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Existem jogos incríveis e cheios de detalhes. Outros, que não precisam de um espetáculo para se firmar numa experiência tão agradável quanto para os jogadores. Flowing Lights entra neste segundo aspecto. Ele prova que nem em meio a um planeta desconhecido estaremos livres de competição e que existe beleza nas coisas mais simples.

Apesar de tecer elogios, a gravidade te puxará para baixo quando menos esperar ao ver que existe alguém que foi mais habilidoso que você ou até mais ágil. Pensando desta forma, não é os tiros ou a derrota dos seus inimigos que determina se ganhou ou não. Os pontos que conquista é que dirão se aquilo foi uma completa vitória ou um sufoco que se livrou.

Orgulho do The Weeknd

Pense em Flowing Lights como um Space Invaders tridimensional. Porém, ao invés da aventura rolar no espaço sideral, você foi puxado para um planeta cuja gravidade é tão densa que mal pode tirar sua nave do chão. Atirar em hordas de inimigos sem muito carisma fará parte da sua sobrevivência enquanto progride pelos desafios.

Imagem do review de Flowing Lights
Meu amigo, tente passar dessas sem esquentar a cabeça.

Mas essa não é a graça do título. Cada trecho é dividido entre quatro classificações: S, A, B e C. Eles avaliam o seu tempo de ação e resolução do problema, o que é simples até demais em teoria. A princípio, tudo é fácil, mas não se engane com o breve tutorial. Um piscar de olhos basta para deixar as coisas ainda mais complexas e trazer um pouco de dificuldade para fazer o raciocínio funcionar.

Os inimigos atiram o tempo todo em Flowing Lights. Os tiros laranjas te empurram, mas causam pouco dano. Os amarelos você pode atravessar por eles, mas destroem sua nave de forma mais rápida. Neste planeta não há apenas planícies, então você terá de considerar as curvaturas para poder vencer alguns dos quebra-cabeças impostos. Tudo isso deve ser analisado em questão de milésimos. O problema deve ser resolvido em segundos. Imagina isso várias vezes seguidas.

E como afirmei acima, não é a sua vida que está em jogo e nem a sua vitória. Não há uma Samus Aran tentando voltar para casa ou uma Selene tentando sair do loop temporal que entrou. O foco é em você, jogador. Apenas você estará na nave, assim como as milhares de pessoas que estiverem com o game nas mãos. Os pontos não avaliam sua capacidade no título, mas te compara com todos os demais que estão tentando o mesmo.

Imagem do review de Flowing Lights
Quem poderia estar dentro da nave a não ser você mesmo?

O sistema de ranking de Flowing Lights funciona quase como o jogo Exception em sua mecânica principal. Vença os trechos, conte os pontos e será mostrada na tela o seu lugar naquele espaço. Às vezes vai se sair bem, outras verá que resolveu as coisas de forma péssima, acontece isso para todos. O interessante é que em cada um dos cenários, que são divididos em cinco, tem uma nota geral de cada um e para figurar entre os melhores basta ter um bom desempenho.

Uma das partes boas é a variedade de situações que encontrará no meio disso. Vai ter desafios que parecem difíceis demais, porém resolverá tudo com um tiro só. Outros vão parecer simples, mas a sua execução exigirá um pouco mais de improviso. Sua nave não fica para trás disso, ela te dá exatamente o que precisa para vencer cada um deles. Mas se isso vai rolar ou não, só depende da sua habilidade.

Imagem do review de Flowing Lights
Ficar em primeiro dará trabalho, já te adianto.

Tiro certeiro no escuro

Eu só não vi uma variedade muito grande de inimigos, o que me deixou um pouco entediado em relação aos trechos que seguiam. A função deles e como a fase se comporta em relação a isso que se diferencia bastante, mas vou ser sincero, em Flowing Lights fica chato sempre ver as mesmas bolotas ou lesmas coloridas atirando o tempo todo.

Não ter uma história muito aprofundada é uma escolha de direção e sinceramente não há do que reclamar disso. O foco do título é você e a sua capacidade de se sobressair em meio às situações mais adversas possíveis. Para quem joga muito desde a infância, devo é elogiar a equipe de desenvolvimento por conseguir fazer esquentar os miolos enquanto buscava a melhor forma de resolver as coisas.

Imagem do review de Flowing Lights
Ver esses mesmos bichos toda hora cansa um pouco.

Porém, senti uma falta de capricho nos detalhes de Flowing Lights. Não tem problema ser um jogo indie, sem aqueles gráficos impressionantes da nova geração ou algo do gênero. Mas o jogo é apenas isto que estamos falando aqui, não trazendo nada a mais do que a experiência arcade. Essa é a proposta, tudo bem em relação a isso. Mas não ter algo dele que se destaque no meio dos milhares de jogos que saem diariamente não os ajudará a alcançar algo com o potencial que eles carregam.

Ele tem uma ótima execução, a nave se movimenta bem, os inimigos apresentam um bom combate, mas não será um daqueles jogos que você guardará em suas memórias num futuro distante. Aquela coisa “nossa, na minha época eu joguei o Flowing Lights, lembro até hoje”. Sabe o que eu estou falando?

Pelo que eu vi e joguei dele, a gFaUmNe acerta justamente onde todas se matam para alavancar: seu gameplay. Porém o restante é o que trará uma experiência marcante aos jogadores e sem isso, infelizmente, não há como realmente tocarem o seu público. Espero que os seus futuros títulos tragam à tona todo esse efetivo deles e façam jus ao que pude vivenciar em toda esta análise daqui em diante.

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