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Bem, amigos do Gamerview, vai rolar a bola para mais um jogão de futebol: FIFA 19 está entre nós. Produzido e distribuído pela EA Sports (tchunenéing), chegamos a mais um capítulo do jogo de futebol mais popular do planeta. Vamos descobrir se o reinado continua ou se FIFA começou a relaxar perante seu adversário maior.

De cara, ao iniciar o jogo, ele já te mostra a que veio e antes mesmo de qualquer opção, crédito, tela de menu ou qualquer coisa, você já é jogado na final da UEFA Champions League entre PSG e Juventus. Com direito a toda pompa que o evento demanda, tomadas aéreas, torcida enlouquecida, hino da Champions, jogadores perfilados, close nos craques Cristiano Ronaldo, Neymar, Mbappé  e todo o elenco dos dois times, ambos muitíssimo bem representados no gramado virtual com todos os seus traços visuais ali, Neymar com seu cabelo e suas tatuagens, CR7 sendo lindo e por aí vai. Falando nele, o garoto propaganda de FIFA causou um tumulto ao trocar de clube no meio do ano, e o pessoal teve que correr pra refazer a capa do jogo mostrando Cris com o uniforme de seu novo clube.

Imagem do jogo FIFA 19
Alex Hunter é novamente o protagonista do modo jornada no FIFA 19.

O jogo está muito cinematográfico, além de já iniciar com a final do campeonato de clubes mais importante do mundo, as tomadas, replays, closes e tudo mais são extremamente “televisivos”, o que vai atrair o jogador mais casual, pois o jogo se aproxima demais de uma transmissão de TV, cada campeonato com sua identidade visual característica.

Ainda falando disso, o jogo tem um trunfo que se iniciou no FIFA 17 e segue até hoje que é o modo jornada, que agora tem o subtítulo “Champions”. Nele, você assume o papel de jovens promessas do futebol em busca de consolidação. Se antes você tinha o Alex Hunter como protagonista, agora ele divide holofotes com seu amigo Danny Williams, que já aparece desde o primeiro capítulo, e a recém descoberta irmã de Alex, Kim Hunter. Esse modo de jogo pode e vai atrair jogadores que buscam inovações em jogos de futebol. Tomo como exemplo aqui em casa: minha esposa ama me ver jogando jogos com história e odeia me ver jogando jogos de futebol (é tudo igual). Mas ela achou bem interessante acompanhar o modo jornada (menos na parte em que a bola rola). Cada personagem tem seus objetivos e você alterna no controle deles ao longo do jogo.

Imagem do jogo FIFA 19
Alex Hunter pode se tornar companheiro de clube de Neymar Jr, Mbappé e Cavani. A escolha é sua!

Alex Hunter continua sendo o principal e mais popular dos 3, afinal acompanhamos a carreira dele desde o FIFA 17 (não se preocupe se você não jogou as duas edições anteriores, pois o jogo tem vários resumos das temporadas passadas). Mas aqui fica um ponto negativo. A jornada de Alex é de longe a menos interessante das três, sem muitos desafios que acrescentem na vida dele. Não tivemos a ousadia do FIFA 18 por exemplo, onde Hunter sai do campeonato inglês para ir disputar o campeonato americano por um clube de Los Angeles. Aqui tudo é meio fácil na vida do Alex, sem grandes riscos a serem corridos. O que já não ocorre com os outros 2 protagonistas, que tem carreiras bem mais desafiadoras e instigantes. Nesse modo o jogo se assemelha a um visual novel, onde você toma algumas decisões, e responde questionamentos que vão alterando a personalidade do personagem.

Você também pode personalizar cada um dos 3, desde suas roupas, cortes de cabelo até chuteira e como ele bota a camisa durante o jogo. Uma bela atualização pra esse modo foi o fato dos jogadores reais com os quais você interage estarem dublados. Era bizarro no FIFA 18 quando Alex Hunter falava em português, outro jogador respondia em inglês, pro Alex falar em português de novo.

Imagem do jogo FIFA 19
O jogo caminha para ser cada vez mais cinematográfico, lembrando em muito as transmissões de TV.

