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Fazia tempo que não jogada um simulador de exercícios. O último que gostei e levei a sério, praticando por um longo período, foi o Nike+ Kinect Training (de Xbox 360). Fico até surpreso que este game não tenha ganhado uma nova versão no Xbox One. Como as opções estão escassas na atual geração, não demorei pra pegar o ARMS de Switch e dar uns socos no ar com os joy-cons. Não é um simulador de exercícios propriamente dito, mas quebra o galho e faz o jogador suar bastante.

Fitness Boxing veio para dar fôlego ao gênero, lançado este mês exclusivamente para o console da Nintendo. Produzido pelo estúdio japonês Imagineer, o game propõe misturar músicas famosas com aulas didáticas de boxe. E por mais desajeitado que você seja, este é um game acessível para qualquer perfil de jogador. Só não vale treinar sentado na cadeira.

A arte de socar o ar com força

Ao iniciar Fitness Boxing pela primeira vez, o jogador passa por um breve tutorial sobre postura, posição correta das pernas, dos braços, a movimentação do corpo, o que é um jab e um direto. Ensinado o básico, o jogo te pede a altura e peso para criar um plano de treinamento com calendário para seguir e gráfico de desempenho. Somente depois de concluir seu primeiro dia de ralação que é liberado as três opções restantes do menu: treino livre, treino básico e instrutores.

Imagem do jogo Fitness Boxing
Jogando corretamente, a queima de calorias está garantida.

O modo principal, de treino diário, lhe dá a opção de escolher entre cardio, força e cardio, e manutenção. O primeiro ajuda a perder calorias, enquanto o segundo adiciona condicionamento físico e o último pega mais leve. Independente da opção escolhida, o jogo deixa esmiuçar o objetivo do treino para malhar uma parte específica do corpo (bíceps, pernas, você escolhe) e se quer começar com alongamento ou não. O ideal é não pular, até para não lesionar-se durante a jogatina. Por fim, é possível definir a duração do treino entre 15 a 45 minutos, sendo que neste tempo os exercícios são divididos em etapas.

No modo de treino livre você pode jogar sozinho, junto de um amigo, realizando combos em conjunto ou o tradicional versus. É então dado uma lista de músicas e exercícios para escolher, mas você também pode jogar com um treino personalizado, escolhendo as mesmas opções do modo de treino diário. O versus já rola diferente, inclusive sem um instrutor na tela e sim dois bonequinhos descendo o cacete um no outro.

Os exercícios são todos acompanhados de um instrutor, que dita o ritmo dos golpes e movimentos. É tudo bem explicado, não tem como se perder. Você pode inclusive mudar o instrutor, entre dois homens e quatro mulheres, e ainda personalizá-los com itens desbloqueados durante a jogatina. Cada personagem possui sua própria voz, sendo possível trocar para japonês (com os textos permanecendo em inglês), mas suas linhas de diálogo com o jogador se repetem tanto que enjoam rapidinho. Se desse para jogar sem instrutor, obviamente após aprender tudo que o jogo tem a ensinar, eu agradeceria.

Imagem do jogo Fitness Boxing
Os instrutores são importantes, mas falam demais durante os exercícios.

Os golpes e movimentos são apresentados na tela em blocos coloridos, com símbolos dentro. Os blocos percorrem duas faixas por jogador, representando os braços (joy-cons) esquerdo e direito, rolam na orientação vertical (de baixo pra cima) e o jogador deve realizar o golpe ou movimento quando o bloco passar ao centro da área marcada. A sincronia de tudo isso ocorre junto ao tempo e não conforme a batida da música.

Para aqueles que esperam jogatinas casuais com música rolando ao fundo, pode esquecer. Fitness Boxing não segue a fórmula de jogos rítmicos musicais, como Rock Band, e a própria seleção de músicas não conta com os vocais originais. Ao total são 21 músicas adaptadas de artistas como Lady Gaga, Justin Bieber, Avril Lavigne, LMFAO, One Direction e Marron 5. E soam bem sem graça, diga-se de passagem.

Imagem do jogo Fitness Boxing
No treino livre, 2P Combo Chain oferece um bom desafio em dupla.

Por ironia, Fitness Boxing sofre com a imprecisão dos comandos. E não por culpa dos joy-cons: muitas vezes dois jabs em sequência são acertados de uma só vez, mesmo se você desferir dois socos seguidos. Isso não só atrapalha a experiência como também lhe confere uma pontuação mais baixa. Nos combos, cujo os golpes alternam de lado nas faixas, o “perfect” fica ainda mais propício a não sair direito. E com isso a frustração chega forte como um gancho na própria cara.

É uma pena, mas este título exclusivo perdeu a chance de brilhar no Switch. Enquanto que o jogo faz um ótimo serviço em ensinar boxe, com exercícios que aumentam gradativamente de velocidade e dificuldade, ele falha na precisão e também na diversão casual. Por que não oferecer um modo arcade com exercício personalizado pra cada música? Seria o suficiente para deixá-lo mais atraente pra jogar na companhia de amigos.

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