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A Era da Proibição é  conhecida como “Eternos Domingos” ou, comumente, como a Lei Seca Americana. Assim como o deserto do Saara, durante a década de 1920 até 1933 os E.U.A estavam secos. Então assim que Empire of Sin fora anunciado e eu, como interessado no assunto, resolvi dar uma chance para o novo jogo de estratégia da Romero Games. Afinal, para quem já desenvolveu o maior shooter da história, o que é um combate em turnos?

Empire of Sin fez com que eu escolhesse uma facção entre as quatorze presentes no roster de escolha. Claro que a opção mais clássica seria usar o famoso Al’ Capone, o famoso gordinho gangster da Lei Seca. Mas eu não sou um homem de clichês e muito menos de resolver as coisas em contratos de palavras com mafiosos, então Capone ficará um bom tempo na geladeira. Com isto, veja o que você pode esperar de Empire of Sin.

Deixe me te ajudar à morder a calçada “amigo”

Empire of Sin é um jogo de estratégia e combate em turnos. Apresentando Chicago durante 1920 e com a Lei Seca totalmente em vigor, o jogador tem que escolher entre dominar a cidade a força ou através de negociações. Com isto, podemos escolher uma entre quatorze distintas facções, cada qual com seu foco de jogabilidade e nuances. Por outro lado, o jogo em si não apresenta uma história a ser seguida, apresentando cada personagem com sua própria história a ser contada.

Imagem do review de Empire of Sin
Deveria ter medido as palavras Salazar.

Depois de muita análise e pesquisa, acabei escolhendo Frankie Donovan. Frankie é um irlandês, líder da gang The Donovans, um grupo bem equilibrado, voltado para combate e um grande foco em bares e produção de bebidas. Além da vontade de dominar através da força bruta, inicialmente tentei buscar a solução mais pacífica para poder controlar os dez bairros da rodada e coexistir com as outras onze famílias que adicionei à rodada.

Aqui quem determina o número de bairros, inimigos e dificuldade é o jogador e não a história. Imaginem algo semelhante à franquia Civilization, só que ao invés do planeta, países e continentes, aqui vamos em busca de controle sobre prédios, bairros e a cidade de Chicago. Frankie começa a história como todos os outros, tendo diferente apenas seu background. Logo começamos tomando de maneira agressiva as posses de Ronnie O’Neill.

Após tomar alguns de seus prédios e negócios no tutorial do game, tive de lidar pessoalmente com o pobre demônio. Assim como o espremer uma espinha, logo os conteúdos da cabeça de Ronnie estavam cobrindo o piso de sua antiga casa segura. Agora que estamos devidamente alocados, é hora de começar à expandir, negociar e se for preciso no entanto, cortar uns dedos e abrir algumas cabeças.

A habilidade “Overwatch” pode gerar combinações devastadoras e evitar surpresas.

Circulando pessoal

Com o tempo vamos andando pela vizinhança e outros bairros da cidade e, com isso, descobrimos tanto as grandes gangues como organizações menores. Bem como o anteriormente citado Civilizations, pode-se ver os grupos menores como as cidades não pertencentes a impérios e as gangues como os impérios. Sempre que descobria um novo grupo menor, uma janela de negócios surgia, geralmente em busca de compra das bebidas produzidas por mim.

No entanto, com as gangues, o negócio já era bem mais perigoso. Você pode requisitar uma reunião com o líder dela, ameaçá-los ou simplesmente ignorá-los, mas isto não impede que eles entrem em contato com você. Com pedidos e ameaças, isso quando não resolvem atacar seus estabelecimentos diretamente. Em Empire of Sin existem seis tipos de empreendimentos que podem ser feitos com os prédios conquistados ou comprados.

Comece de baixo e reine de cima.

Primeiramente temos as casas seguras, que servem como bases para os líderes das facções, que podem ter até mais de uma. Em seguida temos as maltarias/cervejarias, locais onde produzimos e estocamos nosso álcool. O que seria deste álcool sem locais para o consumir? Com isto também podemos estar montando bares, cassinos, bordéis e hotéis. Fora os hotéis, todos os outros estabelecimentos podem ser aprimorados.

Cadáveres não respondem perguntas

Acredite, para não ter que desistir do sonho de ser o maior gangster de Chicago, você tem que investir nos seus negócios. Para locais de produção de álcool podemos focar em qualidade do álcool que vai desde “veneno” ou moonshine, que pode até te deixar cego, até uísque do melhor malte disponível. O aumento de produção e capacidade de estoque, além da segurança do local, também podem ser melhorados.

