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Muitas vezes nos pegamos olhando para as estrelas na noite. Assim ponderamos sobre a existência de vida fora da terra e se algum dia iremos explorar os infindáveis campos cósmicos. Bom, podemos esquecer isso pelos próximos 200 anos, caso não tenhamos ido para o espaço figurativamente e fatalmente. Afinal ainda sequer exploramos os oceanos. Graças à mistura destes locais, cheios de escuridão, forças externas mortais e criaturas horrendas, o horror cósmico surgiu, vindo das estrelas para os oceanos e Dread Nautical vai te afogar neles.

Com gráficos coloridos e personagens divertidos que parecem ter saído direto de um vídeo explicativo do YouTube, em Dread Nautical eles têm de sobreviver às provações e criaturas que surgiram no cruzeiro Hope, onde estavam tirando um repouso. Antes um local familiar, divertido e cheio de gargalhadas, agora é o lar de criaturas inchadas, corrompidas e loucas para arrancar sua cabeça na primeira oportunidade. Bem-vindo a um reino de horrores.

Um passo de cada vez

Dread Nautical é um jogo de estratégia com fortes influências dos jogos de horror Lovecraftianos. Enquanto navegava calmamente pelos oceanos, algo sinistro conspirava contra a embarcação Hope. Observando seu calmo transitar pelas ondas, logo o cruzeiro atravessou um véu, que o levou para um lugar de águas revoltosas e de energias que influenciaram o local e grande parte da tripulação. Você é tido como alguém especial, escolhido entre vários outros por ser capaz de resistir à corrupção do local.

Cuidado com as armadilhas.

Escolhendo entre quatro personagens e contando com a ajuda de vários sobreviventes, devemos sobreviver, derrotar ou esgueirar de todo e qualquer inimigo possível enquanto buscamos respostas. Seja como um detetive, um Yakuza, uma cantora ou um gamer, o relógio está se movendo e a sua sobrevivência depende de como você irá agir, definindo se vai viver mais um dia para contar a história ou se vai virar apenas um pedaço de história perdido no mar.

Não será tão fácil quanto parece, os terrores atemporais presentes aqui levam a palavra a sério. Então prepare-se para morrer e testar novas estratégias e armamentos contra as estranhas criaturas a bordo, pois cada novo andar e capítulo adiante serão cada vez mais exigentes e brutais.

Dread Nautical apresenta um estilo visual bem diferente do que esperava, para ser realista. Não que isso seja algo ruim, afinal de contas o estilo cartunesco a la Garotas Super Poderosas, com tocos nos lugares das mãos, funciona bem. Mas o visual realista com criaturas horrendas e personagens mais expressivos também seria válido. No entanto, acredito que mesmo com a narração e escrita séria, o gráfico colorido casou muito bem, como algo agridoce.

Imagem do review de Dread Nautical
O Codex traz muita informação útil sobre os monstros.

Utilizando uma movimentação isométrica semelhante a Diablo além do point ‘n’ click, em Dread Nautical avançamos um andar por vez, em busca de comida, sucata, runas e, caso esteja afim de evitar a solidão, outros sobreviventes. Após acordar no Lobby do návio, nos deparamos com Jed, um dos tripulantes que montou uma base no local e que nos explica como sobreviver. Assim subimos, matamos criaturas, achamos alimento, tocamos a sirene em busca de auxílio, mas misteriosamente desmaiamos e voltamos ao Lobby.

Logo que acordamos e explicamos o que aconteceu no dia anterior, Jed se mostra surpreso e conta que pela primeira vez nos lembramos de algo. Há dias Jed tem nos visto sair, buscando alimento, tocando a sirene e voltando, mas nunca nos lembrávamos de nada. Agora, no entanto, a situação é outra, e como recuperamos a nossa memória, podemos nos aventurar mais a fundo no cruzeiro Hope. Cada vez que saímos, encontramos sucata que pode ser utilizada para aprimorar a base, construindo bancadas de ferramentas, camas para os sobreviventes, estações médicas e um altar que nos permite usar as runas.

Imagem do review de Dread Nautical
Bill é meu favorito da turma.

Criatura ao mar

Durante nossa exploração, também devemos procurar roupas para nos proteger, armas e medicamentos. Cada arma possui um número “x” de utilizações. Na questão de armas de fogo são balas, e em armas corpo-a-corpo é a durabilidade. O que é estranho é que tanto armas de fogo quanto armas corpo a corpo só podem ser utilizadas novamente caso sejam reparadas na bancada do Lobby. Elas podem quebrar, o que faz sentido com armas corpo-a-corpo, mas fica um pouco bizarro quebrar uma arma de fogo enquanto a recarregamos.

E pode se acostumar com armas quebrando em Dread Nautical, pois elas quebram fácil e não importa a raridade, os números sempre estarão contra você e seu inventário limitado. Mas em compensação, algumas são ridiculamente poderosas, como o arpão que consegue atingir até dois oponentes em linha reta, além das armadilhas que podem ser criadas ou encontradas pelo mapa. Mas os inimigos também estão preparados, cobrindo todo e qualquer tipo de situação que você possa ter preparado.

Imagem do review de Dread Nautical
Prepare to die.

Dread Nautical é um bom jogo para se jogar quando estamos meio saturados de explosões ou jogos muito exigentes. Não que ele não exija do jogador, mas ele o faz em doses menores, apresentando sessões curtas e que não exigem horas de grind. Por isso, caso esteja buscando um game com temas Lovecraftianos, mas não esteja afim de enfrentar algo exigente como Stygian: Reign of Old Ones, Dread Nautical é a sua pedida.

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