Skip to main content

Senhoras e senhores, sejam todos bem-vindos à sexta edição do campeonato de luta mais famoso do mundo, Dead or Alive. Estão confortáveis em suas cadeiras? Pois as lutas são de tirar o fôlego, assim como as lutadoras… digo, todas as personagens. É bom que esteja pronto, não há tempo a perder e os conflitos só estão aguardando para que pegue o controle e vença o torneio em Dead or Alive 6.

Antes de começarmos, devo informar que estão prestes a ver um espetáculo dos combates. Aqui, nenhum confronto é igual ao outro. Não vou te enganar, ele não passará a sensação de estar participando de um dos mais clássicos campeonatos do gênero, neste caso você realmente está nele. O maior encanto está em trazer uma experiência completa e te inserir no contexto do game, sendo um veterano ou começando seu primeiro round agora.

Round 1, Fight!

Suas principais armas são o soco, chute e a defesa. Apesar da simplicidade, as combinações que Dead or Alive 6 oferece são múltiplas. Defendendo apenas em cima, o oponente também pode atacar por baixo. Se encontrar uma abertura, tente seu melhor golpe e se o inimigo proteger, não esquente: use o agarrão e jogue-o para longe. Aproveite a distância e use a corrida para desferir um ataque tão forte que vai até mudar de arena. Ué, ele não estava arrumado e com o cabelo em ordem? Agora parece um trapo. Sujeira por toda roupa.

Se unir energia o suficiente, ainda pode usar o Break Blow e vencer a luta de uma vez por todas. Fácil demais? Não se engane, o desafio sempre aumenta. O próximo pode não ser tão bonzinho e cuidado para não virar o jogo sem que perceba. É esse o sentimento de estar na arena de Dead or Alive: quanto mais você luta, mais aprende, mais desafiante se torna e mais você encara o quanto é difícil aperfeiçoar suas táticas. Dá pra vencer na primeira luta? Sim, mas se desejar ser um dos melhores, precisará ir além.

Os Break Blow são golpes especiais que causam grande dano ao oponente.

Os jogadores veteranos podem contar com a presença das personagens clássicas. Com o passar do tempo, elas cresceram e foram ganhando profundidade em suas histórias. Descobertas familiares e perseguições a lutadores apimentam a trama. Isso e outros elementos-chave te levarão até o grand finale. Porém, a Koei Tecmo também destacou lutadores que não receberam muitos holofotes nos torneios anteriores. Claramente fizeram isso para situar os novos jogadores de que há uma nova geração pisando na arena. Eles estão cientes que muitos não jogaram os cinco jogos anteriores. Essa alternância é boa por dar espaço para ambos aprenderem seus lugares dentro daquele enredo.

Você vai acompanhar a saga destas personagens até o encerramento do sexto campeonato, puxando vários ganchos do game anterior e criando novos. Os capítulos de determinados personagens vão se cruzando conforme avançam, mas cada um recebe um tratamento relevante na campanha. Porém, não espere uma obra digna de Game Awards de roteiro, ela serve apenas pra te dar razões para bater em certos oponentes. A maior ameaça é uma maléfica organização que deseja ressuscitar um certo personagem e irá atrás dos meios para isso usando o Dead or Alive como ferramenta.

O hall de personagens é extenso e traz novos e os clássicos da franquia.

Um dos maiores destaques do elenco são os estreantes Diego e Nico. Ele, além de ser meu xará, é conhecido por ser o rei das brigas de rua. Convidado por Zack para participar do torneio e disputar o famoso título, ele vai a contragosto, mas sua sede de encontrar fortes inimigos o leva ao olho do furacão. Seu temperamento é explosivo e por toda a história ele se mostra irritado com tudo. Nico, por sua vez, é uma misteriosa cientista que observa todo desenrolar e está de olho em certos lutadores para concluir seu plano secreto. Ela comanda a narrativa, merecendo uma atenção a mais em suas intenções e ações no decorrer dos capítulos.

Duplo protagonismo

Além deles, Honoka e Marie Rose protagonizam o desenrolar da história. Por serem personagens relativamente recentes, os novatos não vão boiar tanto. Todas as informações necessárias sobre elas são mostradas e ditas apenas neste título. Dá para aproveitar bastante o envolvimento de ambas com os demais lutadores que já são cartas marcadas na franquia. Desde os clássicos, até as participações de Ninja Gaiden e a vindoura DLC de Mai Shiranui, vinda das franquias The King of Fighters e Fatal Fury, o elenco dessa vez traz um elenco que agrega todos os gostos possíveis.

Os personagens de Ninja Gaiden são presença garantida em Dead or Alive 6.

Esse hall equilibrado não é o único destaque que vemos por aqui. Diria que os gráficos que o jogo tem são um show à parte. O gráfico do jogo está absurdamente bonito, com cada lutador recebendo um detalhamento que só se equipara ao Tekken 7 ou Soul Calibur, por exemplo. As lutas são de cair o queixo e você percebe o quanto trabalharam isso de forma eficaz quando vê as roupas rasgadas, ferimentos e sujeira enquanto o combate rola.