Falando do que interessa num jogo de futebol, FIFA está mais polido em relação ao seu antecessor, mas sem mudanças drásticas, apenas refinamentos. A inteligência artificial evoluiu, principalmente defensivamente. Seus zagueiros são mais inteligentes do que antes e se posicionam melhor pra interceptar passes, o que facilita pro jogador casual que não tem a manha de defender 100% manualmente. Os jogadores tem mais “peso”, não que eles estejam lentos, muito pelo contrário. O jogo está ligeiramente mais rápido, mas você sente a física aprimorada, principalmente em disputas tanto pelo alto quanto pelo chão. Os dribles estão mais ágeis e o toque também melhorou, visto que você já pode definir a jogada antes da bola chegar. Já dominar driblando, tocando ou batendo pro gol ficou mais fácil.

A finalização teve um aprimoramento que eu ainda não dominei, mas parece que vai ser bem útil: quando você chuta pro gol, se apertar o botão de chute novamente no exato momento em que o jogador vai tocar nela, o chute sai aprimorado e melhor. Mas o contrário também é válido, se você tentar fazer isso e falhar, o chute vai provavelmente ir pra bem longe do alvo. Isso é opcional, você pode fazer suas finalizações padrão como sempre.

Os modos de jogo de clássicos do FIFA estão todos ali, mas vamos falar das novidades. Agora você pode customizar as regras e remover completamente o juiz do jogo, sem marcações de falta ou impedimento, transformando o jogo num completo “porradobol”, daqueles que você jogava no intervalo da escola e sempre acabava com alguém machucado reclamando na diretoria. Tem um modo de jogo onde gols de fora da área valem por dois, outro modo onde só vale gol de cabeça e de voleio. São coisas interessantes, mas nada também que vá atrair muita atenção. Agora, você achou que não ia ter modo battle royale em FIFA? Achou errado! Tá, não é bem um battle royale, ninguém morre … mas no modo Survival, cada vez que você marca um gol, um jogador do seu time sai, o que faz a partida bem equilibrada, já que assumir a vantagem no placar te dá a desvantagem numérica.

A narração do jogo continua com Tiago Leifert e os comentários de Caio Ribeiro. Não sou grande fã da dupla, mas é inegável que o trabalho foi muito bem feito. Os dois tem uma dinâmica boa e as falas são bem criativas, com curiosidades e destaques para jogadores específicos. As piadinhas continuam ruins, mas pode ser só implicância minha.

Imagem do jogo FIFA 19
A jogabilidade recebeu refinamentos, pequenos ajustes, mas segue bem parecida com a do game anterior.

FIFA 19 é uma bela atualização ao seu antecessor, mas parece que caminhamos para a estagnação. Alguns detalhes que trazem uma certa familiaridade, podem até parecer preguiça, como por exemplos os menus. São exatamente idênticos aos das versões passadas, e a programação visual do jogo não se renovou em nada. Pequenas mudanças pontuais, mas nenhuma reinvenção do esquema que já vem dando certo. A EA reina absoluta no mercado e aparentemente joga para não perder o reinado. A comparação com PES é inevitável. Dentro de campo os jogos até se equivalem, o que gerou reclamação de alguns jogadores profissionais de FIFA, entre eles o brasileiro Wendell Lyra. Sim, a distância de jogabilidade entre ambos, que já foi um abismo, agora é uma pequena valinha facilmente saltável. Com inclusive alguns pontos de superação pro PES, FIFA ainda ganha (mesmo que sem uma vantagem absurda como outrora).

Porém, quando o jogo sai de campo, a surra de FIFA em cima de PES é implacável. Os modos de jogo, o estilo cinematográfico das transmissões, as diversas licenças dos principais campeonatos ao redor do mundo (não temos o campeonato brasileiro aqui, e são pouquíssimos os clubes do nosso país no jogo), e o xeque mate que foi a aquisição da UEFA Champions League, campeonato inclusive que é muitíssimo bem explorado aqui, sendo um dos focos centrais do modo jornada. FIFA acrescenta algumas opções que se não vão agradar o jogador hardcore, certamente vão agradar e muito aquela pessoa que quer sentar um pouco e se divertir com o esporte mais popular do planeta. Cada ano que passa, eu que já fui fanático por Winning Eleven (antigo nome do PES), estou me tornando um “fifeiro” de carteirinha.

Um adendo para quem vai jogar a versão do Nintendo Switch: ela não é tão completa quanto as versões de PS4, Xbox One e PC, tendo menos modos de jogo e não contando também com o modo jornada.

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