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Darius Cozmic Collection, lançado digitalmente para o Nintendo Switch e PlayStation 4, é a mais nova coleção com um forte cheiro de nostalgia. Disponível em duas edições, Console e Arcade, as coletâneas somam 16 versões lançadas para fliperama e diversos consoles durante as décadas de 80 e 90. O port ficou sob a responsabilidade da M2, que vem fazendo um excelente trabalho com a coleção Sega Ages.

Caso você não esteja familiarizado, a série da japonesa Taito Corporation é uma das mais importantes do gênero shmup (abreviação de shoot ‘em up), mais conhecido no Brasil como ” jogo de navinha”. As coleções funcionam como porta de entrada para os curiosos por jogos antigos e também como uma viagem no tempo para resgatar a memória daqueles que jogaram ao menos uma versão de Darius na época.

Um shmup com seres marinhos

Este review irá cobrir as duas coleções, começando por Darius Cozmic Collection Arcade, que reúne 4 jogos (sendo 7 versões ao total). São eles: Darius (original, nova versão e versão extra), Darius II (versão com duas telas), Sagaia (Ver. 1 e 2) e Darius Gaiden, sendo este último da lista o meu primeiro contato com a franquia.

Darius (1986) ficou popular em sua estreia  por sua cabine composta por três telas, um sistema de som impactante e a possibilidade de seguir caminhos diferentes até o final. Era tão difícil que rendeu uma nova versão, balanceada para ser mais justo nos combates contra os chefões. Mas foi com a versão extra que o jogo ficou devidamente justo (ou quase), permitindo evoluir os upgrades da Silver Hawk com mais facilidade – pelo menos na primeira metade da campanha.

Imagem do jogo Darius Cozmic Collection
A tela ultrawide de Darius fica bem pequena no modo portátil do Switch.

Claro, você pode abusar dos créditos (continues) e do esquema de salvar/carregar a qualquer momento, mas pra realmente não sofrer em Darius sugiro jogar com um amigo. O fato de serem três telas adaptadas para uma (sua TV) já complica um bocado, mas na tela do Switch (no modo portátil) a coisa fica realmente tensa. São muitos detalhes minúsculos para ficar atento e desviar. Precisou ir ao banheiro? Felizmente foi adicionado um “cooldown”, dando alguns segundos de respiro antes de sair da tela de pause.

Partindo para Darius II (1989) , este é um game bem mais interessante. Inicialmente foi lançado com duas telas, para depois sofrer um upgrade com três (versão não presente na lista). Tanto a sua nave como os inimigos são maiores, permitindo ter reações mais rápidas aos ataques incessantes. Entre as novidades está a mudança automática na orientação da nave, quando um chefão vai para o outro lado da tela, e a inclusão de ciclos nestes mesmos combates. Até as bifurcações das zonas são dadas para o jogador escolher livremente, sem firulas.

Sagaia (1989) é uma versão enxuta de Darius II, com zonas mais curtas e menos rotas para escolher. Tal corte fez alguns chefes desaparecerem do game, e os que ficaram tiveram sua energia reduzida. Fora isso é o mesmo jogo, ainda difícil, com side-scrolling baseado no espaço de duas telas. Sagaia Ver. 2, com algumas modificações mínimas (como a ordem das zonas), entrou no pacote apenas para fazer volume.

Imagem do jogo Darius Cozmic Collection
Darius II introduz várias novidades, mas mantém a dificuldade insana.

Por fim temos Darius Gaiden (1994), terceiro game da franquia e o primeiro a ter apenas uma tela. Mesmo jogando somente agora os outros games e versões, este continua sendo meu favorito. Entre as novidades no gameplay está a bomba que forma um buraco negro, uma maior variedade de cenários, efeitos de transparência, uma trilha sonora incrível e o scrolling parallax, muito usado naquela época para simular perspectivas. O título também resgata alguns chefes e inimigos dos jogos anteriores, além de possuir gráficos belíssimos, ser mais rápido e muito divertido.

As adaptações de Darius para consoles

A coleção de jogos para consoles reúne 9 versões ao total: a versão japonesa de Darius II para Mega Drive, a versão norte-americana de Sagaia para Mega Drive, a versão europeia de Sagaia para Master System, as versões japonesa e norte-americana de Darius Twin para SNES, a versão japonesa de Darius Force para SNES, a versão norte-americana de Super Nova para SNES, e a versão japonesa de Darius Alpha e Darius Plus para PC Engine.

Darius II e Sagaia, independente da versão e região, são jogos adaptados dos originais de arcade no mesmo ano (1989). Dada as limitações dos consoles da Sega, perceptíveis não só nos gráficos mas também nos efeitos sonoros e trilha, são games que fizeram a alegria de muita gente nos tempos de locadora.

Darius Twin (1991) é basicamente uma adaptação de Darius II para uma única tela, para funcionar nas TVs caseiras. Saiu pouco tempo depois do lançamento do Super Famicom no Japão e se tornou um fenômeno de vendas. A diferença na versão norte-americana está apenas no áudio, que ganhou upgrade para estéreo.

Darius Force (1993) é o primeiro game da série concebido exclusivamente para console. O que não significa, necessariamente, que ele é bom. Mesmo explorando outros temas além da biologia marinha, com inimigos inspirados em bactérias e até dinossauros, o game peca pela dificuldade excessiva. Exemplo: ao morrer sua nave não volta instantaneamente para o combate, forçando um lento e tedioso reinício de fase. E os efeitos sonoros são os piores de toda a franquia, soando abafados.

Imagem do jogo Darius Cozmic Collection
Darius Gaiden continua sendo meu favorito, mesmo após conhecer toda a coleção.

Super Nova (1993) é o nome da versão ocidental de Darius Force. Só pra confundir tudo. E a única diferença entre as versões está nos nomes localizados dos chefões. De resto, é tudo igual. Já Darius Alpha (1990) vale pela curiosidade: é um game não comercial com pouquíssimas cópias (800 ao total), dados como brinde para promover o lançamento de Darius Plus para o PC Engine no Japão. Uma verdadeira relíquia para os colecionadores. Inclui quatro modos diferentes no estilo boss rush, contra 16 chefões. Darius Plus é a versão enxuta de Super Darius, lançado para PC Engine CD-ROM2 no mesmo ano – este com 26 chefões.

No geral o port da M2 ficou muito bem feito, com gráficos pixel perfect “crocantes”, como os retro gamers gostam de chamar. Só exageraram na intensidade da vibração do controle na simulação dos sons graves dos jogos de arcade. Vibra tão forte e por tanto tempo que irrita facilmente – e não há opção para desligar. Em comparação, a coleção de console chama bem menos a atenção, mesmo com suas peculiaridades. Com o preço salgado de lançamento, recomendo que você pegue a versão arcade, que vale mais a pena.

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