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Tudo que você consegue pensar é o quanto você deseja a velocidade máxima. Assim como um pacote de dados, livre por este mundo digital, você anseia chegar o mais rápido possível ao seu destino. O horizonte púrpura se estende infinitamente abaixo de um sol frio que ilumina as plataformas. Assim, o primeiro passo é dado e você ganha aceleração. Você continua a acelerar cada vez mais e, assim que chega a beira da plataforma, salta e avança pelo mundo de Cyber Hook.

À primeira vista, Cyber Hook parece um jogo difícil, mas com o passar do tempo vemos que também é viciante. Desenvolvido pela Blazing Stick, Cyber Hook coloca o jogador na pele de um avatar digital. Ambientado dentro do que podemos chamar de “a encarnação virtual dos anos 80”, devemos navegar pelos níveis à toda velocidade. No entanto, é preciso cautela neste paraíso digital pelo qual iremos trafegar.

Voando pelo cyber-espaço

Cyber Hook irá te lançar em uma aventura onde aceleração e impulso são essenciais. Aqui controlamos um personagem misterioso, equipado com seu gancho na mão direita. Em sua mão esquerda, é capaz de atirar e, estranhamente, desacelerar o tempo. Com isso, devemos impedir que o vilão do jogo, uma entidade conhecida como Número, realize seus planos – sejam eles quais forem, afinal, nosso amigo digital (que funciona como um guia) não nos aprofunda muito no assunto.

Imagem do review de Cyber Hook
Referências fofinhas? Está tendo!

O jogador deve usar as habilidades a sua disposição para atravessar os níveis da maneira mais rápida possível, utilizando sequências de movimentos para alcançar sempre o melhor desempenho de velocidade. Em movimentos semelhantes aos dos mapas “surf” de Counter Strike, o jogador irá atravessar os mapas voando e quase nunca colocando os pés no chão. Usando o gancho para poder balançar e ganhar mais impulso, vamos em busca dos melhores tempos e cristais.

Sempre que finalizar um nível, o jogador receberá até três cristais, dependendo do tempo que levou para completar o nível. Como é de se esperar, alguns níveis serão extremamente desafiadores, tornando a tarefa de conseguir três cristais uma verdadeira manobra do Cirque Du Soleil. Evitando caminhos desnecessários, obstáculos e inimigos mortais, Cyber Hook se mostra um verdadeiro exercício de speedrun.

Digital web swing

Falando em speedrun, é possível ativar certas opções de corrida contra o tempo na tela de opções, além de outras coisinhas como o gancho se soltar junto com o botão do mouse, salto automático da introdução do nível ou ocultar as mãos do personagem. Esse último ainda é um mistério do porquê é uma opção de speedrun… talvez seja por isso que não sou speedrunner. No entanto, os outros dois realmente ajudam a diminuir o tempo de transição de um nível para o outro.

Imagem do review de Cyber Hook
P.O.V: Você é a frente de um fusca de tanque cheio na Dutra.

Enquanto salta de uma plataforma para outra, o jogador pode e deve usar o pulo duplo para se manter o máximo de tempo no ar. Cada vez que o gancho é utilizado, o pulo duplo pode ser usado novamente. O gancho serve mais para direcionar o personagem enquanto estiver no ar, além do impulso adicional, é claro. No jogo, as plataformas azuis e roxas podem ser enganchadas – porém, se encostar na roxa, você morre. Além disso, há também as plataformas amarelas e vermelhas que não podem ser enganchadas (a vermelha também nos mata ao toque).

As plataformas azuis e amarelas possuem uma aderência que permite ao jogador executar um wallrun (corrida na parede), evitando uma queda direta contra o solo. Algumas plataformas azuis e roxas são transparentes, mas isso não quer dizer que as roxas não irão matá-lo. Elas servem como uma armadilha para jogadores desavisados, então muito cuidado enquanto voa feito uma bala pelo percurso.

Imagem do review de Cyber Hook
Mais rápido que o Relâmpago Marquinhos.

Velocidade e liberdade

Jogar Cyber Hook em um óculos VR deve ser uma das experiências mais incríveis que posso imaginar. A sensação de velocidade e movimentação que o jogo traz são intensas e representam bem o ideal por trás do nome. Jogando da maneira correta, é possível atingir velocidades capazes de borrar a tela do jogador. Combinadas com o uso correto da habilidade temporal, o jogador deve fazer os cálculos angulares para se catapultar do ponto A para o B, usando e abusando da inércia.

Cyber Hook aposta fortemente no sentimento de nostalgia e estética synthwave. O ambiente traz o icônico sol digital retro ao fundo com seu extenso céu violeta e montanhas de neon. Já a trilha sonora parece ter saído direto de fontes como Perturbator e M.O.O.N.

Para aqueles que sempre amaram a cultura e o estilo synthwave e não dispensam uma dose de alta velocidade, Cyber Hook é uma aventura veloz e insanamente desafiadora que exige as habilidades de um ninja de animes da década de 1980.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024