Imagem do review de Empire of Sin
Prospere e espere as traições.

Bordéis e os outros locais, além de segurança e discrição, precisam de outros atributos como: conforto, jogos e apostas. O marketing boca a boca também é importante, afinal de contas o que leva os negócios adiante é o falar do público. Caso saiba como financiar e aproveitar os bônus do seu personagem e das alianças criada entre as gangues, seus negócios só tendem a prosperar. No entanto, tive o desprazer de ser lembrado da pior maneira de que Empire of Sin está cheio de cobras.

Mesmo formando alianças, ainda assim o jogador tem que se preparar para a facada que virá em suas costas cedo ou tarde. Comigo estas foram dadas por Joseph Saltis e Frank Ragen. Líderes da Saltis Gang e Ragen’s Colt respectivamente, ambos focaram minhas instituições após eu e os Vice Kings termos derrotado Salazar Reyna, o manda chuva dos Hijos de La Llorona.

Mande meus comprimentos para o Poucas Trancas, Tripa Seca, Quase Nada e Botina.

Família em primeiro lugar, mas nem sempre

É aqui que entra em cena o combate de Empire of Sin. Diferente do que se espera, aqui você não controla inúmeras tropas de gangsters, mas sim o líder de sua gangue e gangsters contratados a partir do Livro Preto. Trazendo assim um sistema bem semelhante ao de um RPG por turno/ XCOM, onde os combates apresentam uma chance de sucesso para cada ação realizada contra os oponentes.

Com o Livro Preto, os jogadores podem entrar em contato e forjar contratos com os gangsters da cidade. Sejam eles médicos, assassinos, agressores ou especialistas em demolição. Assassinos são bem versáteis, médicos agem como tropas de suporte, mas também podem causar muita dor, agressores são ótimos para infligir dano físico e os especialistas em demolição podem tanto explodir inimigos, quanto demolir prédios inimigos pós invasões. Afinal de contas, se eu não posso ter este local, ninguém pode!

Imagem do review de Empire of Sin
Cada um mais mortal que o outro. Mas ainda assim todos estão no meu menu.

No entanto, você só pode contratar gangsters de acordo com seu nível de notoriedade. Este nível é determinado pelas suas ações como chefe em relação ao universo do jogo. Como você se porta diante dos outros chefes, sua equipe, negócios e problemas que surgem adiante. Mas algumas vezes as ações corretas podem trazer certos problemas, afinal existe uma rede de relacionamentos entre os membros do Livro Preto.

Caso mate um amigo/parceiro amoroso de um membro da sua equipe, pode esperar problemas e até mesmo o abandono dele. Algo que aconteceu comigo e Maria Rodriguez, após eu ter executado brutalmente a sua amiga gangster, que trabalhava para Salty. Maria foi embora e depois de um tempo pude contratá-la novamente, mas não senti vontade.

O começo de tudo.

Pode chamar o I.M.L

Mesmo com muito a seu favor, admito que Empire of Sin ainda apresenta diversas melhorias a serem feitas. Durante as negociações é possível se notar que as animações se repetem e que os personagens ainda estão muito robóticos, agindo de forma brusca e rígida, além de não piscarem, como no caso de Maggie Dyer, com aqueles assustadores e fuzilantes olhos azuis.

Outro grande problema foi que quando a minha party passava de cinco membros, os outros simplesmente desapareciam, coisa que chegou a rolar até mesmo com menos de quatro integrantes. Mostrando que eles estão em lugar nenhum, achei que poderia regata-los após perder algum membro da party ou após promover algum deles para supervisor ou sub-chefe. Mas não, banidos para o reino das sombras eles foram para nunca mais voltar, ou até um patch resolver os problemas.

E lá se vai a vizinhança.

Algumas vezes também o jogo simplesmente congelava durante o combate e era necessário reiniciar o jogo inteiro. Empire of Sin traz uma boa combinação de elementos, mas ainda falta um pouco de “alma”, algo traga o jogador para dentro, além da conquista de Chicago. Mas acredito que isto seja resolvido com a próxima expansão, o que é um tanto quanto desanimador.

A parte gráfica também acaba por deixar a desejar, muitas vezes ficando pixelizada por alguns momentos. Já a trilha sonora é divertida, mas ainda assim pouco original, exceto pelo tema do jogo. Minha aventura por Chicago foi divertida e emocionante, começando de forma diplomática e acabando de forma predatória, comigo caçando cada um dos grandes chefes de gangues da cidade um por um. Empire of Sin é sem dúvida um ótimo jogo de estratégia, mas ainda falta um pouco para ser um bom jogo de gangsters.

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