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Luz e sombras, dia e noite, Paradisum e Infernum. Uma batalha tão antiga quanta a própria humanidade, e que mais uma vez há de ser abordada no título Devil’s Hunt. À primeira vista, Devil’s Hunt parece ser apenas mais um título mediano do gênero de ação. Por outro lado, traz uma interessante história e criaturas com as quais podemos simpatizar durante a jornada do Jovem Desmond, com um futuro promissor que logo em seguida é lançado pela janela.

Devil’s Hunt é o primeiro título da Layopi Games e é possível ver isso durante seu gameplay. Imediatamente ao vermos o trailer, temos uma ideia do que esperar. Mas mesmo com uma história um tanto quanto clichê e uma mecânica de batalha pouco chamativa, Devil’s Hunt possui seu charme.

O inferno não está vazio

No início de Devil’s Hunt, a vida de Desmond parece ter saído diretamente de um comercial de uma empresa de seguros. Vivendo em uma luxuosa mansão em Miami, com um belíssimo carro esporte com direito até mesmo a uma praia particular, sua vida não poderia ser melhor. Juntamente de sua namorada Kristen e trabalhando na empresa multimilionária de seu pai, Desmond tem tudo que alguém poderia querer. Por outro lado, o universo está sempre conspirando e o jogo abre com Richard, o pai de Desmond, demitindo-o por um grande erro contábil que o mesmo causou.

Logo depois disso, Ambrey, amigo de Desmond, o acalma. Ele irá pedir Kristen em casamento hoje e nada deve desconcentrá-lo para a sua luta ilegal mais tarde. Após Kristen aceitar seu apaixonado pedido de casamento, Desmond parte em direção a um bar escuso da cidade, onde toma uma surra de seu oponente. Mas nada disso importa, afinal de contas sua amada noiva o espera em sua confortável mansão. Só que, ao chegar lá, descobrimos que Ambrey e Kirsten também estavam lutando, sem roupas e na cama de Desmond, que desconcertado acaba se suicidando em um acidente automobilístico.

Imagem do jogo Devil's Hunt
Para ser demônio, só falta o fogo, pois o chifre já tem.

Agora morto, Desmond se vê perdido no inferno. Isto é, até que Sawyer, um emissário de Lúcifer, se apresente a ele. Em suma, Sawyer guia o jovem Desmond até a fortaleza de Lúcifer, onde firma um pacto com o mais alto dos anjos. Igualmente a uma proposta de emprego, Desmond agora é um executor do inferno e deve caçar aqueles que forem marcados por Lúcifer ou Sawyer, independente de qual seja o motivo.

Durante sua jornada em busca de almas pecaminosas, Desmond irá se deparar com inúmeros desafios, sejam eles infernais ou celestiais, e todos desejam interferir no caminho daqueles que chamam de “Salvador ou Destruidor”.

Imagem do jogo Devil's Hunt
Malhei demais para derrubar as árvores do inferno tudo… BIRL!

O escolhido entre duas facções

Devil’s Hunt é um hack ‘n’ slash que infelizmente não apresenta as ferramentas mais importantes dos jogos do gênero. Com um foco totalmente voltado para o combate e muito pouco para a exploração de cenários, é de se esperar lutas excitantes e frenéticas. Definitivamente não descreveria assim a experiência de combate do jogo. Devil’s Hunt conta com um grande foco em corpo a corpo, mas a falta de uma mecânica que permita ataques rápidos e “linkados” tira totalmente o prazer da experiência.

A princípio, o jogador possui o estilo de luta chamado Executor, que consiste em ataques de fogo e socos. Mais à frente, quando encontramos o que parece ser o antigo escolhido, chamado Muriel, ganhamos o estilo Void, semelhante a Nero em Devil May Cry com seu Devil Bringer. Por último, mas não menos importante, Belial nos presenteia com o estilo Unholy, que permite utilizar armas criadas com energia demoníaca inerte. Desmond também pode se tornar um demônio por completo quando sua barra de fúria se enche.

Imagem do jogo Devil's Hunt
Infelizmente, os golpes não possuem peso algum.

No entanto, diferente de jogos do gênero, a troca de estilos de batalha de Desmond é lenta e arrastada. Ainda mais com a falta de um contador de hits, falta de peso nos ataques e inimigos que não recuem ou fiquem atordoados com os golpes, Devil’s Hunt falha no quesito hack ‘n’ slash. Claro que eles podem não ter focado neste tipo exato de gameplay, mas todas as peças estão aqui e a maneira como Desmond ataca dá a indicar de que talvez esta fosse a ideia original.

Frequentemente, é possível tomar ataques vindos de todas as direções, já que acertar os inimigos e bater em uma parede de tijolos são a mesma coisa. O dano parece não os abalar de forma alguma, e a maneira mais fácil de imobilizá-los é utilizando alguma habilidade, que também falha em dar alguma emoção a batalha. Desta maneira, é possível notar que os comandos de Devil’s Hunt são razoavelmente simples e falham em trazer algo original.

Hmmm, esse ataque de mão demoníaca me parece familiar.

Dor e sofrimento a frente de Devil’s Hunt

Nesse ínterim, é fácil notar que os comandos de Devil’s Hunt não são complicados ou exaustivos de se aprender. Não há combos elaborados, nem mesmo trocas rápidas de estilos, e os golpes mais poderosos são as habilidades que acabam na maioria das vezes dando pouco ou quase nenhum dano nos oponentes. No entanto, o jogo ainda oferece a habilidade de se defender dos ataques inimigos com um “counter” bem fraco ou um dash mal direcionado. Também é possível realizar uma finalização em inimigos, quando estes estão com pouca vida, mas a maneira superficial com que os golpes são dados tira a emoção.

Os gráficos de Devil’s Hunt são muito bonitos, trazendo belas representações de Miami e do inferno. Ainda mais o inferno, que além de contar com áreas totalmente desoladas, possui áreas de “maior” prestigio, com belas e criativas estruturas, dando um ar diferente para toda a temática, que muitas vezes acaba se repetindo. Ao mesmo tempo, as cutscenes deixam a desejar, enquanto a movimentação e atuação dos personagens são algo semelhantes às cutscenes de Need For Speed, pouco marcantes ou interessantes, com personagens agindo de maneira robótica.

Imagem do jogo Devil's Hunt
Um castelo de cristal no inferno, por essa eu não esperava.

As lutas contra bosses de Devil’s Hunt, algo que deveria ser pelo qual os jogadores anseiam, também deixam a desejar. Tal qual os inimigos padrões, os chefes são totalmente inabaláveis com nossos ataques, tornando as batalhas numa constante maratona de reanimação pós-morte. A trilha sonora fraca e pouco chamativa pouco ajuda. Deixando tudo mais como uma tarefa do que algo realmente divertido, somado aos outros problemas, o foco principal do jogo acaba se tornando seu aspecto mais fraco.

Contudo, Devil’s Hunt tem capacidade de se tornar um ótimo jogo com futuras atualizações. Ainda existe o que ser trabalhado, tanto no modo de combate quanto nas cutscenes, Logo assim, o título se encontra jogável, mas não se parece muito com o que podemos ver em seu trailer, que mostra um jogo muito mais rápido e fluido.

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