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Impossível não olhar para FutureGrind e não pensar em jogos como, por exemplo, a franquia Trials, Bike Race ou até mesmo Joe Danger e Pumped BMX. Eles existem para um único propósito: proporcionar saltos mirabolantes e desafiadores para acumular cada vez mais pontos. Aquele típico jogo que você busca depois de dezenas de horas em frente ao Red Dead Redemption 2 e só quer deixar o cérebro de lado num esforço focado apenas pela maior pontuação.

Com seus méritos, o trabalho da Milkbag Games consegue ir além da já tradicional fórmula e se destaca pela diversão e o descompromisso. Um arcade digno da sua atenção e que com certeza viciará por horas, antes que você enjoe da mesmice oferecida por ele.

Neon para todos os lados

A proposta aqui não tem nenhuma novidade: você controlará um motociclista fazendo manobras em pistas perigosas para obter cada vez mais pontos. Mas para oferecer um gameplay diferenciado, os desenvolvedores buscaram maneiras diferentes para estas manobras acontecerem. Esqueça a simplicidade das rampas e da velocidade: aqui você vai percorrer pistas coloridas que se encaixam com as rodas da sua máquina futurista.

Imagem do Future Grind
A mecânica de combinar cores e manobras nunca foi tão divertida.

Seja por cima ou por baixo das pistas, você precisará sempre girar a sua motoca para combinar a cor da sua roda com a pista na qual deslizará. E essa mecânica, simples se pensarmos isoladamente, é a responsável por deixar o jogo divertido e desafiador. Agora você não só poderá voar longe e girar insanamente pelos ares, mas também contar com um pulo duplo para cair e se agarrar pela parte inferior da pista.

É possível realizar combos pulando de uma pista para outra, muitas vezes por estarem paralelas e continuamente no seu caminho. Você precisará ter reflexos rápidos para combinar cores, pular de pista e ao mesmo tempo utilizar brechas para voar ou cair, enquanto realiza as manobras em busca de pontos. Mas atenção: se errar a combinação de cores, você explodirá!

Gosto sempre de comparar o “futurismo” mostrado em obras de ficção científica com duas perspectivas diferentes: Minority Report e Divergente. Ambos os filmes possuem propostas futuristas, mas no filme com Tom Cruise temos uma ambientação melhor trabalhada enquanto na distopia young adult temos apenas um neonzinho aqui e um carro flutuando ali. O mesmo acontece em FutureGrind.

Imagem do jogo Future Grind
Por cima e por baixo das pistas de neon, o que vale é piruetas malucas.

O visual do jogo em nada surpreende e acaba sendo repetitivo demais, com paisagens que sofrem leves toques de tecnologia num futuro imaginário. As pistas não possuem o mesmo padrão entre os cenários e sua motocicleta responde muito bem aos controles, exibindo visualmente todo o cuidado dos desenvolvedores em demonstrar suas mudanças por conta da troca das rodas ou até mesmo de sua orientação, por cima ou por baixo das pistas.

Poderia ser um indie mais bonito, porém a simplicidade de FutureGrind funciona bem com a proposta. É um jogo que, com o passar das fases, cai na mesmice por não acrescentar evoluções à jogabilidade. O trabalho da Milkbag Games acaba se perdendo depois de algumas horas de desafio. Com trilha sonora mais impactante e maior variedade nos desafios, ao melhor estilo Olli Olli, o jogo teria maior longevidade e um fator replay mais alto.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024