principal. Em certos pontos do DLC, Jesse pode usar estações de rádio para solicitar reforços ao combate contra o Ruído, que se mostra ainda mais perigoso no andar da Fundação, repleto da areia avermelhada que vimos em certos cantos do main game. 

Imagem de Control: The Foundation
O Ruído Afiado exige soluções igualmente afiadas.

Os novos tipos de inimigos são curiosos, principalmente aqueles chamados de Ruído Afiado. Armados de picaretas e amantes do combate à curta distância, estes malditos se teleportam constantemente para trás ou para as laterais de Jesse, e o jogador deve ficar esperto a fim de desviar de seus ataques, que custam muita energia de vida à heroína. Deixe o modo de disparo Estilhaço equipado e fácil se quiser combatê-los sem problemas. 

Há também outros tipos de criaturas, sendo as segundas mais marcantes os “zumbis” que habitam as cavernas escuras da Fundação. Uma certa missão secundária já possui ecos de Alan Wake ao reforçar a importância da luz e colocar o jogador em uma posição de tensão constante, devendo levitar um televisor alterado e usá-lo como lanterna ao longo do caminho para a saída. A luz não fere os monstros como em Alan Wake, mas há esse gostinho. 

Além delas, não há nada que mude muito a dinâmica dos combates, que continua seguindo a mesma lógica de movimento constante e necessidade de recuperação de saúde com os drops de vida – não é muito diferente de DOOM neste sentido. O que realmente muda aqui em The Foundation é a exploração dos ambientes, complementada por duas novas habilidades oferecidas pelos Antigos: Formar e Fragmentar. 

Imagem de Control: The Foundation
A habilidade Formar complementa muito bem as seções de plataforma.

Dependendo de qual escolher primeiro, o caminho do jogador será completamente diferente e seguirá outra ordem. Formar permite fazer crescer cristais em cantos determinados do cenário, tanto para usá-los de plataforma quanto para espetar inimigos desavisados. Fragmentar, por sua vez, permite quebrar as formações de cristais que bloqueiam o acesso a outros cantos, além de convenientemente destruir a plataforma sobre a qual um inimigo se encontra, fazendo-o cair para sua morte. 

Duas habilidades podem parecer pouco, mas me impressionei com a maneira como injetam uma dinâmica suficientemente nova no gameplay. Além de complementar muito bem as lutas, fazem o jogador repensar a maneira como explora, inclusive trazendo mais verticalidade ao mapa. Adorei, por exemplo, a subida ao topo do edifício localizado no Armazém, que reflete o melhor que havia dos caminhos intricados no jogo original.

Limitações passadas

No entanto, The Foundation tem dois problemas: checkpoints que machucam o imediatismo dos conflitos, retornando o jogador a um ponto geograficamente distante da última luta em certas ocasiões, e um design inconsistente das missões paralelas. Jesse Faden Estrelando em Plataforma Veloz é um grande deleite visual, mas sofre de ambos os problemas ao possuir zero checkpoints e forçar demais os limites do gameplay original sobre um molde arcade, resultando em fracassos indesejados por conta da câmera, por exemplo.

Uma missão prejudicada pelos checkpoints.

É um milagre que Control funcione do jeito que funciona com a perspectiva e esquema de câmera que adota, mas às vezes fica a impressão de que poderiam ocorrer ajustes nisso. Uma seção específica que envolve destruir as formações de cristais ao redor de uma esfera antes que elas cresçam novamente acaba sendo mais frustrante do que deveria, pois a mira em highlight da habilidade de Jesse teima às vezes em não reconhecer o que deve ser reconhecido. 

De qualquer forma, Control: The Foundation continua sendo um DLC bastante sólido, que não explodirá cabeças nem nada mas que mostra a dedicação da Remedy Entertainment em criar uma expansão razoavelmente significativa. O próximo DLC, AWE, é muito mais promissor nas sugestões de cross-over com Alan Wake, e este pode ter sido apenas o aperitivo, mas como aperitivo, consegue realmente abrir o apetite daqueles que esperam pelo prato principal.

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