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Dishonored sempre foi uma franquia repleta de mistérios. Nós provamos a inocência de Corvo no primeiro jogo e derrubamos a usurpadora Delilah no segundo, e em todas essas ocasiões nós contamos com a presença de um ser deveras intrigante: o Estranho. Ele presenteia pessoas que julga serem interessantes com a sua marca, essa que garante poderes sobrenaturais e habilidades incríveis ao seu portador. Mas a pergunta que não quer calar é: quais são as verdadeiras intenções do Estranho? Ele é uma entidade perversa ou um ser que luta pela justiça? Qual é a sua verdadeira origem? Em Dishonored: Death of the Outsider, todas essas dúvidas serão esclarecidas.

A primeira grande expansão de Dishonored 2 foi lançada no formato stand-alone, sendo basicamente um jogo totalmente novo, porém mais curto que um jogo comum. A trama traz como protagonista a personagem Billie Lurk, que já apareceu na DLC The Knife of Dunwall do primeiro game, e também teve sua participação no segundo capítulo da saga. Billie está à procura de seu antigo mentor Daud, o protagonista de The Knife of Dunwall, e uma vez que os dois se reencontram, Daud convence Billie a cortar o mal pela raiz e se vingar do ser que destruiu as suas vidas. Em outras palavras, ele quer que ela mate o Estranho.

Ao seu próprio estilo, o jogo ainda mantém um visual deslumbrante.

Dishonored 2.5?

Como já era de se esperar, em termos de mecânicas, Death of the Outsider não acrescenta muita coisa à série no quesito gameplay. Dishonored 2 já não trouxe muitas coisas novas, portanto é mais que compreensível que sua expansão não arque com essa responsabilidade de inovar. O jogo continua seguindo o padrão de mapas abertos repletos de salas e prédios a serem explorados, e tudo isso é opcional; cabe apenas a paciência e curiosidade do jogador decidir se vai ou não explorar cada canto. O mapa aberto também expande ainda mais as possibilidades de invadir um local ou completar uma missão.

Fora os objetivos primários, as missões secundárias ainda estão presentes na forma de contratos, representando o lado mercenário de Billie. Cada capítulo conta com 3 ou 4 contratos que podem expandir consideravelmente o nível de desafio da missão principal, considerando que caso você quebre alguma regra daquele contrato em específico cumprindo um objetivo principal, o contrato é dado como perdido e o progresso todo é jogado fora. Completar esses contratos também não é linear, sendo possível fazê-los de várias formas diferentes, dando total liberdade ao estilo de cada jogador. Um outro adendo interessante é a habilidade de Billie escutar o pensamento dos ratos, que podem te dar pistas e informações a respeito das missões disponíveis naquele capítulo, mas tudo de uma maneira completamente misteriosa e de certa forma sem sentido, sempre sem entregar o ouro.

Stealth para os impacientes

Apesar de ser mais divertido jogar na furtividade, o jogo continua sendo tão fácil quanto os games anteriores, não havendo consequências para os jogadores impacientes. Ou seja, ainda é possível sair matando todo mundo que cruzar seu caminho. Caso resolva matar cada guarda presente em uma fase, os civis ficarão em alerta mas não tomarão nenhuma atitude que te prejudique. Os guardas que encontrarem corpos simplesmente te atacarão, mas podem ser mortos facilmente – considerando que eles não são muito bons de briga.

Agir como um psicopata não te trará problemas no jogo. MATE TODO MUNDO!

Ao contrário dos demais jogos, Dishonored: Death of the Outsider não exige que os jogadores terminem a história sem matar ninguém. Talvez o motivo disso seja por conta da natureza da protagonista, pois Billie é uma assassina e uma conduta pacífica não combinaria muito com a personagem. Ainda assim é exigido que o jogador termine o game completamente em stealth para se obter todas as conquistas. Independente da sua conduta, a campanha se desenrola sem interferências, e os dois finais possíveis são definidos no último momento da história.

O game não só carece de desafios nos combates como também foi muito facilitado por conta dos poderes de Billie. Ela possui um total de três, e todos são uma cópia dos poderes dos protagonistas dos jogos anteriores, porém muito melhores já que não é possível dar upgrades neles. Os três poderes já começam com seu potencial no máximo. Só para não dizer que tudo é dado de mão beijada, foi adicionado dois tipos de inimigos especiais que são invencíveis até certo ponto, onde eles possuem um único ponto fraco que só pode ser atingido de maneira muito específica. São eles os robôs que patrulham o banco e os cultistas Visionados, que só são encontrados no Vazio. Esses dois inimigos são os únicos adversários que realmente oferecem um certo desafio ao jogador.

O que Death of the Outsider não acrescenta em novidades ele compensa na história, com detalhes enriquecedores para aqueles que jogaram os outros títulos e se interessaram pela trajetória dos personagens. Além da trama te prender do início ao fim, você ainda descobre a origem e intenções do Estranho, personagem até então inexplorado pela franquia. Os cultos que o veneram como um Deus também serão uma pedra no seu sapato, ao mesmo tempo que são necessários para mudar sua visão sobre o vilão.

É sempre bom evitar acordar essas coisas, pelo seu próprio bem…

Talvez por possuir uma personalidade mais fria e amarga, Billie é uma protagonista com pouco carisma e que não agradará a todos os públicos, mas raramente isso chega a incomodar o jogador, considerando que em todo Dishonored o protagonista segue quase o tempo todo calado.

Dishonored: Death of the Outsider é uma expansão obrigatória para quem jogou e aprovou os jogos anteriores. O game conta com bastante conteúdo e uma trama essencial que com certeza trará novos rumos para o próximo título da franquia. Agora cabe a você jogar este grande DLC e descobrir do seu próprio modo se é mesmo possível matar um deus.

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