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Com o lançamento do terceiro e derradeiro filme de Como Treinar o seu Dragão, nada melhor que um jogo fresquinho para acompanhar a vibe, certo? Bom, nem sempre jogos baseados em filmes são uma boa pedida, mas neste você deveria ficar de olho, especialmente se é fã da franquia. Com uma história original, acompanhando novos protagonistas, este jogo promete horas de aventuras por ilhas e masmorras na busca pela solução de alguns mistérios.

Voando alto

Mesmo se tratando de um jogo de Como Treinar o seu Dragão, além de não se passar na já conhecida ilha de Berk, nessa aventura não controlamos Soluço em companhia de seu fiel dragão Banguela, mas sim um novo personagem, criado especialmente para essa história – que também é original e não transcorre nos acontecimentos dos filmes ou da animação para a TV.

Aqui acompanhamos um jovem que é encontrado por Soluço e Banguela em meio a uma vila devastada junto a um ovo de dragão, porém ele não tem lembranças de nada, nem do que o levou a estar ali naquele momento, nem ao menos de seu nome, o que o faz ser apelidado de ‘Rabisco’ (Scribbler).

Nesse momento Soluço sai para averiguar se encontra mais sobreviventes e pistas do ocorrido e pede para Rabisco tomar conta do ovo. Então, o jovem é surpreendido por um bando de caçadores de dragões que levam o ovo, que logo dispara em busca de resgatá-lo.

Imagem do jogo DreamWorks Dragons Dawn Of New Riders
Tudo começa com um velho machado.

Quando finalmente o recupera, uma luz estranha emana de dentro dele e flashes de luz e raios disparam junto de uma explosão. O ovo se chocou e de dentro nasce um pequeno dragão, diferente de tudo aquilo que existe naquele universo, um dragão do tipo quimera, híbrido, com poderes de fogo, gelo e eletricidade.

Rabisco decide chamá-lo de ‘Remendo’ (Patch), por ser a abreviação do termo “patchwork” em inglês – que seria como uma colcha de retalhos -, assim como uma quimera é uma mistura de diversos animais. Então, nossa aventura começa, com nossos heróis envoltos em diversos mistérios como o passado de Rabisco, a origem de Remendo, o motivo dos bandidos estarem roubando dragões e acima de tudo, quem é o grande vilão – ou vilã – por trás de tudo isso.

Rostos conhecidos

Os famosos companheiros de longa data de Soluço durante a série não aparecem fisicamente, porém se comunicam com o protagonista através de correspondências que complementam a história. Os únicos personagens que de fato aparecem – além de Soluço e Banguela – são Astrid, que vende itens de cura e aumento de habilidade – vulgo, power-ups – e Bocão, que se faz de ferreiro, melhorando suas armas e armadura – além de seus respectivos dragões.

Também não há uma enorme variedade de dragões assim como vemos nos filmes, se resumindo aos companheiros dos protagonistas e alguns que libertamos das garras dos caçadores. Os dragões que se aliam a nós podem ser convocados durante as batalhas para realizarem ataques aéreos, e cada um deles possui habilidades e estilos de ataque diferentes.

Imagem do jogo DreamWorks Dragons Dawn Of New Riders
Este mapa é muito útil e funcional no modo de voo livre.

Algo que fica bem aparente desde o início é o visual empregado, com personagens mais minimalistas, se posso chamar assim, e versões miniatura dos dragões, algo semelhante ao visto na franquia Skylanders. Este estilo combinou muito com a ideia do jogo, apresentando uma aparência muito caprichada e detalhada dos personagens.

O gameplay é dividido em dois modos, o modo terreno, no qual exploramos ilhas do arquipélago presente na história e o modo de voo livre, no qual podemos navegar por entre as ilhas e acessá-las. Os cenários, por sua vez, também são bem trabalhados e muito bonitos, com uma boa variedade de ambientes e vegetação. Alguns deles são bastante extensos, oferecendo uma boa jornada e muita exploração, com puzzles e batalhas intercaladas.

Todos os mapas são divididos por seções, como salas, e para avançar precisamos resolver puzzles ou derrotar uma horda de inimigos. Tais puzzles são bem elaborados, começando de maneira simples no início do jogo e agregando complexidade no decorrer. Para solucioná-los, você precisa intercalar entre os personagens, para utilizar suas habilidades únicas e avançar, uma mecânica bem adotada e que torna o gameplay mais variado.

A exploração também é um fator bastante aplicado, com baús espalhados pelos cenários, que rendem itens que poderão ser usados para melhorar seus equipamentos, alguns deles sendo únicos e específicos para cada melhoria. Para tal, você poderá visitar pequenas ilhas espalhadas pelo arquipélago. O acesso a algumas destas ilhas irão exigir que Remendo já tenha acesso a alguns de seus poderes específicos que serão habilitados no decorrer da aventura, na lógica de metroidvanias.

Imagem do jogo DreamWorks Dragons Dawn Of New Riders
Explorar bem todos os cenários é gratificante.

