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Quando se trata de videogames, todo mundo adora destruição e é por isso que jogos como Destruction AllStars existem. O que a princípio seria um dos exclusivos de lançamento do PS5 acabou sendo rebaixado a um título de PlayStation Plus, o que na verdade é uma coisa boa, já que os milhões de assinantes do serviço poderão aproveitá-lo ao mesmo tempo, algo crucial para definir o sucesso e o futuro de um jogo online.

Destruction AllStars bebe das fontes de jogos como Rocket League e Fortnite, misturando o mais popular de cada um em um game onde seu objetivo é muito simples: destruir carros e fazer mais pontos que os oponentes. Temos aqui uma experiência muito sólida, com boas mecânicas e uma estética bem moderna, mas que no final não entrega nada de muito original.

Estrela do caos

A proposta do jogo é muito simples: você encarna uma estrela de um esporte completamente insano e caótico, onde os competidores devem destruir os carros dos oponentes e até mesmo um ao outro em uma arena forjada no neon. A princípio eu achei que seria possível criar seu próprio personagem, mas o game possui seu próprio elenco de figuras extremamente estereotipadas, cada uma com suas próprias habilidades tanto dentro como fora dos veículos.

Tranquilaço no meio do caos e destruição.

Seu verdadeiro diferencial é que aqui não ficamos pilotando carros o tempo inteiro, pois também é possível controlar seu personagem a pé e fazer milhares de acrobacias e movimentos para agregar valor ao show. O jogo faz o máximo possível para deixar o gameplay bem equilibrado, então os carros são mega frágeis e explodem com apenas algumas porradas, te forçando a sair da zona de conforto e procurar outro para continuar o ciclo.

Existe uma variedade de quatro modos que mudam apenas uma regrinha ou outra, mas nada que torne cada um muito distinto dos outros. De uma forma bem resumida, você só vai destruir coisas e coletar cristais para pontuar. Dependendo do modo, você ganha pontos por causar destruição ou por coletar cristais a pé, então não demora muito para você descobrir quais gosta mais de jogar – e provavelmente isso será definido com uma simples pergunta: você prefere controlar o carro ou o personagem?

A ação é bem rápida e muito fluida, então qualquer um que tenha o mínimo de costume com jogos mais modernos consegue tirar este de letra. Os comandos para pilotar o carro ou controlar o personagem são os mesmos utilizados em incontáveis títulos com mecânicas semelhantes, então é aquele tipo de jogo que dá até para pular o tutorial.

Pensa rápido: isso é Fortnite ou Destruction AllStars?

Os personagens são ágeis, fazem parkour e podem até dar uma porrada nos oponentes que estiverem a pé, mas sinceramente não vi utilidade alguma nisso. Já os carros não possuem peso algum e estão lá com a única finalidade de virarem sucata, mas o fato deles serem tão leves e fáceis de pilotar deixa todos 50% menos divertidos de explodir. Porém, não dá para negar que a resposta dos gatilhos adaptativos do Dualsense na direção dos veículos é muito legal, com o botão do acelerador e do freio adquirindo intensidades diferentes de acordo com o carro.

Dirija mais e pule menos 

As mecânicas híbridas são uma boa pedida para amantes de diversos gêneros, pois satisfaz jogadores de ação/aventura e até mesmo de corrida (mesmo que isso passe longe de ser um jogo de corrida). No meu caso, eu gosto muito mais de jogos de ação, então consequentemente eu preferia controlar o personagem do que o carro. Porém, infelizmente eu não vi sentido em ficar correndo e pulando para lá e para cá enquanto tinha dezenas de outros jogadores com sangue nos olhos tentando me atropelar.

Por mais que controlar o personagem seja legal, a verdadeira ação sempre fica a cargo da direção. Tudo bem que existe alguns movimentos maneiros, tipo pular em cima de um carro em movimento, puxar o motorista para fora e roubar a carona dele, mas não é algo que você vá conseguir fazer o tempo inteiro. Por mais que exista a possibilidade de ter um desempenho insano e empolgante, nós dependemos mais de sorte do que de habilidade e isso não é legal.

Esta imagem resume bem o modo online.

Além disso, cada personagem possui uma habilidade única para ser usada a pé e no carro, mas a única que faz alguma diferença na partida são as skills dos carros, que podem ser realmente devastadoras. A parte engraçada é que 90% dos jogadores não sabem ou simplesmente não querem usar essas habilidades, pois jogando online qualquer modo vira apenas uma sessão insana de “carrinho de bate-bate”, onde todo mundo se contenta em dirigir feito louco e colidir uns nos outros como se não houvesse amanhã.

No final, os personagens acabam sendo puramente cosméticos e, por mais que alguns sejam bem estilosinhos, eles são tão genéricos quanto os de qualquer outro jogo do tipo. Ainda é possível equipar seu boneco com itens cosméticos que custam dinheiro de verdade, mas é tudo tão bobo que não vi sentido algum em não ser possível desbloqueá-los in-game (mas é claro que para os desenvolvedores faz bastante sentido).

Plateia de papelão igual nos principais esportes americanos.

Se jogado sozinho, Destruction AllStars se torna enjoativo com uma ou duas horas de jogatina, então a graça fica toda no modo online. Felizmente os servidores estão funcionando muito bem, então está fácil de encontrar partidas e jogá-las até o final (e pode acreditar, é muito raro ver esse tipo de coisa no lançamento de um jogo online). Existe uma pequena variedade de modos que se dividem entre cada um por si (que é o mais legal) e mata-mata em equipe; na verdade são os mesmos modos do singleplayer, porém os BOTs são substituídos por uma galera sedenta de sangue.

A parte mais decepcionante do multiplayer é que só é possível jogar com um grupo de amigos nos modos em equipe. O modo mais divertido, que seria o cada um por si, não tem suporte para grupos, então não dá nem para colocar vários amigos na mesma partida junto com outros estranhos e isso é bem chato.

No geral, Destruction AllStars é um jogo divertido, mas que não consegue se destacar diante de tantos outros títulos multiplayer que já temos no mercado. Obviamente, muita gente está jogando agora por ser novidade e estar “gratuito” (sem contar o fato de que não tem praticamente nada realmente novo para jogar na nova geração de consoles), mas como é muito repetitivo e oferece pouco conteúdo, é bem provável que não demore muito para se tornar apenas mais um jogo online a cair no esquecimento.

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