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Sabe quando dizem que a zoeira não tem limites? Essa com certeza foi a pauta de reunião da Double Fine e Boneloaf quando decidiram fazer Gang Beasts. Depois de uma longa temporada no PC, finalmente os donos de PS4 podem aproveitar a loucura desse jogo de luta (será esse o verdadeiro gênero?) com seus bonequinhos desajeitados, que parecem terem sidos feitos de massinha. Uma verdadeira joia do cenário indie e que vem ganhando espaço a cada dia até mesmo entre os gamers mais exigentes, mesmo com sua proposta despretensiosa e muito distante dos jogos hollywoodianos da atual geração.

Esqueça os super gráficos, a complexidade dos combos, poderes arrasadores ou até mesmo a graciosidade dos movimentos realizado pelos personagens. Aqui o que vale é a simplicidade e o bom humor ao tentar sobreviver nos vários modos de jogo.

Imagem do jogo Gang Beasts
Aqui o que vale é se segurar em qualquer coisa até o último segundo.

Patrocínio Play-Doh

Com uma vasta opção de customização para o seu personagem, basicamente com o mesmo design e apenas com alteração nas cores, você entrará em partidas locais de até quatro jogadores ou participar do multiplayer online com oito desconhecidos. Entre uma pancadaria e outra, o que vale é tentar ser o último bonequinho vivo em cada uma das arenas, que vão de topo de prédio e salas de incineração até estação de metrô. Por mais que a proposta seja abstrair os elementos mais comuns em jogos de lutas, estilo Street Fighter ou até mesmo da complexa série BlazBlue, você só conseguirá vencer uma partida se arremessar seus adversários para fora das arenas. Parece fácil, né? Mas não é!

Primeiro você deverá nocautear seu amigo, utilizando os botões R2 e L2, para somente depois segurá-los com as duas mãos e levantá-los sobre a sua cabeça. Somente então você terá a chance de chegar próximo de alguma beirada e jogá-lo rumo à morte certa. O problema é que a luta se torna ainda mais divertida, caótica e complexa quando o seu inimigo pode se agarrar em qualquer coisa, inclusive você. Isso mesmo, basta ele acionar um dos botões que controla os braços/mãos (R1 e L1) para que a sua vida fique ainda mais complicada, até mesmo causando o seu próprio erro e levando você junto na queda que o tirará do jogo.

Imagem do jogo Gang Beasts
Cenários inusitados e personagens desajeitados são o charme de Gang Beasts.

Simplicidade ou desleixo?

Até onde podemos simplificar um jogo sem que pareça um jogo incompleto ou até mesmo feito de qualquer jeito, ou como muitos diriam: nas coxas? Gang Beasts possui um menu tão simples que acaba sendo confuso, optando pelo mínimo de informações ou até mesmo textos em fonte Arial para informar somente o que você escolhe, mas não o que você tem como opção. Exemplo? Entrar com um segundo ou terceiro player local foi uma tarefa árdua até eu voltar no tempo e lembrar que bastava selecionar um modo qualquer e apertar qualquer botão para os demais personagens aparecem na tela. Caso contrário eu continuaria entrando somente em modo online ou contra o computador.

É fato que ficamos mal acostumados com tutoriais, mas Gang Beasts possui uma mecânica “nova” para quem nunca teve contato com os bonequinhos desajeitados e que possuem movimentos baseados em suas pernas e braços. Ou seja, demorou diversas horas para eu entender como jogar um inimigo para fora das arenas e mais algumas outras para conseguir vencer uma partida. A loucura das partidas acaba justificando os chutes e socos executados a esmo e, ao menos inicialmente, sem estratégia alguma para tentar arrastar seu inimigo até alguma das beiradas e torcer para ele cair de lá.

Imagem do jogo Gang Beasts
Um ringue nunca viu tanta loucura ao mesmo tempo.

Com um visual cartunesco e cenários, alguns amplos e outros claustrofóbicos para uma partida com oito jogadores, cumprem sua função. No entanto sofri breves travamentos ou erros por conta da movimentação feita pela câmera para tentar acompanhar tudo o que acontecia, por exemplo, fazendo o personagem “entrar” em uma pilasta do metrô ou ficar preso em uma comporta de um triturador. Até mesmo os erros podem ser justificados por conta do uso excessivo do R1 e L1, como se não quiséssemos aceitar a derrota e estivéssemos agarrando a qualquer coisa para sobreviver. A trilha sonora em nada impede de utilizarmos o aplicativo do Spotify, já que não é trabalhada o suficiente para prender a nossa atenção ou fazer uma busca para ouví-la fora do jogo. O destaque fica por conta da sonoridade dos golpes aplicados, que ajudam identificar os movimentos dos nossos personagens.

O que vale é se divertir

Não sei se é excesso de exigência minha por conta dos comentários anteriores, por mais adepto que eu seja da simplicidade (quando bem executada) em jogos indies, mas o que posso garantir é: Gang Beasts é sinônimo de risada quando jogado ao lado dos seus amigos e até mesmo com quem não tem familiaridade com os games. Impossível não gargalhar com qualquer situação bizarra! Isso acaba sendo potencializado quando você optar pela customização de personagens que lembram Gandalf ou até mesmo Rick and Morty, colocando personagens inusitados em situações cômicas e caóticas.

Imagem do jogo Gang Beasts
Muitas vezes empurrar ou se jogar pode ser a melhor jogada.

Seja em um andaime ou ringue de boxe, o que importa é abusar dos glitches e movimentos bizarros para empurrar os adversários para fora dos cenários. Depois dessa loucura toda, não vejo a hora de experimentar Human Fall Flat e enfrentar mais desafios com bonequinhos desajeitados.

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