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Umas duas semana antes de Damnation ser lançado, escutei comentários acerca do jogo que me desanimaram. Muitas pessoas reclamavam pelos fóruns de games criticando os gráficos, movimentação do protagonista e outros fatores antes mesmo de ter jogado, sem fazer o bom e proveitoso “test drive” do jogo. Pois bem, assim que o jogo foi disponibilizado, alguns dos comentários que escutei vieram à tona.

As críticas foram rebatidas com o que eu estava presenciando com os gráficos. Realmente não é lá grande coisa, mas está longe de ser comparado com gráficos da geração passada. Faltou mais requinte e uma melhor elaboração, mas nada que atrapalhe tanto a diversão. Afinal de contas, estamos falando da Unreal Engine 3, motor gráfico utilizado neste jogo (o mesmo de Gears of War 2). Por falar em Gears of War, um dos grandes trunfos do Damnation é pegar carona em vários jogos de sucesso, como Prince of Persia (com seu estilo acrobático), Tomb Raider (enigmas de cenário) e o já citado Gears of War. Tudo isso transformado em um único jogo.

A premissa de Damnation é simples: um grupo de libertadores liderado pelo capitão Hamilton Rourke tenta desesperadamente proteger a América pós-industrializada de um poderoso ditador (W.D. Prescott), que faz uso da força bruta e da escravidão para lucrar com segmentos industriais, além de promover um novo tipo de droga química. A história não convence o jogador e à medida que ela vai se desenrolando, torna-se cada vez mais descartável. Resta ao jogador se concentrar na ação. Pelo menos as cutscenes servem para alguma coisa: mostrar o mapa que você irá explorar, com visão panorâmica.

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O protagonista, Hamilton, possui movimentação um tanto robotizada. Mesmo se tratando de um videogame, com malabarismos impossíveis e legais de assistir, o jogo não convence. O personagem é bem modelado, com detalhes e tudo mais, mas não apresenta expressões faciais e nem sequer pisca os olhos. Ou seja, ele tem cara de porta, de Keanu Reeves. O mesmo acontece com os outros personagens da história, como a belíssima e sexy Yakecan, que apesar de chamar a atenção pela beleza, não demonstra expressão alguma.

Os vastos cenários e aparente liberdade enganam, pois o jogo é completamente linear. Você apenas escolhe como ir do ponto A ou B. Quando você pula em uma janela, por exemplo, é perceptível a movimentação robotizada que mencionei. É como se o protagonista travasse em um eixo a cada movimento, tirando um pouco a sensação de realismo. Se perder é fácil, lhe obrigando a usar uma magia especial que permite ao protagonista ver os inimigos e aliados através de objetos e paredes. Não há mapa e essa habilidade é a única salvação quando se perder.

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Os inimigos são genéricos e com uma Inteligência Artificial sofrível, a ponto de comprometer quase todo o jogo. Com o decorrer da campanha, o jogo tende a se tornar mais repetitivo, sempre com os mesmos inimigos e muita exploração de cenário. Aliás, os cenários é a melhor parte do jogo: todos muito bonitos, com paisagens de fundo caprichadíssimas, oferecendo ambientações realistas. Outro ponto positivo é a campanha em modo cooperativo. Jogando com um amigo é muito mais divertido. O modo multiplayer também agrada, com suporte para até oito jogadores online ou em Lan.

Damnation, dentro de sua proposta, consegue cumprir com o papel de misturar gêneros e agradar àqueles que curtem a temática “steam punk” (estilo que mistura o antigo com o moderno), não muito comum nos jogos. É possível se divertir por algumas horas, especialmente se estiver acompanhado de um colega no modo cooperativo. Fora isso, passe longe.

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