Mas não é só de gráficos que se cria uma obra-prima, as físicas também são muito importantes. Quanto aos fãs mais fervorosos, podem ficar mais do que tranquilos. Na nova geração, Dead or Alive 6 se mostrou ainda mais vivo. Podem ter certeza que todos os elementos na tela sobem e descem com uma perfeição absurda. A interação com o ambiente também foi muito bem-colocada, e não se espante se numa batida um pterodáctilo gigante te pegue e jogue longe ou, ao cair, fogos jogados ao chão te causem mais dano.

Tome cuidado com os dinossauros pelas fases.

Outra informação que é bastante necessária é do quanto fazia falta um jogo de luta clássico lançar de forma completa. Excluindo os jogos da NetherRealm Studios dessa reclamação, é um alívio saber que tudo que eu espero de um título gênero está disponível já de cara em seu lançamento. Sendo sincero, isso nem devia ser um elogio, mas considerando a tendência atual é válido dar esse crédito a ele.

Você quer lutar sem compromisso? Claro que dá. No modo Fight você tem disponíveis os clássicos Versus, Arcade, Time Attack e Survival. Até compreendo os games atuais focarem no e-sports e online, novos modos como o Multiverso de Injustice, criarem hubs para passear em áreas fechadas como Dragon Ball Xenoverse e Jump Force, mas a Koei Tecmo nadou contra a maré e manteve o clássico. Aquilo que nos fez sermos apaixonados por jogos de luta até hoje, diga-se de passagem. Sabe aquilo de querer chamar os amigos em casa e jogarem juntos? Se não quiser, tem também o modo online onde pode lutar contra todos no mundo em busca da classificação como o melhor.

Chame um amigo ou enfrente algum oponente online para dar umas bifas.

DOA Central

O DOA Central te permite ver e configurar as vestes dos personagens, assim como as músicas do jogo. Ali também pode ver seu rank e estatísticas e as histórias de background dos games anteriores. Há também o DOA Quest, o qual te dá três tarefas para executar durante cada luta em troca de pontos e dinheiro para comprar novas skins.

Falando nelas, o sistema de skins vai te fazer querer completar todos os modos para ir atrás dos prêmios. Chega de julgar aquele amigo do LOL que paga roupinha de jogo, pois pode ter certeza que nesse jogo você vai querer fazer o mesmo. São tantas que a mão do analógico chegará a tremer. Sua sorte que ele vai te cobrar apenas tempo e pontos, não mais dinheiro.

São várias skins, cabelos e óculos para modificar seu lutador favorito.

É apenas no Training que você enxerga a verdadeira complexidade do jogo. É uma infinidade de combinações diferentes, combos, defesas, agarrões e o verdadeiro “pedra-papel-tesoura” que ele traz dos anteriores retorna para te dificultar o entendimento. Isso não é ruim, ele é um ótimo jogo para iniciantes, mas se desejar aprimorar e virar um pro-player, ele também te dá condições de ir além.

Porém, uma das únicas grandes falhas de Dead or Alive 6 é evidente. Imaginem que ele cumpre perfeitamente com o que propõe, é o melhor arroz com feijão dos jogos de luta, mas não ter inovações de forma efetiva traz aquela sensação de estar vendo mais do mesmo em relação ao game. É óbvio que manter o clássico é bom, porém para uma franquia se desenvolver seria ainda melhor incluir uma leva maior de novas personagens, quem sabe trazer algo do vôlei da série, o que mais coubesse.

O modo Training é complexo e ensina o que define a vitória ou derrota.

Ainda é um excelente jogo e realmente dá um respiro das complicações dos demais, mas ele só oferece para você o básico. É o ideal para juntar os amigos, jogar sozinho e se divertir. Porém, não há muito que chame atenção para novos jogadores ou que vá te dar uma experiência maior do que teve no quinto game. O anterior foi ótimo e ser mais do mesmo chega até a ser positivo nesse caso. A Koei Tecmo, contudo, tem de pisar com muito cuidado para não cansar sua fanbase.

Dead or Alive 6 traz o arcade definitivo para você aproveitar o clássico de lutas na nova geração. Ele mostra que ainda dá para trazer material de qualidade superior ao que já conhecemos. Garantia de diversão certa e cenário ideal para os pro-players se aperfeiçoarem, é um game que merece estar na sua estante. Ainda que não inove, conseguir criar um jogo que consiga unir novos jogadores aos veteranos será um dos maiores feitos da Koei Tecmo nessa franquia, renovando os ares para os próximos episódios que virão.

Review – Pepper Grinder

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.28/03/2024
Imagem do review de Everloop

Review – Everloop

Marco AntônioMarco Antônio28/03/2024
Imagem do review de Dicefolk

Review – Dicefolk

Marco AntônioMarco Antônio27/03/2024