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Nelson Triunfo, Thaíde, DJ Hum, Funk & Cia, visitando o passado no Largo do São Bento na capital paulista, lá pela metade da década de 1980, vemos várias equipes de break dance competindo pela glória. Floor Kids nos coloca dentro do mundo do hip hop focando justamente neste estilo de dança.

Título de estreia da MERJ Media, o game inova o gênero de ritmo trazendo uma nova mecânica de dança com um fluxo completamente livre para você experimentar sobre a batida das músicas totalmente originais criadas para o jogo. Floor Kids é o mundo das ruas dentro do seu quarto, tem um estilo gráfico apaixonante, animações estupidamente fluidas e 42 músicas originais criadas por Kid Koala, DJ que já trabalhou com Deltron 3030, membros da banda Wolfmother e já contribuiu para projetos como Peeping Tom e Gorillaz. De fato as músicas são o grande destaque do jogo: não à toa, no momento de lançamento deste review a trilha sonora custa o dobro do preço do game stand-alone.

1, 2, 3, 4!

Em Floor Kids é possível se sentir o mais novo James Brown, trocando de passo em passo, com a fluidez da primeira bailarina do Ballet Bolshoi. Variando em cada um dos botões com top rock, indo ao chão com o down rock, rodando como um helicóptero ou como Eddie Gordo num revival de Tekken 3 e finalizando com uma pose congelada digna de um mestre yogi.

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Conheças as ruas que sua dança vai conquistar.

Claramente o oposto também é muito possível. Confundir as sequências de passos, não ser capaz de linkar os combos porque não reconheceu os nomes dos movimentos e passar mais tempo com a cara no chão do que dançando se sentindo como um participante da Dança dos Famosos.

Você até acaba percebendo quando cai em cada uma destas categorias, ou até entre uma e outra, mas o esquema de pontuação de Floor Kids é um ponto bem falho. Até agora não consegui compreender com exatidão a maneira com a qual ele pontua os 6 quesitos considerados que somam seu resultado para cada música. Além disso, não entendi a correlação da pontuação com a quantidade de estrelas dadas para a performance.

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Em arcades, em mercados, em esquinas, em conferências da ONU. Não importa!

É impressionante que o jogo chegue a ter um modo história. Tudo bem que ele nada mais é do que uma maneira simples de colocar uma certa limitação e desafio para desbloquear outros personagens. Entre um cenário e outro, o que eu considero animais espirituais “das ruas” te mandam mensagens good vibes sobre superação e sobre dançar.

Pra quem se acostumou com Guitar Hero, onde existe uma crescente de shows e escala, o modo história de Floor Kids deixa liberado três ou quatro locais por vez, cada um com três músicas, perdendo um pouco a sensação de crescimento e de se tornar maior que a vida. Principalmente porque o final da história tenta nos colocar em algo maior que o esperado e totalmente fora da linha que vinha sendo seguida previamente.

Drop the beat!

Cada um dos oito dançarinos possui um breakdeck, um conjunto de passos que eles sabem fazer. No deck também conta um pouquinho sobre cada personagem, aumentando o grau de carisma e identificação com cada um deles. Ainda descobrimos os combos que podem ser feitos. Por conta desses combos serem delimitados e darem uma grande pontuação, sinto que eles limitam a maneira com a qual cada round de dança acontece, caso busquemos alcançar a maior pontuação possível.

Dentro do gameplay de cada música existe uma certa divisão em rounds, dividindo a música pela metade. Todas possuem o mesmo estilo, iniciam do seu jeito e no meio tem um break mais ritmado, quando precisamos acertar o momento da batida (parte que eu considero a mais divertida), logo após uma seção onde pedem para apertar botões o mais rápido possível (de longe a pior parte do jogo). Após a primeira pausa, a música volta normalmente e, no fim, temos mais uma seção como a descrita.

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Aperte botões até o fim dos seus DIAS!!!

Floor Kids possui um estilo de animação incrível, conseguindo vincular movimentos muito diferentes de forma totalmente natural. Tem as melhores músicas originais de um jogo indie desde Bastion, traz uma inovação considerável para o gênero de jogos de ritmo e, no final, consegue reviver o movimento hip-hop nos jogos – que tinha morrido desde Jet Set Radio e PaRappa the Rapper.

Mesmo assim a jogabilidade é confusa e cansativa, a história é irrelevante e o fator replay é mínimo. Acredito que algumas pessoas serão fisgadas pelas partes positivas do jogo, mas as negativas foram muito mais relevantes para mim.

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