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Em 2006, durante o início do Zombie Boom, quando os mortos vivos estavam começando a ganhar cada vez mais espaço, um mangá High School of the Dead, escrito por Satou Daisuke, surgiu contando a história de alunos e professores sobrevivendo à  invasão dos comedores de carne no mundo. Logo é possível ver que, na realidade, o foco do Satou não eram os zumbis e sim explorar o máximo de ecchi possível em um apocalipse zumbi, e o game Dead or School segue a mesma linha de pensamento e a amplifica.

Personagens sem sal, cenários cansativos e inimigos pouco inspiradores são o que permeiam pelo universo de Dead or School. Tal qual o mangá de Satou Daisuke, é uma experiência curta e pouco memorável, assim depositando todas as esperanças de sucesso não na qualidade da história, e sim em quanta pele nua pode ser mostrada.

Hora da aula

Bem como muitos games do gênero anime, Dead or School tem uma personagem que se mostra apta a lutar contra os mortos-vivos. Esta é Hisako, nossa protagonista e uma entre várias pessoas que agora vivem no subsolo, uma vez que os zumbis tomaram a superfície. Logo vemos que toda a sociedade se adaptou à vida subterrânea, mas isso não impede os mais jovens de sonharem com o mundo da superfície, de viverem sem preocupações embaixo dos céus azuis, ao invés de soterrados.

Imagem do review de Dead or School
Obrigado pela informação personagem de anime cyberpunk clichê.

Logo no início do jogo, vemos um par de jovens tentando deixar as estações de metrô de Tokyo onde o grupo de Hisako vive, mas ao fazerem isto, elas são emboscadas. Hisako surge e as salva, e as garotas gratas seguem rumo à direção a superfície ainda assim. Dessa forma Hisako vai até sua avó e pergunta para ela como era a superfície, e sua avó a conta da breve infância que teve sobre a superfície da Terra.

Enfim Hisako descobre sobre como era a vida sobre a superfície e sobre como as escolas eram. Com isto ela se torna determinada a livrar o mundo dos mutantes, não porque é a única maneira da humanidade voltar a viver debaixo dos céus, mas sim porque ela deseja ir à escola para poder brincar com seus amigos e colegas, comer na cafeteria e talvez quem sabe matar aula. Assim, ganha de sua avó um uniforme que é exatamente do seu tamanho, e que parece ter pertencido à sua ancestral.

Determinada a ir à escola, Hisako se equipa com diversas armas diferentes, além de um trem de metrô personalizado ao melhor estilo Mad Max, partindo assim em busca de novos professores e colegas ao longo do caminho.

Men Do Kote!

Com uma história rasa dessa, eu esperava que o gameplay de plataforma e combate fosse um pouco mais divertido. Mas infelizmente também deixa a desejar. Hisako viaja pelas estações de metro de Tóquio a bordo de um trem totalmente personalizado. Além disto, o mesmo serve de QG para ela e as pessoas que resgata durante os cenários. Os comandos de Hisako são duros e poucos interativos, contando com pouca liberdade para criação de combos. Não dá para esperar um Devil May Cry, claro, mas Dead or School deixa bastante a desejar no combate.

Muitas vezes os inimigos simplesmente “resetam” suas posições e negam o ataque de Hisako, como uma super armadura, mas que muitas vezes ocorre de maneira aleatória. No jogo, Hisako possui uma arma branca que geralmente será uma Katana, uma arma de fogo e outra arma explosiva. Durante os cenários é possível encontrar outras armas que podem ser equipadas, vendidas ou transformadas em sucata.

Com dinheiro e sucata, é possível realizar upgrades nas armas deixando-as mais fortes. Além disto, é possível encontrar modificadores pelo jogo, que ao serem combinados com as armas dão habilidades novas como maior resistência para a arma, mais vida para Hisako ou maior dano. Mas a maneira mais fácil de se seguir adiante pelo jogo é com uma espada sempre bem forte, uma arma de longa distância como uma sniper e sempre usar bazucas.

Imagem do review de Dead Or School
Mesmo o jogo não sendo tão divertido, alguns monstros são bem maneiros.

Parede em branco que ficou em branco

Minha maior reclamação com Dead or School é a forma como as personagens e a história foram escritas. Entre conversar com Hisako e um pedaço de pedra, acredito que a pedra tenha bem mais história para contar do que a jovem protagonista, com aparência de já ter em torno de 18/20 anos – algo que geralmente é uma mentira em animes, na onde ela provavelmente deva ter 12/13 anos. A garota age e fala como um grande bebê que sabe usar armas.

Em momento algum vemos uma motivação mais profunda do que ir à escola ou achar uma escola. Nunca a vemos parando para pensar em dar uma vida melhor à sua família, ou até mesmo salvar a humanidade de uma vida sofrida no subsolo. Além disso os outros personagens do jogo se mostram tão rasos quanto uma piscina infantil. No entanto, a parte visual do jogo ainda mostra um trabalho bem feito, realmente passando a ideia de estações de metrô abandonadas há anos e infestadas de criaturas.

Imagem do review de Dead or School
Sempre que Hisako fica com pouca vida, seu uniforme fica mais revelador.

O design de algumas criaturas mais adiante no jogo realmente mostra uma dedicação maior do time, trazendo mutantes, monstros e até mesmo divindades shintoistas. Mas acaba por aí também, e resta uma mistura de momentos bons e momentos bem fracos. Com uma escrita bem rasa, trilha sonora pouco marcante e uma protagonista pouco elaborada, Dead or School acaba por ficar soterrado em relação a outros jogos do gênero.

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