Porém, o jogo não abusa de repetições, o que o deixa enxuto, sem exageros, não tornando a experiência enfadonha mesmo depois de horas de gameplay. Na realidade todo o gameplay é bastante prazeroso, eu me vi jogando por horas e não querendo parar, simples assim.

No quesito inventário, Dragons Dawn of New Riders apresenta uma variedade limitada de itens, mas cada item possui atributos únicos, com elementos distintos e efeitos específicos. Variando entre os elementos de fogo, gelo e elétrico para suas armas.

No total temos acesso a três armas distintas: o machado, o martelo e a espada, que possuem usos específicos durante a aventura e atributos diferentes entre si. Todas estas armas podem ser melhoradas – com a ajuda de Bocão – fazendo com que causem mais dano e inclusive efeito elemental, como eletrificar os inimigos em cadeia ou congelá-los momentaneamente.

Em relação a armadura, podemos adquirir suas partes também com Bocão, sendo dividido em capacete, conjunto corporal e escudo. Cada parte possui três opções de variantes, também com atributos únicos. Alguns sendo mais efetivos contra dano elemental e outros contra danos físicos.

O custo para realizar estas melhorias são itens que encontramos pelo caminho durante nossa jornada, dentro de baús ou destruindo coisas pelo cenário. A dica que deixo é, assim como nos jogos de Link, saia destruindo tudo que encontra pela frente, desde arbustos até vasos, pois sempre conseguimos ótimas recompensas e dessa forma fazer os upgrades não será problema.

Imagem do jogo DreamWorks Dragons Dawn Of New Riders
Utilizar as habilidades únicas de Remendo é essencial.

Atacando o ar

O combate no jogo é um pouco frustrante, por dois motivos. O primeiro é que Rabisco não consegue travar sua mira em um inimigo específico, assim quando você desferir um golpe mais forte as chances de errar são altas e isso consegue ser bem decepcionante, tanto que vale mais a pena desferir golpe mais fracos, porém mais rápidos que surtem mais efeito. O segundo motivo – talvez mais frustrante – é que Remendo não possui mira alguma, ou seja, na batalha ele é praticamente inútil apesar de possuir ataques a longa distância, pois jogando com ele raramente vai conseguir acertar alguma coisa que não seja o nada.

Pior do que isso é a inteligência artificial, pois ela é praticamente inexistente no que diz respeito ao seu companheiro. Raramente ele irá te auxiliar nas batalhas, servindo mais como um saco de pancadas para distrair os inimigos do que qualquer outra coisa.O problema disso é que você precisará constantemente usar suas poções para recuperar a vida dele, pois se seu companheiro perder todas as vidas e você por acaso ficar encurralado e também morrer, terá de reiniciar toda a batalha novamente.

Durante minha jogatina, percebi que a inteligência artificial do dragão é um pouco menos burra do que a do garoto, que é simplesmente uma porta. Se você estiver no controle de Remendo durante uma batalha, pode ter certeza que Rabisco irá morrer inúmeras vezes e ficará em fogo aberto perdendo corações de graça até seu fim – principalmente contras os chefes dragões.

Imagem do jogo DreamWorks Dragons Dawn Of New Riders
Remendo evolui conforme avançamos na história.

A dificuldade no geral é mediada, principalmente quando se aprende os macetes das batalhas contra os chefes e as hordas de inimigos, que não chegam a ser difíceis, mas a quantidade de inimigos ao mesmo tempo e sua resistência podem acabar te vencendo sem o bom uso da esquiva, habilidades e itens especiais.

A trama desta aventura é até interessante, te mantém entretido e intrigado, além de conter toques de humor sem exageros. Vai te divertir com certeza. O único porém é que, para alterar o idioma, deve-se alterar o idioma de preferência do sistema, ou seja, se você tem preferência por deixar o Switch em outro idioma – como o inglês no meu caso – precisará alterar isso antes de iniciar o jogo.

Mas este é um tipo de jogo perfeito para se jogar no modo portátil do Switch. Ele roda muito bem nesse modo e não consome absurdamente sua bateria, proporcionando boas horas de gameplay. Seu único problema são os loadings, que costumam ser longos durante as transições de áreas, porém uma vez carregada a área, pode-se transitar por todo o seu entorno sem nenhum delay.

Uma possibilidade que ficou de fora, mas agregaria ao jogo, seria a opção de se jogar multiplayer local para dois jogadores. Sobretudo para o Switch, funcionaria muito bem.

Imagem do jogo DreamWorks Dragons Dawn Of New Riders
Uma pequena reunião antes da derradeira batalha.

A fama dos jogos baseados em filmes nunca foi das melhores, mas esta adaptação realmente se mostrou boa, e vale a pena para os fãs da franquia. Com um gameplay enxuto e acertado, o jogo te deixa querendo mais, mesmo tendo jogado por horas. Fica claro que o estúdio responsável se preocupou em proporcionar uma boa experiência para os jogadores, sendo um presente para os fãs dos dragões da DreamWorks que almejavam uma boa aventura dentro dos games. E pode agradar até mesmo quem não é fã, mas gosta de jogos do gênero.

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